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A Política somos nós

A Política somos nós

30.08.23

https://www.dn.pt/internacional/ucrania-pode-tornar-se-independente-da-russia-com-descoberta-de-reservas-de-gas-16935229.html

 

Existem pessoas que por razões várias, acreditam que Vladimir Putin e a sua corte de agentes dos serviços secretos, decidiram invadir a Ucrânia com a justificação de que o território ucraniano servia de base para organizações nazis. Segundo o Kremlin, as mesmas constituem uma grande ameaça à federação russa, e como tal, é estritamente necessário eliminá-las. Para além desta ameaça, o Kremlin afirma que a Ucrânia dispõe de armas nucleares e que está pronta para as usar contra a federação russa. Putin invoca constantemente a proximidade da NATO às fronteiras da federação russa, e por todos os meios procura convencer o zombie povo russo de que tal proximidade constitui uma ameaça iminente.

Esta é a retórica russa que levou diretamente a Europa, que vivia em paz, para uma guerra devastadora e sem fim à vista.

Por outro lado, existe a realidade do terreno.

A península da Crimeia ocupa uma posição estratégica de excelência no Mar Negro. Posição essa que a federação russa não possui em nenhuma região do seu vastíssimo território. São inúmeras as mais valias da península da Crimeia.

Os territórios do Donbass, têm no seu subsolo, enormes reservas de gás natural, entre outras riquezas minerais.

As planicies da Ucrânia produzem grande parte do trigo no mundo inteiro.

Não aos olhos de putin, mas sim aos olhos em quem nele acredita, estas novas reservas de gás natural recentemente descobertas, são com certeza de origem Nazi e devem ser imediatamente colocadas sob controlo da federação russa.

Em conspirações, falsidades, embustes, ou em simples asneiras, acreditam aqueles que querem e os outros que a isso, por diversas razões, são obrigados.

Putin entrou na Ucrânia para assassinar, pilhar e tomar posse. Só parará quando for destruído.

 

13.08.23

Quando em 27 de Fevereiro de 2014 o território soberano ucraniano da Crimeia foi invadido por tropas não identificadas provenientes da federação russa, o mundo inteiro assobiou para o lado, com especial destaque para os EUA.

Seguiram-se as sabotagens e as violações territoriais no Donbass levadas a cabo por agentes e paramilitares russos, e o mundo continuou a assobiar para o lado.

Em 24 de Fevereiro de 2022 acordaram todos com as calças na mão. Ficou provado que quando se viola o direito internacional devagarinho, não há razões para receios e pode-se perfeitamente assobiar para o lado, legitimando assim o terrorismo de estado daqueles cujo arsenal nuclear assegura que nada contra será efectuado.

Já se ouvem os assobios para o lado perante a concentração de tropas do grupo Wagner (o mesmo que invadiu a crimeia em 2014), junto das fronteiras da Polónia e da Lituânia.

Dizem os entendidos de que se trata de uma manobra de diversão russa para deslocar tropas ucranianas para a fronteira com a Bielorrússa. Os mesmos entendidos que afirmaram que uma invasão russa a território ucraniano era altamente improvável.

A situação na fronteira polaca com a Bielorrússia é um barril de pólvora colocado pelo regime do Kremlin. À mínima faísca, putin envocará o pretexto de que algum russófono está em perigo e é obrigação da federação russa intervir em seu socorro.

Quanto mais atrasada for a vitória da Ucrânia no conflito, mais se agravará a situação em toda a região.

Se o caldo entornar para dentro da Polónia, não serão só as calças que o mundo ocidental terá que segurar.

 

 

08.07.23

Depois de ter chegado ao poder, Vladimir Putin começou a pôr em prática o seu plano para tornar a Ucrânia um estado vassalo da Federação Russa. 

O sucesso que obteve na Bielorussia, não se repetiu na Ucrânia. Usando inúmeros e infundados argumentos, perante a resistência ucraniana, fez então aquilo que os seus antepassados se habituaram a fazer - quem resiste e se opõe à vontade russa tem que ser subjugado.

Em 2014 o processo de subjugação começou com a invasão e anexação da Crimeia, território soberano do estado ucraniano. Seguiram-se as intervenções armadas no Donbass ucraniano onde a estratégia foi a instigação ao conflito entre as comunidades residentes, as operações de sabotagem, o armamento de milícias e o recrutamento de mercenários. O objectivo era desestabilizar toda a região.

Na presença de diferentes opiniões e de desentendimentos entre a população russófona pró-russa e a restante população apoiante do governo de Kiev, a opção não foi o apaziguamento nem a procura de consensos. Em vez disso, a conspiração e a provocação foram o rastilho para inflamar o conflito.

