02.10.25

Quem ficar em Gaza está condenado á morte.
Uma mulher com o seu filho nos braços sem condições para fugir de Gaza, será considerada terrorista e como tal, será um alvo do exército israelita.
Quem não concordar com esta medida do governo de Israel, - apoiada por uma substancial percentagem da população israelita, é considerado/a, anti-semita.
Os que usam este argumento são certamente aqueles que faltaram às aulas de história e que só conseguem ver a preto e branco, esquerda ou direita e, outro tipo de limitações intelectuais.
Se escolhessem melhor as fontes de informação, se soltassem as coleiras ideológicas e, lessem a história documentada e comprovada, ficavam a saber, entre outras coisas, que os semitas são um conjunto de povos que englobam tanto árabes como judeus.
Saberiam também que no final da primeira grande guerra, - com o colapso do império otomano, as potências coloniais inglesas e francesas frustraram todas as expectativas de autodeterminação dos povos árabes do médio oriente.
Depois do domínio otomano veio o domínio imperial europeu, - sendo as fronteiras definidas a belo prazer dos impérios coloniais. O colonialismo otomano foi substituído pelo europeu e mais tarde o êxodo massivo da população judaica desencadeou enormes perturbações e convulsões sociais.
Saberiam também que durante o período do protectorado inglês, o Reino Unido não esteve á altura para lidar com os conflitos entre facções árabes moderadas e radicais nem com os conflitos emergentes entre árabes e judeus, recentemente chegados à região da palestina, - os britânicos optaram então por abandonar a região, sem antes disso deixar de incendiar centenas de aldeias árabes e assassinar centenas de habitantes.
Existe uma tendência generalizada para justificar os problemas de hoje com aquilo que aconteceu na véspera.
No final da segunda grande guerra, os europeus interrogaram-se com o que fazer com a população judaica.
Hoje o mundo interroga-se com o que fazer com a população palestiniana.
Espero que a solução para o segundo problema não seja tão desastrosa como foi a solução para o primeiro.
80 anos depois e, depois de centenas de milhares de mortos, - o argumento para justificar a desgraça é o simplismo do conceito de anti-semitismo.
Neste processo só existem culpados e, ao que parece, uma mulher mais o seu filho no colo não merecem o estatuto de inocentes.