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A Política somos nós

A Política somos nós

10.07.25

Mais do que a vontade de escrever, sobra a necessidade de desabafar.

O assunto é o de sempre e a tragédia é maior.

Aquele assunto que instintivamente procuramos passar á frente com um toque no comando da televisão. Já cansa. Incomoda.

Aquele assunto que agride a nossa consciência quando a violência das imagens eclipsa qualquer réstia de tendencionalismo ou retórica política.

No canal seguinte já se fala de outra coisa mas o que é certo é que árabes e judeus, inocentes, continuam a morrer em Gaza, na Cisjordânia e em Israel.

Não consigo deixar de me indignar com a constante barbaridade existentente nos dois enclaves árabes dentro do Estado de Israel e no próprio Estado de Israel.

Mais de uma centena de organizações internacionais presentes em Gaza garantem que a situação é completamente caótica. Na minha opinião, algo semelhante aos cenários do Mad Max.

As pessoas são baleadas quando procuram chegar as centros de distribuição de alimentos.

Custa me acreditar que todas estas organizações estejam a mentir.

Infelizmente a ONU está à espera que Trump resolva o problema. E fatalmente estamos mesmo nas mãos dele para encontrar uma solução duradoura para a tragédia em que se transformou o médio oriente.

Passados 80 anos desde o final da segunda grande guerra, perfazem 78 de guerra entre Israel e os povos árabes da região. Não houve um dia de paz absoluta.

Se Trump conseguir que os reféns sejam devolvidos e que haja um cessar fogo imediato, talvez se possa abrir caminho para comprometer a maioria dos países da península Arábia a participarem na construção de um estado palestiniano; garantir que o povo de Israel possa viver em paz e muito importante: o fim definitivo da construção de novos colonatos na Cisjordânia.

Neste processo será indispensável que a diplomacia europeia nem esteja presente. O legado de ganância, incompetência e desonistidade deixado pelos impérios coloniais europeus já foi o quanto basta.

Não sei quando a paz duradoura e próspera chegará para aqueles povos. Sei que não consigo normalizar aquilo que é inaceitável.

O assunto de tão repetitivo que é, incomoda. A realidade absoluta daquele dia a dia, incomoda muito mais.

25.06.25

Surprende-me a ligeireza e principalmente a falta de isenção em alguns comentários televisivos sobre problemas tão compexos como a geopolítica e os conflitos mundiais.

A questão ucraniana e as questões do médio oriente têm ocupado um vasto espaço televisivo e em muitas ocasiões têm sido um meio muito apetecível para certos comentadores fazerem brilhar o seu ego e propagandearem ideologias mal disfarçadas.

Entre todos, são raros aqueles que conseguem ter um discurso isento e paragmatico perante assuntos tão complexos.

Existem os adoradores das autocracias que são extremamente alérgicos à civilização ocidental, mas também existem os adoradores de Trump e Netanyahu que acreditam que estes são um exemplo de virtudes.

Nem preciso referenciar nomes pois é deveras notório a aparição de alguns casos agudos de tendencionalismo.

Desde a senhora que insiste nos termos em inglês com forte sotaque americano,  que não resiste a expressar rasgados elogios à política da Casa Branca, com especial destaque para Trump; até ao Xô Major que para além de não acertar uma, frequentemente passa dos limites quando é confrontado.

Há quem prefira acreditar que neste mundo existe um lado bom e um lado mau. Os bem aventurados e os malditos. Esta simples dualidade de conceitos revela-se muito estreita quando se procura entender os complexos problemas do xadrez mundial.

Prefiro a visão de que existem bons e maus em todos os lados. Acredito que são as pequenas minorias de desequilibrados, de extremistas e de ambiciosos sem escrúpulos, que vilmente plantam as sementes que mais tarde dão origem a grandes problemas. Problemas esses que serão ainda mais complexos de resolver nas gerações seguintes. O grave problema do médio oriente é um exemplo clássico disto mesmo. Uma sucessão de erros e consequentes tragédias que se eternizam no tempo.

Neste jogo das três grandes potências não há nem inocentes nem Santos.

 

 

22.06.25

Os Golias dos tempos modernos não se deixam abater pelas fundas dos pequenos David's.

Contra as inocentes e romanticas posições em defesa do direito internacional, surge fatidicamente a força militar dos verdadeiros Golias.

Ilariante observar a indignação iraniana perante o ataque de EUA/Israel, onde acusam estes de violarem o direito internacional. O Estado iraniano constitui um regime totalitário ditatorial, fundamentalista islâmico e financiador do terrorismo internacional. Durante décadas desrespeita o direito internacional atacando indirectamente através dos seus grupos terroristas, o estado de Israel.

Ilariante observar a posiçao de Vladimir Putin quando este se oferece para ser o mediador de um processo de paz para este conflito ao mesmo tempo que acusam os EUA de violarem o direito internacional ao atacarem o território iraniano.

Ilariante a posiçao de EUA/Israel apresentado-se como defensores da justiça, da paz no mundo, como se eles fossem inteiramente os bons da fita.

Independentemente das razões apresentadas, o ataque americano ao Irão para além de desrespeitar a constituição americana, desrespeita o direito internacional.

Ilariante a pretensa preocupação do Irão com o destino do povo palestiniano. A verdade é que o regime iraniano despreza completamente os palestinianos, quando na verdade apenas usa a causa palestiniana para justificar o grande desígnio do regime dos ayatolas que é a destruição do estado de Israel.