Diante da resistência ucraniana, Vladimir Putin dá então o grande salto em frente e em 24 de Fevereiro de 2022 ordena a invasão em larga escala da Ucrânia.

Passados 500 dias, a Ucrânia e os ucranianos continuam a resistir.

Perante o respeito e admiração de alguns e a desilusão e até desespero de outros, a Ucrânia resiste.

Entre os desiludidos e os desesperados, encontram-se alguns comentadores políticos que mal disfarçam a sua simpatia pelo regime do Kremlin e certas patentes militares que destilam subserviência ao mesmo regime.

O último registo desta tendência foi mais uma intervenção do general Branco. Este senhor mostrou-se muito indignado com a aprovação americana para o fornecimento ao exército ucraniano de bombas de fragmentação.

Nas suas palavras, esta decisão constitui a abertura da caixa de pandora neste conflito.

O general anda muito distraído pois esta caixa já está aberta há muito tempo. Para além do facto de estas armas já terem sido utilizadas pelo exército russo em várias cidades ucranianas provocando milhares de vítimas civis, são factos igualmente comprovados que a sua utilização foi uma realidade nas guerras iniciadas pelos russos na Tchetchênia e particularmente pela devastação levada a cabo pelos mesmos russos na cidade de Aleppo na Síria.

Por essa altura poucos conheciam este general, não aparecia nas televisões - de guarda à dita caixa não estava com certeza - se o estivesse, talvez dezenas de milhares de civis sírios não tivessem sido chacinados.

Esta distração deste nosso general deve-se somente à trela ideológica que carrega, e que sem pudor ostenta livremente nas televisões. 

O desespero que atribuem aos ucranianos por estes pretenderem usar estas armas para conseguirem expulsar o invasor da sua terra, é na verdade atribuível àqueles que não suportam vislumbrar o cenário onde Putin e o seu gangue de assassinos saiam da Ucrânia completamente derrotados e sem um palmo de terra ucraniana.

17.06.23

O glorioso exército vermelho, responsável pela derrota nazi no leste europeu durante a segunda grande guerra mundial, está a ser convertido num enorme gangue de assassinos, de violadores e de simples ladrões.

Perante uma elite rica e poderosa que sustenta o corrupto e mafioso estado russo, Vladimir Putin não ousa lançar nos campos de batalha da Ucrânia, a fina flor da juventude de cidades russas como Moscovo e São Petersburgo.

A inimaginável solução passa então por esvaziar as prisões russas e fardar a bandidagem com promessas monetárias e de perdão pelos crimes cometidos.

Para além da execrável estratégia, sobra o verdadeiro atentado ao estado de direito russo, que deste modo torna-se verdadeiramente inóculo. 

Para o povo russo, trata-se certamente de uma excelente medida. Para além de proporcionar uma oportunidade de redenção dos criminosos, será também uma forma de se livrarem daquilo que pior existe na sua sociedade. 

Por cá, nem uma palavra condenatória por parte de algumas altas patentes militares, das quais basta ouvir a primeira frase para podermos concluir sobre a origem da avença. São sempre os mesmos, perfeitamente identificáveis, manifestamente patéticos e totalmente desprezíveis. Há que dar espaço ao contraditório. É assim que funcionam os regimes democráticos. A exposição daquilo que não presta, permite sempre tirar conclusões, a primeira das quais, é com certeza evitar a referida exposição.

É esta mesma gente que apoia a destruição da soberania ucraniana em nome da salvação da face do carniceiro do Kremlin.

Todos somos livres de pensamento e de consciência para acreditar que a solução para este conflito reside na negociação com Putin.

Eu, contrariamente, rejeito qualquer tipo de negociação com criminosos de guerra, terroristas e mentirosos incuráveis. A única solução, o incontornável desfecho desta crise bem presente nas nossas fronteiras, é invariavelmente a total derrota da Federação Russa na guerra que por ela foi planeada, fomentada e levada à prática - apesar da mentira intrínseca ao batizá-la como operação militar especial.

Depois de Putin outros virão, melhores ou piores. Com eles lidaremos assim como lidámos com Hitler e Mussolini. 

A sua retórica nuclear e de quem o rodeia, apesar de preocupante, funciona mais como ameaçadora do que executora. Além disso, é importante considerar que a classe militar da Federação Russa é tudo menos homogênea, e muito menos uniforme no que diz respeito à sua atuação. Acreditar que o poder nuclear é exclusividade do dedo de Putin, é um erro.

