25.06.25
Surprende-me a ligeireza e principalmente a falta de isenção em alguns comentários televisivos sobre problemas tão compexos como a geopolítica e os conflitos mundiais.
A questão ucraniana e as questões do médio oriente têm ocupado um vasto espaço televisivo e em muitas ocasiões têm sido um meio muito apetecível para certos comentadores fazerem brilhar o seu ego e propagandearem ideologias mal disfarçadas.
Entre todos, são raros aqueles que conseguem ter um discurso isento e paragmatico perante assuntos tão complexos.
Existem os adoradores das autocracias que são extremamente alérgicos à civilização ocidental, mas também existem os adoradores de Trump e Netanyahu que acreditam que estes são um exemplo de virtudes.
Nem preciso referenciar nomes pois é deveras notório a aparição de alguns casos agudos de tendencionalismo.
Desde a senhora que insiste nos termos em inglês com forte sotaque americano, que não resiste a expressar rasgados elogios à política da Casa Branca, com especial destaque para Trump; até ao Xô Major que para além de não acertar uma, frequentemente passa dos limites quando é confrontado.
Há quem prefira acreditar que neste mundo existe um lado bom e um lado mau. Os bem aventurados e os malditos. Esta simples dualidade de conceitos revela-se muito estreita quando se procura entender os complexos problemas do xadrez mundial.
Prefiro a visão de que existem bons e maus em todos os lados. Acredito que são as pequenas minorias de desequilibrados, de extremistas e de ambiciosos sem escrúpulos, que vilmente plantam as sementes que mais tarde dão origem a grandes problemas. Problemas esses que serão ainda mais complexos de resolver nas gerações seguintes. O grave problema do médio oriente é um exemplo clássico disto mesmo. Uma sucessão de erros e consequentes tragédias que se eternizam no tempo.
Neste jogo das três grandes potências não há nem inocentes nem Santos.