Israel sempre foi a ponta da lança dos EUA no médio oriente onde defende os gigantescos interesses geopolíticos e económicos americanos nesta região única no mundo. A grande a ameaça para os EUA nesta questão é o Irão.

Foram os EUA que colocaram no poder o Xa Reza Pahlavi quando o antigo regime iraniano decidiu nacionalizar a indústria petrolífera iraniana. 

Foi a antiga URSS que fomentou,  financiou e apoiou a revolução islâmica que colocou no poder um conjunto de facínoras e de fanáticos tão corruptos e tão criminosos como o regime monárquico do Xa. 

Se de um lado, Israel tem sido um peão americano, o Irão tem sido o peão da Rússia e da China.

Se a Rússia perder a influência que tem no regime iraniano, toda a sua presença e influência será posta em causa nesta região chave do mundo.

Os planos chineses na construção da nova rota de seda, passam directamente em solo iraniano. Basta observar a posiçao geográfica do irão para perceber que é única, invejável e naturalmente extremamente cobiçada.

Se a Ucrânia tivesse armas nucleares, a Crimeia ainda seria território sob controle dos ucranianos. Se a Europa tivesse força militar para se opor no terreno ucraniano à invasão russa, esta não tinha acontecido.

Se a Rússia não fosse a maior potência atómica do planeta os dirigentes europeus não borravam as calças sempre que o criminoso de guerra Medvedev abre a boca.

Ilariante ouvir os comentários daqueles que procuram um dos lados como se qualquer um deles fosse um refúgio de virtudes e de justiça.

SE o Irão detinha ou detém capacidade eminente de construir um engenho nuclear, este ataque é justificado e proveitoso.

SE realmente corresponder à verdade que existiam ou existem instalações secretas iranianas a dezenas de metros de profundidade, coloca-se a questão: porquê esconder tanto, algo que os líderes iranianos afirmam ser um projecto pacífico?

A ideia é reduzir o número de armas nucleares não aumentar este número.

Não é aceitável que se defenda a existência de um estado iraniano nuclear argumentando que Israel já é uma potência nuclear.

Neste caso, mais é demais. 

Se já é suficientemente preocupante a actual radicalização da política de Israel - uma potência nuclear que nunca escondeu - muito pelo contrário - a sua intenção expansionista. Quanto mais um Irão nuclear. Um regime extremista, que nutre um ódio profundo à civilização ocidental - um regime que condena à morte por apedrejamento - um regime que permite que as mulheres sejam tratadas como escravas onde a menor desobediência é castigada com chibatadas ou o uso de ácido no rosto - um regime onde os dissidentes são enforcados em gruas na via pública em autênticos espetáculos medievais. O regime dos ayatolas nunca poderá deter armas nucleares. Ponto.

Esperemos que seja o povo iraniano a derrubar este regime. A história demonstrou que nesta região, as tentativas de alteração de regimes pela força das armas estrangeiras tem resultado em processos catástroficos. Substituiram-se ditadores por outros e transformou-se a paz podre em guerras cívies intermináveis.

Ilariante a posiçao de Israel que vem agora defender a via diplomática, depois de ter assassinado milhares de civies palestinos, com o pretexto de aniquilar um grupo terrorista que certamente terá muito mais de iraniano do que palestiniano. O verdadeiro objectivo do governo israelita com o apoio de uma boa parte do seu povo é a eliminação total do povo palestino e com isso alcançar o grande sonho israelita de ter um Israel que se estenda das margens do rio Jordão às margens do mediterrâneo.

Desde o final da segunda grande guerra que a carta das Nações Unidas tem vindo a ser rasgada e a diplomacia internacional se tornou uma farsa.

Depois da Ucrânia, depois do Irão, não será surpresa nenhuma que o próximo palco seja Taiwan.

Somos aquilo que somos, merecemos aquilo que temos.

 

 

 

 

 

 

 

19.06.25

Israel arrasou Gaza. Milhares de cívies foram mortos, outros milhares são hoje apenas miseráveis famintos.

Apenas mais uma vingança a castigar outra vingança. 

A barbaridade do 7 de Outubro - uma barbaridade na sequência de intermináveis outras.

Durante o mandato inglês na terra da palestina, centenas de aldeias foram incendiadas, milhares de árabes palestinianos for chacinados. Já ninguém se lembra disto - não convém.

Na constituição do estado iraniano consta a obrigatoriedade de destruir um outro estado - o Estado de Israel.

Se eu fosse israelita teria muito medo. Se eu fosse palestiniano recordaria com saudade o tempo e a terra onde durante séculos viveram os meus antepassados. Terra usurpada e irrecuperável.

Os números costumam ser uma excelente ferramenta para compreendermos os factos :

Durante séculos, judeus e árabes coabitaram pacificamente nesta região. Com um pormenor: A população judaica era apenas uma pequeníssima parte face à população àrabe. Com o desenrolar dos acontecimentos na Europa em guerra, a fuga de judeus para a Palestina aumentou drasticamente.

Com o desfecho do holocausto, centenas de milhares de judeus sentiram na pele a desconfiança dos europeus e a rejeição dos mesmos á presença judaica e rumaram à palestina - também já ninguém se lembra disto - não convém.

Hoje na Europa contesta-se a presença dos imigrantes apesar de estes constituírem uma clara minoria.

Coloco a questão: Como se sentiriam os europeus se de um momento para o outro a poluição de imigrantes suplantasse a população europeia ?

Só para recordar - depois do final da segunda grande guerra, a população judaica na Palestina quase suplantava a própria população àrabe.