Na verdade, Putin quer ficar na história como o líder que restaurou o império russo, e não como aquele que foi responsável pela aniquilação nuclear do mesmo.

Qualquer pequena vitória russa na Ucrânia, representará uma enorme derrota para a Europa e para o Mundo. As consequências disso serão imprevisíveis e certamente perigosíssimas.

21.03.23

O Major general Agostinho Costa crê piamente que os territórios ucranianos usurpados pela federação russa nunca mais voltarão a estar sob a soberania ucrâniana.

Ridiculamente pede desculpa à Senhora doutora jornalista e aos telespectadores por esta crença, e nas suas declarações procura impingir a ideia que sempre se poderá encontrar uma justificação para um crime.

Pateticamente sorri para as câmaras, enquanto afirma que ninguém acredita que a Ucrânia recuperará os seus territórios, e implicitamente, sugere que todos nós nos devemos conformar com isso.

Faltam as palavras para classificar as intervenções deste senhor. Uma coisa é certa: a crença de que a avença é valiosa. 

14.03.23

Durante o conflito a decorrer na Ucrânia, milhares de crianças ucranianas provenientes de instituições e de separações forçadas das suas famílias, foram transferidas para a federação russa ou para zonas do território ucraniano ocupado.

A federação russa enfrenta já há alguns anos graves problemas demográficos onde o envelhecimento da população representa um perigoso indicicio daquilo que será a sociedade russa nas próximas décadas.

Paralelamente a uma sociedades envelhecida, a Rússia enfrenta o êxodo de milhares de jovens para o estrangeiro, fugindo de um regime atrasado e repressor.

Depois de serem os prisioneiros russos a morrer no campo de batalha, serão os jovens russos a enfrentar o mesmo destino, sendo que o número destes já falecidos, contribui seriamente para o problema de demografia russa.

Este regime pernecioso do Kremlin, para além de tomar posse pela força de território de um estado soberano, de provocar centenas de milhares de vítimas, de destruir inúmeras infrastruras civis, de arrasar cidades inteiras, tem ainda a imoralidade de roubar aquilo que mais rico uma sociedade pode ter: as suas crianças.

Para os vergonhosos defensores deste regime, com certeza que estas são mentiras ocidentais, ou então, a serem verdade, constituem uma oportunidade única para estas crianças obterem um futuro promissor num país repleto de virtualidades. Serão até capazez de afirmar que estas crianças foram salvas pelo regime russo do demónio ocidental.

Para o cidadão normal, de bem e que lava a cabeça apenas por fora, este precioso saque de guerra, constitui um hediondo crime contra a humanidade.

Não existem acordos de paz do chinês, nem hesitações ocidentais que o possam encobrir e deixar sem castigo.

 

09.03.23

O pai está preso por ter uma posição crítica ao governo russo no que diz respeito à invasão e consequente guerra na Ucrânia.

A filha adolescente foi colocada num centro para menores e foi proibida de estabelecer qualquer contacto com o mundo exterior.

É este regime que é apoiado em Portugal pela carneirada do PCP e que na figura de alguns palermas que por este e por outros blogues, descarregam toda a sua presunção ao acharem que os outros engolem o seu discurso robótico,  onde pateticamente fingem a sua solidariedade com o povo ucraniano.

Este regime que amordaça as pessoas, tem que obrigatoriamente, e a qualquer custo, ser rejeitado pelas democracias ocidentais.

Não o queremos nas nossas sociedades, e devemos estar prontos para o combater sempre que os donos do mesmo o tentem impôr.

https://www.dn.pt/internacional/crianca-russa-proibida-de-contactos-com-o-exterior-apos-prisao-do-pai-15967232.html

23.02.23

Nesta madrugada somam-se 365 de guerra na Ucrânia.

Depois de em 2014 invadir e tomar posse da Crimeia, território ucraniano, e iniciar uma guerra de atrito e sabotagem na região do Donbass ucraniano, a Federação Russa deu início a uma invasão militar em larga escala na Ucrânia.

O resultado desta agressão traduz-se em centenas de milhares de mortos e feridos entre a população civil, centenas de casos de tortura e de execuções sumárias perfeitamente identificadas e documentadas por várias organizações internacionais, mais de 14 milhões de desalojados dentro e fora da Ucrânia, dezenas de milhares de cidadãos ucranianos deportados para território russo, e a mais completa destruição de estruturas civis em vastas regiões do país.

Estes são os factos indesmentíveis e incontornáveis que ficarão na história das primeiras décadas do século XXI, e que independentemente das mais variadas opiniões de políticos, de analistas e do público em geral, ficarão registados para memória futura.