A legitima aspiração do povo judeu a uma terra que fosse sua, foi mal pensada, mal gerida e fatidicamente imposta.

Décadas depois, inúmeras desculpas, incontáveis razões foram apresentas para considerar que por exemplo, um hospital israelita bombardeado é considerado um crime de guerra, enquanto que a tragédia de Gaza é apenas um dano colateral.

O que está em cima da mesa não é nem território, nem religião, nem armas de destruição massissa, nem urânio mais ou menos enrriquecido.

O derradeiro prémio é a hegemonia geopolítica na região. Ponto.

Israel é o dono dessa hegemonia e para a manter tem que derrotar o seu adversário direto. É o irão - podia ser outro qualquer.

Inglaterra, França, EUA, Rússia, Israel e Irão - os mesmos cães de sempre disputando o mesmo osso. 

Todos se merecem.

 

 

 

 

12.06.25

No dia 14 de Maio de 2022 escrevi e publiquei o seguinte texto.

Vergonha Israel 

No último dia 11, Shireen Abu Akleh, jornalista da cadeia televisiva Al Jazeera foi assassinada no território de Jenin na Cisjordânia. A jornalista de dupla nacionalidade – palestiniana e norte-americana, foi atingida mortalmente enquanto fazia a cobertura de uma operação militar israelita na Cisjordânia. 

A sua morte desencadeou reações em todo o mundo – as do costume – todos lamentam e condenam o ocorrido. 

Nos media, li o seguinte trecho: “A sua morte ocorreu no contexto de uma onda de violência israelo-palestiniana atiçada por tensões num importante lugar sagrado de Jerusalém. Pelo menos 18 israelitas morreram em ataques palestinianos nas últimas semanas, enquanto mais de 30 palestinianos, a maioria dos quais envolvidos em ataques ou confrontos com forças israelitas, foram também mortos.”. 

Esta é uma notícia que não necessitava de data. Neste eterno conflito, notícias deste teor são intemporais. Repetem-se assim como se repete o terrível drama. 

A Terra de Israel é segunda a Bíblia judaica, a região que foi prometida por Deus aos descendentes de Abraão através do seu filho Isaac e aos descendentes hebreus do seu neto Jacó. Diz a tradição hebraica que esta é a terra prometida de Israel.  

Esta promessa nasceu de uma recompensa divina à fidelidade de Abraão e do seu povo quando este adotou uma crença monoteísta e a concepção de uma nação escolhida por Deus. A promessa incluía a eliminação de outros povos semitas como os cananeus como castigo pelos seus pecados e a atribuição das suas terras aos hebreus, igualmente, eles, parte desse conjunto maior de povos semitas. Esta promessa tornou-se válida para a totalidade do povo judeu.  

Descendo agora à terra – Com o final da primeira grande guerra mundial, a Liga das Nações atribuiu ao Reino Unido o chamado “Mandato Britânico da Palestina” com a responsabilidade deste estabelecer, "…tais condições políticas, administrativas e econômicas para garantir o estabelecimento do lar nacional judaico, tal como previsto no preâmbulo e no desenvolvimento de instituições autônomas, e também para a salvaguarda dos direitos civis e religiosos de todos os habitantes da Palestina, sem distinção de raça e de religião… ".  

Dois anos depois do termo da segunda grande guerra, em 1947, a ONU elaborou um plano para a partição da região da Palestina, do qual nasceria um Estado judeu, um Estado árabe e onde a cidade de Jerusalém ficaria sob administração direta da organização. 

Esta partição que foi aceite pelos líderes sionistas e rejeitada pelos líderes árabes deu origem a uma guerra civil onde se confrontaram judeus e árabes, enquanto isso, os britânicos retiravam, desresponsabilizando-se assim do suposto compromisso que assumiram de manter a ordem e a segurança na região.  Séculos antes, nas mesmas redondezas, houve quem igualmente lavasse as mãos...  

Em 1947 Israel declara a sua independência e na sequência os seus vizinhos árabes atacaram o recém formado país. Resumidamente, este conflito de um ano que ficou conhecido como a guerra da independência, resultou na fuga de centenas de milhares de árabes palestinianos e na invasão da Faixa de Gaza pelo Egito e da Cisjordânia pela Trans Jordânia dando origem à Jordânia. Por parte de Israel, houve a conquista de cerca de 75% do território que estava destinado ao povo palestiniano, bem como da parte ocidental de Jerusalém. 

Nesta que é provavelmente a mais complexa história dos povos, ficará sempre muito por esmiuçar, muito por contar e certamente mais ainda por argumentar. 

Desde este fatídico ano de 1947 que uma vergonha prevalece: O conflito Israel o árabe.  

Sem santos, mas com muitos pecadores. Com diversos culpados e com inúmeros inocentes mortos. Gerações criadas no ódio. Infindáveis vinganças. Intermináveis injustiças. Infrutíferos esforços para que cesse o conflito. Estéreis acusações. Dedos apontados na busca dos responsáveis. 

A promessa divina, a usurpação da terra alheia, a irresponsabilidade e a inépcia da comunidade internacional numa solução para o problema. 

O Estado de Israel, desde a data da sua formação, tem vindo a violar as regras internacionais e o respeito pela autodeterminação do povo palestiniano. Os fundamentalistas islâmicos pretendem o fim do estado de Israel e para alcançar este objectivo colocam no conflito a população palestiniana que na sua maioria é inocente e que procura apenas sobreviver neste enorme caldeirão de violência que persiste no médio oriente. Estes são sem dúvida dois factos inegáveis nesta tão complexa história.  