De certos setores da sociedade ocidental, surgem alguns saudosistas do regime soviético, que olham para Vladimir Putin e para o seu regime como a reencarnação do velho império soviético. Tal como Putin, sentiram a derrota da utopia marxista e mal digeriram a queda da URSS.

Apesar das diferenças entre os dois regimes, veem no regime do Kremlin o oponente mais agressivo ás sociedades democráticas do ocidente e particularmente aos EUA. Isso basta-lhes, para justificar o injustificável e para tolerar o intolerável.

Desvalorizada esta corrente minoritária de opinião, prevalece o sentimento geral de que esta agressão constitui uma autêntica vergonha.

Mesmo no resto do mundo, particularmente na Índia e na China - considerando que as posições dos respetivos governos, são representativas de compreensíveis interesses geopolítico dos mesmos, - a população comum, com exceção daqueles que por razões várias se abstêm de dar a sua opinião, encara este conflito como algo, no mínimo desnecessário e injustificável.

Nos primeiros dias de guerra, escrevi um texto onde considerei que a derrota militar de Putin e da Federação Russa tinha começado exatamente no primeiro dia da invasão. Passado um ano, acredito que tal tendência não se inverteu, apesar dos avanços e recuos da linha da frente.

No campo de batalha as perdas humanas e de material têm sido gigantescas para ambos os lados, contudo, o oponente que está na defensiva leva vantagem sobre quem procura ganhar terreno.

Os militares ucranianos, ao contrário do passado de 2014, encontram-se agora bem treinados e substancialmente melhor equipados. Conhecedores do terreno, e com a extrema motivação de quem defende a sua pátria, têm conseguido reter o gigantesco exército russo na sua ofensiva, conseguindo até recuperar alguns territórios antes anexados.

Enquanto que a linha da frente pouco tem oscilado, as forças russas que supostamente deveriam ter ganho a guerra em poucas semanas, enfrentam aquilo que nunca sonharam enfrentar e as poucas vitórias alcançadas têm tido um preço insustentável em baixas e em material.

Da Federação Russa têm fugido centenas de milhares russos. São aqueles que, ou por medo de serem recrutados para a guerra, ou por simplesmente não suportarem mais o quotidiano da sociedade russa, abandonam o país deixando para trás os que sem outra alternativa se mantêm submissos ao regime opressor, e os outros que declaradamente o apoiam.

Estes últimos, consideram Vladimir Putin como sendo o verdadeiro herói da Rússia, digno sucessor de outros líderes que no passado garantiram que o seu país não se contentasse em ser apenas isso, um país. Para estes, é necessário a existência de um líder suficientemente forte que garanta que a Rússia seja um império, - nem que para isso se concretizar, tenha que pela força das armas submeter os vizinhos à sua autoridade e ao seu domínio.

Apesar de ser um facto que alguns pretendem negar, os efeitos das sanções já fazem grande estrago na economia russa. Os lucros com as exportações de hidrocarbonetos russos decaíram consideravelmente e as vendas a países como a China e a Índia não conseguem equilibrar a balança.

Manter esta guerra tem tido um peso brutal sobre as reservas russas, tanto em termos financeiros como em material de guerra. É um preço que a médio prazo se vai tornar insustentável para a economia Russa.

Para além das fronteiras da Federação Russa, o regime do Kremlin vê agora alguns dos seus vizinhos ora sendo mais parte da NATO, ora estando mais perto da esfera de influência chinesa.

Depois de décadas de desinvestimento militar, a Europa entra numa nova era de produção de armamento e revê profundamente a sua política de defesa comum.

Findada a guerra fria, a Europa viveu um período de desenvolvimento onde os recursos outrora orientados para o campo da defesa militar, foram sendo aplicados em políticas de desenvolvimento económico e social.

Em sentido contrário, Putin, criou uma ideia falsa entre o povo russo, onde a proximidade de regimes democráticos junto das fronteiras da Federação Russa, constituía uma ameaça à segurança nacional.

A realidade mostrou exatamente o contrário. De entre todos os países antes pertencentes ao Pacto de Varsóvia, sendo ou não membros da NATO, nenhum sequer equacionou, e muito menos concretizou qualquer agressão à nação russa. Já o contrário, está à vista de todos desde que Vladimir Putin assumiu o poder.

Há um ano atrás, os russos eram fortes parceiros económicos das grandes economias europeias - Hoje, a palavra de ordem dos governos destes países é a de que o regime do Kremlin se tornou uma ameaça à segurança europeia e que a sua derrota neste conflito se tornou imperativa.