Enormes barbaridades de parte a parte têm vindo a resultar desta realidade. Mais importante que encontrar os culpados, pois a história já disso se encarregou, seria encontrar as soluções que até agora os líderes mundiais não lograram alcançar. 

Não existem soluções simplistas para problemas complexos. A formação de um Estado Palestino soberano, cujas fronteiras não podem ser as atuais, é incontornável. Forçosamente Israel terá que ceder parte dos territórios ocupados e um novo acordo de paz terá que ser realizado. Infelizmente nem palestinianos nem israelitas têm o bom senso nem a independência para o fazer. Essa terá que ser a responsabilidade da comunidade internacional.  

As novas fronteiras terão que ser respeitadas e a cidade de Jerusalém deverá ficar definitivamente sob a total administração da ONU. A cidade não mais será israelita ou palestiniana. Haverá uma só cidade, uma só Jerusalém, património da humanidade, - policiada exclusivamente por tropas da ONU. 

Tragicamente, dois povos fruto de décadas de ódio e de conflito, têm-se comportado como bichos selvagens, e quando assim é, impõe-se uma nova arbitragem. Os desrespeitos a esta nova ordem deverão ter como resposta, as tão na moda - sanções. Que se sancione sem hesitações nem condescendências aqueles que prevaricarem, nem que isso signifique enfrentar o tão poderoso Israel. 

Este assassinato da jornalista da cadeia televisiva Al Jazeera não deveria ficar como mais um rodapé desta triste história. Já são demasiados os rodapés onde ficaram escritas as mortes de tantos inocentes. Está na hora de pôr um fim a esta infindável vergonha e escrever não um rodapé, mas sim um novo título para o médio oriente. Uma palavra é suficiente: BASTA. 

 

Desde esta data a situação complicou-se e piorou muitíssimo.

Depois daquele fatídico dia 7 que as circunstâncias mudaram significativamente, e para pior, muito pior.

Depois das barbaridades cometidas sobre os colonos judeus, seguiu-se a desgraça em Gaza.

A espiral de violência e as consequentes vítimas já fazem desta guerra, a mais violenta e trágica desde o primeiro conflito declarado - a guerra da independência do formado Estado de Israel.

Nesta nova fase deste eterno conflito destaca-se o facto de que o poder em ambos os lados está como nunca nas mão dos extremistas.

No meio, tentam coabitar centenas de milhares de israelitas e palestinianos que mais não querem do que viver em paz.

Por mais incrível que seja, o mesmo povo que no passado - que por ser passado histórico, é um passado recente - foi condenado ao extermínio ; esteja agora ele próprio desesperadamente empenhado em exterminar outro povo.

Tem vindo a ser um extermínio lento mas consistente.

A matemática é terrível:

Por cada missão militar israelita em Gaza morrem em média 50 palestinianos, para 5 elementos do Hamas,sendo as baixas das forças israelitas ou nulas ou baixíssimas.

Terminei aquele texto de Maio de 2022 com uma palavra: BASTA 

hoje, infelizmente mais uma vez não me ocorre outra.

 

11.06.25

Durante as comemorações do 10 de Junho em Lisboa, a escritura Lídia Jorge, com o seu discurso, deu uma lição de história e de cidadania.

Lembrou aos desmomoriados e ensinou aos ignorantes que a história de Portugal um dos mais antigos países europeus, se fez de gentes e de povos.

Desde a antiguidade com os muçulmanos, à actualidade com os povos eslavos, que Portugal bebeu culturas e se alimentou dos contributos daqueles que vieram, permaneceram e partiram.

Hoje, quase 900 depois, os portugueses são na sua essência e na sua história, muçulmanos, judeus, africanos, sul americanos e também um pouco de outros povos que por razões várias passaram ou permaneceram no território nacional.

Somos uma mistura de culturas, de tradições, de cores e de conhecimento. Esta diversidade tem seriamente contribuído para o papel de Portugal no mundo. O que outros certamente não conseguiriam alcançar, os habitantes deste pequeno rectângulo conseguiram.

Portugal é um país respeitado e considerado pelos mais distintos sociólogos como um exemplo de resiliência de capacidade para se reinventar, para improvisar e resistir perante as dificuldades próprias de um país parco em recursos naturais, com um mercado debil e com uma população que em consecutivos anos  envelhece. O que Portugal, os portugueses e todos os outros que por cá vivem conseguiram alcançar nos últimos 50 anos é sem dúvida um caso único na Europa.

Devemos estar TODOS orgulhosos. Certamente que nem tudo são rosas, naturalmente existem alguns espinhos. Aproveitemos as rosas e contrariemos os espinhos como sempre fizemos.

Na tribuna, neste 10 de Junho, estava presente um indivíduo que ficou incomodado com a lição de história.

Como todo o malandro é alérgico a lições.

Por sua vontade, os portugueses não devem aprender com a sua história. Aprender com a história passa por reconhecer os erros e as virtudes da mesma. O problema é que tal indivíduo, considera que os maiores erros na nossa história devem ser considerados virtudes.

Para ele, África continuaria a ser nossa, tal como afirmava o seu guru. Arrisco-me a afirmar que a maioria dos seus apoiantes (muitos jovens) desconhecem que Salazar afirmava que África era nossa e que a sua defesa deveria ser feita até ao último homem.

Depois de dezenas de milhares de mortos e estropiados, África não é nossa. A única coisa que ficou nossa foi a vergonha da guerra colonial - vergonha que ombreira com a perda da nossa soberania para Espanha depois da crise dinástica resultante da morte do rei D. Sebastião.

Não sei se o indivíduo tem filhos nem sei se estaria disposto a ser o pai do ultimo homem a morrer nas selvas de Angola, de Moçambique ou da Giné.

Uma coisa eu sei, os malandros têm grande dificuldade em aprender com as lições.

Noutra coisa eu acredito - os seus tresmalhados apoiantes vão mais tarde ou mais cedo aprender que o indivíduo não presta. Por agora acreditam que o homem não é mais do mesmo. Em breve realizarão que afinal o indivíduo é muito pior que o mesmo.

 

 

 

 

 

19.03.25

Perante a presença de deputados ucranianos convidados na última secção do nosso parlamento, o aplauso aos mesmos só não foi unânime porque os poucos, quase inexistentes deputados do PCP optaram por não participar na homenagem. São tão poucos, tão desprezivesis, tão bacocos, que ninguém reparou neles. Aguarda-se a iminente extinção nas próximas eleições.

10.03.25

Daqui a 50 anos, quando este período da história for recordado e estudado, aqueles que por razões várias- sejam elas a estupidez, a ignorância ou a servidão ideológica - serão recordados como cúmplices daquilo que de pior é constituída uma sociedade - recordados com vergonha. Os nomes, como alguns que por aqui passam, não serão certamente recordados nem tão pouco reconhecidos. Passarão à história como perfeitos anónimos desprezíveis e irrelevantes. O que será recordado é que durante estes tempos tão sombrios, existiu um movimento de indivíduos que optaram por ficar do lado dos criminosos, dos ladrões e dos assassinos. A frase ficar do lado errado da história pode ser um cliché, mas na realidade tomar partido pela bandidagem não contribui em nada para ficar bem na fotografia. Durante o domínio nazi em vários países existiram pessoas que alinhararam com o movimento. A vergonha não ficou para eles pois era algo que não possuíam.
Certamente ficou para os seus descendentes. Vladimir Putin será recordado pelas piores razões, e os seus apoiantes ficarão para sempre ligados à ignomínia. As escórias são os restos inúteis de um processo construtivo. As sociedades também produzem as suas escórias. Quando durante um processo se obtém algo de construtivo, positivo e útil em favor de uma maioria, as escórias caem fatalmente no esquecimento. O que se passa na Ucrânia, independentemente das causas e das consequências, constitui um roubo, a apropriação do alheio, o rapto, a violação, o assassinato, o bombardeamento programado para atingir aqueles que correm em socorro das vítimas dos bombardeamentos prévios, as execuções sumárias, a destruição gratuita. Quem defende aqueles que são RESPONSÁVEIS por todas estas barbaridades, são cúmplices. São a escória de um processo turbulento mas que no final resultará em algo construtivo. A Ucrânia prevalecerá. Custe o que custar.

31.05.24

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Depois de EUA e Alemanha concordarem com o uso de armas ocidentais em ataques a território russo, Paulo Rangel veio afirmar que o governo português também concorda. Ontem ainda não tinha a certeza disso...

Resta saber se Portugal na pessoa do seu ministro dos negócios estrangeiros, concorda que os misseis americanos e alemães atingam o território russo, ou se apenas se trata das G3 portuguesas potencionalmente posicionadas mesmo mesmo na fronteira ucarniana/russa, que agora estarão prontas e autorizadas a serem disparadas.... Ridículo, no mínimo.

Se todos estiverem à espera que a maioria permita que os ucranianos sobrevivam, triste destino destino o deles.

18.05.24

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É desta forma que prefiro referir-me ao indivíduo : O “coiso”.

Proferir o seu nome seria contribuir para aquilo que ele mais procura : atenção.

Narcisista por natureza, tenta obstinadamente atenção e notoriedade.

Não se trata apenas de estratégia política, o homem é mesmo assim. 

Enumerar os seus defeitos obrigaria a intermináveis linhas de texto o que me conduz a eleger um adjetivo: Execrável.

É o execrável elemento que foi democraticamente eleito por cerca de 1 milhão de portugueses. A democracia tem destas coisas - permite a eleição daqueles que nunca serão democratas. Democracia não significa apenas o “governo do povo”, democracia significa essencialmente respeito - respeito pelo próximo. 

O elemento, mais os 49 que se sentam na casa da democracia não respeitam ninguém.

Desbocados são os poucos que no pouco tempo disponível têm direito à palavra. O que resta são apenas inaptos que por lá vão ficando, toscamente esbracejando e pateticamente rindo das alarvidades do querido líder.

Alega-se que têm que ser respeitados pois foram democraticamente eleitos. Respeitosamente os desprezo, não deixando democraticamente de os combater.

Ao contrário dos que se diz, os eleitores do partido do “coiso” não correspondem apenas a 1 milhão de portugueses insatisfeitos. 

O fenómeno da insatisfação em Portugal é velho de séculos. O “Velho do Restelo” é provavelmente o seu mais distinto representante. A insatisfação na sociedade portuguesa sempre esteve presente em todos os sectores. Existe sempre um português que está insatisfeito com alguma coisa. Até a mais bela revolução do século XX foi feita por portugueses insatisfeitos. Ainda bem que assim é.

Sem dúvida que entre estes eleitores existem muitos milhares de insatisfeitos, embora eu prefira chamar-lhes desiludidos, Nos regimes autocráticos não existe espaço para os desiludidos, existe apenas espaço para os resignados. Os desiludidos são transformados em oprimidos. Estes, fatidicamente terminam abruptamente os seus dias, algures num buraco fundo.