Mesmo com todas as hesitações por parte dos dirigentes dos países da NATO, cada vez mais se acentua o esforço conjunto para fornecer à Ucrânia os meios não apenas para se defender, mas sim para conseguir derrotar o exército russo.

Um ano depois, a grande questão que se coloca não é se a Federação Russa sairá derrotada ou não do conflito – A questão é saber quando isso ocorrerá.

E quando essa resposta for obtida, questão maior se colocará: O que será da maior potência nuclear do planeta depois do rescaldo da derrota?

Neste momento, Putin trava uma luta não contra o povo ucraniano, mas sim contra o seu próprio povo e pela sua sobrevivência política. Quando o seu exército sair derrotado no campo de batalha da Ucrânia, será também o fim da era de Vladimir Putin.

Os russos não suportam líderes derrotados em conflitos militares, e a história faz-lhes jus.

Enquanto isso, os ucranianos insistem na ideia por alguns tanto contestada:

Preferem morrem de pé do que viver de joelhos.

Entre a vergonha e a honra, a história não nos esquecerá.

11.02.23

A convite de um estado agressor, Roger Waters fez uma triste figura na ONU ao proferir um discurso na qualidade de "ativista civil a favor da paz".

Roger Waters considera que a invasão militar por parte da Rússia ao território ucrâniano, constitui uma ilegalidade, mas por outro lado, condena a resposta ocidental no que diz respeito à ajuda militar concedida à Ucrânia.

Esta posição, coloca Roger Waters como sendo um apologista da impunidade perante a ilegalidade.

Num cenário em que a sua pátria, o Reino Unido, fosse invadida militarmente por uma força estrangeira, provavelmente isso seria fonte de inspiração para este músico escrever uma canção onde seriam condenados tanto a escalada do armamento como os grandes lucros das empresas que o produzem.

A destruição do seu país e a morte do seu povo, certamente não teriam espaço na letra da composição, como igualmente não houve espaço no seu discurso para uma palavra de apoio ao povo ucraniano.

Entre as variadas reacções ao seu discurso, houve uma que considerou o músico como sendo mais um tijolo na parede que constitui a propaganda russa.

Na minha opinião, Roger Waters é apenas mais um daqueles “pacifistas” incompetentes e imorais sem soluções nem moral para abordar o assunto.

Incompetente, porque não apresenta nenhuma solução credível e exequível para que a paz seja alcançada. Na prática, Roger Waters nada fez no sentido de se encontrar uma solução para o problema, e ao apresentar-se na ONU como convidado por uma das partes do conflito, pior ainda, pela parte agressora, não perdeu a credibilidade que na verdade nunca teve, perdeu apenas a oportunidade de não fazer uma triste figura.

Um "ativista civil a favor da paz" nunca pode aceitar um convite de um regime que independentemente das inúmeras opiniões e posições, foi quem na realidade iniciou um conflito militar.

Imoral, porque condena o fornecimento de armamento à Ucrânia, o mesmo armamento que permitiu que até agora Kiev não se tivesse transformado noutra Bucha.

Imoral, porque aceitou um convite de um regime criminoso e já agora, um dos maiores fabricantes de armas do planeta, detentor do maior arsenal nuclear entre todas as nações.

Imoral, porque ao criticar o fornecimento de armas à Ucrânia, pretende colocar um povo numa posição de total subjugação perante um agressor que indiscutivelmente pretende a anulação e consequente anexação de uma nação soberana e independente.

A paz pretendida por Roger Waters nada mais é do que a aceitação e normalização por parte do mundo inteiro, e particularmente pelo povo ucraniano, que uma nação agredida tem obrigatoriamente que se render aos pés de um agressor que violou todas as leis do direito internacional e que ao longo de quase um ano tem vindo a usurpar território alheio e a massacrar a sua população.

Para Roger Waters, o legítimo direito à defesa do povo ucraniano, constitui apenas uma conspiração internacional para o incremento do comércio de armas.

Todos os homens e mulheres de bem desejam um mundo sem armas e sem guerras. Esse mundo por enquanto ainda não existe, e não será com toda a certeza com o contributo de Roger Waters que o vamos alcançar.

15.10.22

Todos os tiranos têm uma vertente patética.

Vladimir Putin, expressa-o bem, desde logo pela sua peculiar forma de caminhar. Balançando a sua fraca figura, num movimento que aparenta demonstrar a agilidade para se desviar de todos os golpes que de forma paranoica receia ser alvo. Usando uma expressão portuguesa, é um “pintas”.

No seu último discurso, afirmou que esta guerra é no mínimo, desagradável, e quase prometeu que a Federação russa, ou seja, ele, não iria lançar mais ataques massivos contra o território ucraniano, a não ser que fosse necessário, claro. Se por acaso os serviços secretos descobrirem algum “nazi” em qualquer aldeia ou cidade ucraniana, logo 10 ou 20 misseis serão lançados. Se não acertarem no dito, pelo menos vai-se arrasando o resto.

A imagem patética surge agora no ser cruel e sem escrúpulos. Isolado, odiado, já contestado internamente, assiste às derrotas no terreno das suas hordas de selvagens embriagados, às quais chama exército.

Enquanto os seus paióis se vão esvaziando, o material de guerra fornecido pelo ocidente à Ucrânia, vai aumentando em quantidade e qualidade. Se este processo fosse incrementado de forma mais eficiente, o fim desta guerra estaria certamente mais próximo.

Essa data chegará, e não será apenas Putin e os muitos russos que o apoiam que sairão derrotados. Todos os outros que o apoiam e defendem, ocuparão igualmente o lugar dos derrotados.

28.09.22

Novos refugiados estão a chegar à Europa Ocidental, e são às centenas de milhares.

Desta vez não são originários de países em guerra dentro das suas fronteiras; nem são de origem africana ou do Médio oriente; nem são muçulmanos. São brancos caucasianos, cristãos e, imagine-se: são europeus ocidentais na sua esmagadora maioria.

Não chegam em barcos sobrelotados atravessando o Mar mediterrânico; nem percorrem milhares de quilómetros a pé cruzando os territórios entre o Médio oriente e a Europa. Na verdade, esgotam os voos e causam filas de automóveis de dezenas de quilómetros.

São os refugiados de Putin. Fogem da Federação Russa. Fogem de uma guerra que não decorre na sua pátria, mas sim em pátria alheia.

O tão maléfico Ocidente é agora o seu refúgio. Ao que parece deixou de ser assim tão ameaçador. Os países da terrível NATO não os estão a receber com armas apontadas, no mínimo, vedarão a sua entrada.

Aquela maioria que apoiou e continua a apoiar Putin, (no último ato eleitoral realizado na Federação Russa, Vladimir Putin teve um resultado esmagadoramente favorável, mesmo considerando a falta de fiabilidade dos resultados eleitorais na Rússia), é agora confrontada com a mobilização militar.

A guerra que é apresentada pelos autómatos das televisões estatais russas como sendo uma operação militar especial, é agora uma verdadeira guerra e tem que ser encarada no campo de batalha.

Nunca saberemos quais aqueles que entre estas centenas de milhares que fogem, são ou não apoiantes do regime do Kremlin, e na verdade isso pouco importa. O que sabemos, é que na boa parte dos casos, quando a trampa nos bate à porta, o heroísmo, o nacionalismo e até algum romantismo são relegados para segundo plano.

Quando se deu a invasão do território ucraniano, foram apenas as mulheres e as crianças que fugiram do país Os homens, na sua maioria, ficaram para combater e defender a sua pátria. Ao invés disso, quando a Federação Russa tenta mobilizar forças para combater na Ucrânia, são famílias inteiras de russos que fogem do país. Até nisto Vladimir Putin continua a perder a guerra.

Ao que parece, entre os russos, escasseiam os heróis e os nacionalistas que estariam prontos para “desnazificar” a Ucrânia, libertar os irmãos do Donbass ou até mesmo para contribuir para o alargamento do já tão vasto território russo.

Com a possibilidade de ucranianos residentes nas zonas ocupadas serem mobilizados para combaterem ao lado do exército russo, sendo assim obrigados a matar o seu próprio povo, o clima nas falanges russas que está longe de ser motivante, irá tornar-se tóxico.

Nas gélidas noites do inverno que se avizinha, vai ser complexo para os soldados russos verem de que lado vêm as balas...

24.09.22

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A democracia é realmente algo extraordinário. Permite-nos expressar as nossas opiniões em perfeita liberdade e sem qualquer tipo de coação.

A democracia cria espaços e concede o direito a todos os cidadãos de exercerem os seus direitos não tolhendo de nenhuma forma as opiniões e posições por mais controversas que elas sejam.

Contudo, esta benesse também expõe as nossas intervenções a possíveis críticas. A figura que fazemos não é escrutinado pela democracia em si, mas pode muito bem sê-lo por outros cidadãos.

O dever de cidadania e de democrata, obriga-me a aceitar o direito ao contraditório, ao absurdo, ao inconveniente, - porém, reservo-me ao direito de discordar, de criticar e de me indignar.

A figura que este Major General tem vindo a fazer sempre que é convidado pelos meios de comunicação televisivos, é na minha opinião, triste e ridícula.