São os insatisfeitos com a imperfeição da democracia, com os defeitos dos políticos e em muitos casos com a triste vida que têm. Costuma-se dizer que quem está mal, muda-se - aqueles que mudam e obtêm sucesso, crescem - os que não conseguem mudar nem obter sucesso, tornam-se insatisfeitos crónicos e normalmente a culpa é sempre de alguém.

Para além dos insatisfeitos e dos desiludidos do partido do “coiso”, existem aqueles que são a profunda essência do ajuntamento que muitos chamam partido político - os partidos políticos são um dos pilares da democracia, como tal, aquilo não deve ser considerado um partido político.

Este grupo, não é mais nem menos do que a reminiscência - ou seja, aquilo que pode ser lembrado - são aqueles que se lembram, e sem dúvida com saudades, do tempo da outra senhora. Do tempo em que estávamos “orgulhosamente sós”, do tempo do império e dos desfiles de mão estendida, do tempo em que os pretos eram apenas isso, pretos, do tempo em que não havia funcionários, havia apenas criados, do tempo em que morrer nas selvas de Angola, de Moçambique e da Guiné era um orgulho patriótico.

Existe gente em Portugal que tem muitas saudades desses tempos. Esta gente que durante anos andou vergonhosamente escondida, disfarçados de democratas, - alguns até se intitulam, fundadores do regime democrático português, - encontrou o seu espaço no tal ajuntamento. São uma minoria que o tempo se encarregará definitivamente de enterrar. 

Os restantes, a maioria, são os mais ou menos jovens, insatisfeitos e revoltados.

Há dias, um deles disse-me que votou nestes, porque ou outros, disse ele : “já tiverem o seu tempo para roubar, agora era preciso dar uma oportunidade a outros”. Resultado da minha falta de perspicácia ou da sua inexperiência, fiquei sem saber se foi um voto para legitimar a continuação do roubo, agora em mãos diferentes, ou se realmente havia nas suas palavras um desejo de verdadeira mudança.

Cabe aos mais velhos e mais elucidados, instruir esta gente. A mudança só será bem vinda quando representar prosperidade, crescimento e tolerância. Esta “mudança” em que eles acreditam, significa apenas retrocesso, atraso e ódio.

 

25.04.24

O Povo que elege quem quer. O Povo que fala o que quer. O Povo que não entrega mais os seus filhos à guerra.

Hoje na Assembleia da República, cantou-se o “Grândola Vila Morena”, e não foram apenas as forças da esquerda e do centro esquerda que entoaram as palavras de Zeca Afonso. No centro direita, houve quem se juntasse à iniciativa, tornando assim evidente a unanimidade do espírito de Abril.

E na casa da Liberdade, a unanimidade só não foi completa porque 50 anos depois o fedor do salazarismo conspurca vergonhosamente essa casa.

A democracia é tão bela e tão especial que até permite eleger os não democratas.

Cabe-nos a nós instruir a futura geração de quão frágil é a democracia e quão importante é preservá-la e defendê-la.

O 25 de Abril foi há 50 anos, foi hoje e é já amanhã.

05.04.24

Com mais ou menos apoio dos EUA, a guerra na Ucrânia vai continuar por tempo indeterminado.

Com ataques ucranianos a território russo a mais de 1.000 km da fronteira, a expressão: "guerra na Ucrânia" deve ser substituída por "guerra DA Ucrânia".

Para desgosto dos putinistas, alguns presentes por aqui, a resistência ucraniana vai continuar.

A Rússia com este conflito meteu-se num embroglio muito pior do que foi a sua guerra no Afeganistão, e as consequências disso vão ser ainda mais graves.

Aqueles que azedam com o apoio da comunicação social e da sociedade portuguesa em geral à causa ucraniana vão continuar a azedar. A Ucrânia não foi decapitada em duas semanas. Entre avanços na guerra de trincheiras, a Rússia perdeu o controle absoluto do mar negro e o resultado foi que as exportações ucranianas fluem até aos seus destinos.

A Rússia é totalmente incapaz de alcançar o seu principal objectivo:

Controlar política ou militarmente a totalidade do estado ucraniano - caso contrário já o teria feito.

Incapaz de defender o seu próprio território de ataques internos e externos, vai continuar a definhar, exactamente como difinhou o império csarista e como definhou o império soviético.

Por cá, os azedados com as posições da nossa comunicação social, sempre podem migrar para o nordeste ucraniano - por lá conseguem apanhar o sinal das televisões russas, por enquanto....

25.02.24

Dois anos de guerra passados já não trazem mais surpresas.

Já não é surpresa a coragem e determinação do heróico povo ucraniano.

Já não é surpresa a capacidade de resistência do exército ucraniano, que apesar da inferioridade numérica nos efetivos e nos meios bélicos, conseguiu durante estes dois anos frustrar todos os grandes objetivos militares e políticos do regime do Kremlin.

Já não é surpresa a retórica cínica e mentirosa dos dirigentes russos.

Ninguém se sentirá surpreendido se a ofensiva russa se estender para além do Donbass ucraniano, ou mesmo para além das fronteiras da Ucrânia. 

Não causa surpresa que o regime criminoso russo não hesite em eliminar os seus opositores dentro e fora das fronteiras da Federação russa.

O regime russo já não consegue surpreender ninguém pois todo o mundo civilizado está convicto da perversidade de tal regime. Até o governo chinês olha com apreensão a possibilidade de uma vitória total da Federação russa no conflito na Ucrânia.