Independentemente da opinião que expressa, são os argumentos e explicações que apresenta, que fazem das suas intervenções algo vergonhoso.

As contradições, as inverdades, e as especulações são tão evidentes, que nem as opiniões mais tendenciosas conseguem ignorar.

Sobre as questões que lhe colocaram sobre os referendos que neste momento decorrem em território ucraniano ocupado, foi completamente incapaz de tecer um mínimo comentário negativo sobre o assunto.

É perfeitamente vergonhoso que um representante das forças armadas de um país soberano como é Portugal, não tenha a capacidade de apontar uma ilegalidade quando ela é tão descaradamente evidente.

A democracia tem destas coisas, por vezes constatamos que os nossos impostos para além de sustentarem o nosso estado de direito, também servem para alimentar certas indignidades.

23.09.22

A Mãe Rússia na pessoa de Vladimir Putin chamou-lhe “operação militar especial”; agora existe uma madrasta que lhe chama guerra.

Para milhares de patriotas russos que durante estes meses assistiram sentados nos seus sofás à “libertação dos ucranianos” de todos os males da terra, a guerra entrou-lhes pela porta.

Pela mesma porta começam agora a sair os seus filhos, que forçados a abandonar as escolas e universidades, e mesmo não sendo da vontade de muitos, vão cumprir o desígnio supremo: tornarem-se heróis da Rússia.

Outros filhos, temendo esta madrasta, abandonam aos milhares a sua Mãe Rússia e entram no primeiro avião que os transporte para qualquer país que não lhes exija um visto.

Depois das derrotas consecutivas no campo de batalha, a mobilização forçada. Talvez o próximo passo do Kremlin seja erguer muros à volta dos aeroportos para assim suster a sangria de russos que não desejam ser heróis, desejam apenas viver em paz.

Das mais longínquas regiões da Federação, partirão aqueles que sem nunca terem conhecido Moscovo ou São Petersburgo, fazem as vezes dos "russos brancos” como o filho do ministro Peskov que não tem jeito para ser herói.

Mas não será só dos confins da Rússia que virão os homens que alimentarão a guerra de Putin e dos milhões de russos que o apoiam. Esta mobilização "parcial” já é na realidade uma mobilização geral. À boa maneira russa, mascarou-se a coisa para não criar mais mau estar entre alguma população, e vai-se mobilizando, agora 300.000, e depois outros milhares lhes seguirão.

Tal como Putin já afirmou, não é necessário ter pressas nesta guerra. Certamente que as mães russas terão pressa em ver o regresso dos seus filhos a casa, resta saber qual será a reação das mesmas quando forem informadas que os seus filhos morreram na Ucrânia. Um orgulho para a família ou um sacrifício estéril?

Sem pressa para acabar a guerra, a Mãe Rússia transforma-se em madrasta e será igualmente sem pressa, que os sorrisos e cânticos nas manifestações orquestradas pelo regime, se transformarão em sofrimento e desgosto.

Agora nem “operação” nem “especial”, agora, para os russos é guerra, e das guerras, normalmente só regressam os que se esconderam das balas, - os heróis ficaram no campo de batalha.

21.09.22

Vladimir Putin discursou mais uma vez para o povo russo. Falou em nazis, falou em massacres sobre o povo russo, falou no perigo que a Federação Russa enfrenta devido às intenções da NATO em invadir e fragmentar a nação russa, e falou também mais alguns disparates em que só o povo russo acredita, pelo menos boa parte dele.

Para uma população que sofreu na pele aquilo que mais nenhuma outra sofreu às mãos dos exércitos nazis durante a segunda grande guerra, é particularmente assustador ouvir o seu líder afirmar que mais uma vez os nazis estão à sua porta e desta vez trazem reforços. Quando essa mesma população, na sua esmagadora maioria, nunca saiu do seu país, desconhecendo desta forma outra qualquer realidade, este é um discurso dirigido a zombies.

É um discurso igualmente dirigido aos fundamentalistas e ultranacionalistas russos tão saudosos do velho império soviético. O próprio partido comunista russo apoia incondicionalmente o escalar deste conflito. Por outro lado, os corruptos oligarcas russos sabem que se a guerra for perdida e Putin cair, eles também caem, - como tal, alinham neste discurso de ameaça e confrontação.

Nas grandes cidades russas alguns corajosos protestam, são espancados e presos, enquanto outros, os que podem, abandonam um país onde a sobrevivência em todas as suas vertentes é já uma preocupação crescente.

Para o mundo ocidental, este discurso serve como mais uma ameaça, no sentido em que é manifestada por parte de Putin a intenção da Federação Russa manter e levar esta guerra até à última das consequências, e onde o uso de armas nucleares não é descartado, pelo contrário. É preciso aumentar a ameaça e fazer crescer o medo, principalmente quando no campo de batalha as derrotas se acumulam.

Esta é uma ameaça que tem que ser levada a sério. Não podemos nem devemos cair no erro de acreditar que tal absurdo é impensável até para uma personagem como Putin.

Nada mudou pois. A guerra continua, a ameaça nuclear continua, a hipocrisia chinesa continua e a resistência do povo ucraniano e das democracias que o apoiam vai ter que continuar.

No próximo inverno o frio vai ser apenas um detalhe.

20.09.22

Agora que a senhora foi sepultada, e que descanse em paz, seria importante que o mundo se concentrasse de novo naquele assunto que aos olhos de muitos se tornou chato.

A expressão “guerra na Ucrânia” até parece que causa alguma urticária a certa opinião pública que instintivamente acabou por banalizar o assunto. Se Vladimir Putin proibiu a palavra "guerra", por cá, a palavra quase que incomoda.

O problema mesmo é o preço do gás para aquecer o inverno e o preço da energia para alimentar os Teslas. Os governos que encontrem soluções para este problema, mas por favor não chateiem mais com esse assunto da guerra.

Mais umas aldeias arrasadas pelos mísseis de Putin, mais umas dezenas de crianças mortas, ou mais uma valas comuns encontradas, já fazem parte da banalização que se faz da carnificina.

Quando o recuo das tropas russas for demasiado humilhante para a canalha que rodeia Vladimir Putin e ele próprio recear pelo seu lugar, talvez a guerra torne a ser mesmo guerra. Quando os meios militares convencionais do Kremlin derem provas definitivas da sua ineficácia, e o real perigo de uma escalada no que diz respeito aos meios envolvidos no conflito, aquele assunto chato que não abandonava as televisões, irá voltar a ser importante. Enquanto os obuses forem convencionais, é apenas chato.

Afinal não era só na guerra do saudoso Raul Solnado, que havia intervalos. Esta também está a ter um intervalo, mas é apenas televisivo. Para os distraídos e para os que o preferem ser, a mesma segue dentro de momentos. E o que vem aí não é nada auspicioso.

https://www.bing.com/videos/search?q=Raul+solnado&qpvt=Raul+solnado&view=detail&mid=CC4B5BA3A5354E8FA14BCC4B5BA3A5354E8FA14B&&FORM=VRDGAR

 

 

17.09.22

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Perante as últimas revelações sobre novas valas comuns descobertas em território ucraniano, concretamente na região de Izium que esteve sob ocupação do exército russo, seria oportuno por parte dos canais televisivos nacionais, o convite a certas personalidades no sentido de escutar das mesmas, as suas opiniões sobre os novos factos.

Por exemplo: seria interessante obter a posição do projeto de espião chamado Alexandre Guerreiro, que consistentemente encontra argumentos para defender o regime criminoso do Kremlin.

Talvez neste caso nos confessasse que tinha conseguido ele próprio, espiar este cenário de guerra, desculpem, nas suas próprias palavras, “operação militar especial”, e como tal, podia justificar tais sepultamentos, como sendo cerimónias fúnebres de elementos idosos da população de Izium , e todos decorrentes de morte por causas naturais.

A presença de alguns generais com mais ou menos estrelas, seria indiscutivelmente importante para explicar ao público televisivo que tais valas, eram na realidade, trincheiras cavadas pelo bravo e glorioso exército russo, e que a presença nas mesmas dos corpos dos cidadãos de Izium se devia apenas ao facto de que estes, no caminho para suas casas, tinham tropeçado, e por via disso se precipitado dentro das referidas trincheiras. O detalhe dos corpos com mãos e pés atados, tinha igualmente explicação: os soldados russos gostaram tanto da companhia dos habitantes da região dentro das suas trincheiras, que optaram por lhes atar os pés, não fossem os mesmos quererem fugir. Já o atar das mãos foi para prevenir que não tocassem em nada.

E por incrível que pareça, a enorme sapiência destes nossos génios militares encontraria igualmente explicação para os buracos encontrados nas cabeças destas pessoas, - tal ocorrência tinha sido o resultado de balas provenientes das armas de atiradores furtivos ucranianos que confundiram os civis com soldados inimigos, ou quem sabe, não teria sido um acto premeditado por parte dos ucranianos em assassinar o seu próprio povo.

Por fim, Miguel Sousa Tavares poderia igualmente dar o seu contributo para o debate, fazendo aquilo que melhor sabe fazer, dizer disparates.

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