Ninguém se surpreende com o tipo de aliados do Kremlin - Coreia do Norte, Irão, Venezuela. Como diz o povo, “Diz-me com quem andas, te direi quem és”.

Nada disto me surpreende. O que unicamente me surpreende é a estupidez de algumas miseráveis mentes ocidentais, que por razões várias, apoiam o terrorista de estado, o criminoso internacional, Vladimir Putin.

Do conforto das suas salas, dos seus confortáveis sofás, dos cafés de bairro, até aos canais televisivos e blogues, não hesitam em apoiar a infâmia. 

Conhecemos as suas razões. Alergia a tudo o que é norte americano, - mesmo aos aspectos positivos - a tacanhez ideológica impede-os de reconhecer o que quer seja positivo no sistema político norte americano. Saudosismo bacoco da ex URSS - o credo ingénuo num sistema político falido e comprovadamente falhado, transformou a ingenuidade em estupidez. 

A verdadeira surpresa é a estupidez presente, quando em vez de legitimamente se discordar com certos aspectos das sociedades ocidentais e das democracias que as regem, se opte por ser cúmplice de regimes onde a possibilidade de se concordar com o que quer que seja é nula.

11.10.23

Um vento de discórdia e de conflito soprou no dia 14 de Maio de 1948, quando o sionista David Ben-Gurion proclamou a independência de Israel materializada na formação do Estado Judaico na região da Palestina.

O anseio do movimento sionista na criação deste Estado, foi realizado nesta data, embora a ideia de se estabelecer um território onde o povo Judeu tivesse oportunidade de viver em paz, garantindo a sua soberania e liberdade, já remontava a vários séculos.

Não se está longe da verdade quando se afirma que o povo judaico sempre foi, desde tempos imemoriais, um povo perseguido. Desde o século XIII até ao século XX que a diáspora deste povo foi resultado de um sentimento antissemita latente em toda a Europa Ocidental e de Leste.

A escolha da região da Palestina pelo  movimento sionista assentou no Antigo Testamente, onde segundo o mesmo, “...a Terra de Israel  é a região que foi prometida por Deus aos descendentes de Abraão através do seu filho Isaac e aos descendentes hebreus do seu neto Jacó. Diz a tradição hebraica que esta é a terra prometida de Israel…

Poderá ter sido uma escolha divina mas a escolha terrena não foi certamente a mais acertada.

Embora já existisse desde à séculos uma população judaica na região da palestina, a esmagadora maioria da população deste território era de origem árabe. O argumento sionista de que a integração dos judeus na sociedade cristã era impossível, levou à solução de integração dos judeus numa sociedade muçulmana.

Com o final da primeira grande guerra mundial, a Liga das Nações atribuiu ao Reino Unido o chamado “Mandato Britânico da Palestina” com a responsabilidade deste estabelecer, "…tais condições políticas, administrativas e econômicas para garantir o estabelecimento do lar nacional judaico, tal como previsto no preâmbulo e no desenvolvimento de instituições autônomas, e também para a salvaguarda dos direitos civis e religiosos de todos os habitantes da Palestina, sem distinção de raça e de religião… "

Dois anos depois do termo da segunda grande guerra, em 1947, a ONU elaborou um plano para a partição da região da Palestina, de onde nasceria um Estado judeu, um Estado árabe e onde a cidade de Jerusalém ficaria sob administração direta da organização.

Em 1947 Israel declara a sua independência, e na sequência, os seus vizinhos árabes em clara discordância com a referida partição, atacaram o recém formado país. Este conflito de um ano, ficou conhecido como a guerra da independência e resultou na fuga de centenas de milhares de árabes palestinos e na invasão da Faixa de Gaza pelo Egito e da Cisjordânia pela Transjordânia dando origem à Jordânia. Por parte de Israel, houve a conquista de cerca de 75% do território que estava destinado ao povo palestiniano, bem como  da parte ocidental de Jerusalém.

Enquanto isso, os britânicos retiraram-se, anulando assim o compromisso que assumiram de manter a ordem e a segurança na região. Foi um lavar de mãos…

A este conflito, outros lhe sucederam, e em cada um deles o Estado de Israel vem anexando sucessivos territórios e criando novos colonatos na Palestina completamente à revelia do direito internacional.

Hoje, numa faixa de terreno de poucas centenas de quilómetros quadrados vivem cerca de 2 milhões de palestinianos em condições totalmente deploráveis.

Independentemente das várias posições políticas, estes são os factos históricos. 

Depois de décadas de guerras e de barbaridades cometidas por ambos os lados, a situação atual não se resume simplesmente ao povo Judeu e ao povo Palestiniano.

Enquanto nos EUA não existir uma política genuinamente interessada e efectivamente empenhada na criação de um Estado Palestiniano, e por outro lado continuar a existir um regime fanático criminoso e patrocionador do terrorismo como é o presente regime Iraniano, nunca haverá paz no Médio Oriente.

Em cada agressão nasce mais uma vingança. Existe uma geração de Israelitas e Palestinianos que foi criada num ambiente e numa realidade de puro ódio. Trata-se de um ciclo vicioso de terror, opressão, agressão e morte. 

Apesar de haver entre estes dois povos um conjunto alargado de pessoas que deseja o fim das hostilidades e que sonha com uma convivência pacífica, existem setores em ambas as sociedades que radicalmente negam a existência mútua. 

A Palestina nem Estado é, a maioria da população vive aprisionada, desgraçada e refém de interesses maiores que vão muito para além da Faixa de Gaza.

Depois de mais esta cruel, hedionda e imperdoável barbaridade cometida pelo Hamas, segue-se a respetiva vingança do governo Israelita. O Ataque à Faixa de Gaza que já começou, vai ser certamente implacável e cruel.

Chegámos ao ponto onde vergonhosamente se estabelece uma macabra competição onde cada um dos lados procura ser vitorioso na contagem dos mortos do lado oposto.

Enquanto os EUA não abdicam de defender os seus interesses geopolíticos na região -  e para tal é fundamental garantir a existência do Estado de Israel - o Irão não desiste do seu projeto de criação do grande califado Xiita no Médio Oriente onde a existência de um estado Judaico não é sequer concebida.

Igualmente em Israel, existem correntes de opinião onde a existência do Estado Judaico só será plena quando as fronteiras do mesmo se estenderem das margens do rio Jordão até ao Mar Mediterrânico.

Enquanto tais radicalismos forem apoiados e suportados, o cidadão comum israelita e o cidadão comum palestiniano continuará a sofrer a ignomínia da guerra. 

Muito se irá escrever e falar sobre este eterno conflito. Creio que chegado ao ponto a que chegámos, uma palavra é suficiente: BASTA.

05.10.23

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Definitivamente este indivíduo não tem vergonha na cara.

Afirma que a Ucrânia não é uma nação porque é constituída por diversos povos.

Ou é completamente estúpido, ou a avença é grande.

Certamente é uma mistura das duas coisas.

11.07.23

Vladimir putin pode não ter amigos em Peniche, mas certamente tem um em Ancara.

De uma assentada, Recep Erdogăn afirmou que a Ucrânia merece entrar para a NATO, concordou com a adesão da Suécia à Aliança e garantiu a escolta turca dos navios mercantes no Mar Negro, caso o acordo dos cereais não seja renovado.

Poucos são aqueles que optam por fazer alianças - sejam elas mais ou menos explicitas - com os fracos, ou que se colocam do lado dos perdedores.

Cada vez fica mais claro que a federação russa, e particularmente o seu presidente, vão sair derrotadas desta alucinante aventura na Ucrânia.

Erdogăn  que tem vindo a trilhar um caminho em cima de um muro estreito, já vislumbrou qual o lado que mais lhe convém. Do lado dos perdedores não será com certeza.

Chegou a hora em que Vladimir Putin deixou de ser o dono absoluto das hostilidades. É a hora das mesmas lhe baterem à porta. 

Cabe aos aliados a tarefa de tornar essa hora mais curta.

08.07.23

Depois de ter chegado ao poder, Vladimir Putin começou a pôr em prática o seu plano para tornar a Ucrânia um estado vassalo da Federação Russa. 

O sucesso que obteve na Bielorussia, não se repetiu na Ucrânia. Usando inúmeros e infundados argumentos, perante a resistência ucraniana, fez então aquilo que os seus antepassados se habituaram a fazer - quem resiste e se opõe à vontade russa tem que ser subjugado.

Em 2014 o processo de subjugação começou com a invasão e anexação da Crimeia, território soberano do estado ucraniano. Seguiram-se as intervenções armadas no Donbass ucraniano onde a estratégia foi a instigação ao conflito entre as comunidades residentes, as operações de sabotagem, o armamento de milícias e o recrutamento de mercenários. O objectivo era desestabilizar toda a região.

Na presença de diferentes opiniões e de desentendimentos entre a população russófona pró-russa e a restante população apoiante do governo de Kiev, a opção não foi o apaziguamento nem a procura de consensos. Em vez disso, a conspiração e a provocação foram o rastilho para inflamar o conflito.

Diante da resistência ucraniana, Vladimir Putin dá então o grande salto em frente e em 24 de Fevereiro de 2022 ordena a invasão em larga escala da Ucrânia.

Passados 500 dias, a Ucrânia e os ucranianos continuam a resistir.

Perante o respeito e admiração de alguns e a desilusão e até desespero de outros, a Ucrânia resiste.

Entre os desiludidos e os desesperados, encontram-se alguns comentadores políticos que mal disfarçam a sua simpatia pelo regime do Kremlin e certas patentes militares que destilam subserviência ao mesmo regime.

O último registo desta tendência foi mais uma intervenção do general Branco. Este senhor mostrou-se muito indignado com a aprovação americana para o fornecimento ao exército ucraniano de bombas de fragmentação.

Nas suas palavras, esta decisão constitui a abertura da caixa de pandora neste conflito.

O general anda muito distraído pois esta caixa já está aberta há muito tempo. Para além do facto de estas armas já terem sido utilizadas pelo exército russo em várias cidades ucranianas provocando milhares de vítimas civis, são factos igualmente comprovados que a sua utilização foi uma realidade nas guerras iniciadas pelos russos na Tchetchênia e particularmente pela devastação levada a cabo pelos mesmos russos na cidade de Aleppo na Síria.

Por essa altura poucos conheciam este general, não aparecia nas televisões - de guarda à dita caixa não estava com certeza - se o estivesse, talvez dezenas de milhares de civis sírios não tivessem sido chacinados.

Esta distração deste nosso general deve-se somente à trela ideológica que carrega, e que sem pudor ostenta livremente nas televisões. 

O desespero que atribuem aos ucranianos por estes pretenderem usar estas armas para conseguirem expulsar o invasor da sua terra, é na verdade atribuível àqueles que não suportam vislumbrar o cenário onde Putin e o seu gangue de assassinos saiam da Ucrânia completamente derrotados e sem um palmo de terra ucraniana.

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