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A Política somos nós

A Política somos nós

18.07.25

Foi engano. Como quem liga para um número errado e pede desculpa pelo lapso.

Na matemática militar do governo extremista israelita - não confundir com o Estado de Israel - o cálculo é simples :

Por cada terrorista do Hamas morto, morrem 100 crianças. É este o preço.

Para que estes inocentes não tivessem que morrer, as tropas israelitas na sua caça aos elementos do Hamas teriam que percorrer Gaza casa a casa e não bombardear massiva e indescreminadamente.

Não é necessário ser especialista militar para perceber que este combate urbano representaria um número de baixas no exército israelita completamente inaceitável para a sociedade civil de Israel.

O governo fundamentalista de Israel faz simplesmente aquilo que quer. Sem regras, sem respeito e sem limites. 

De vez em quando pedem desculpa por algum "engano". Ataques a instalações da ONU, ataques a locais de culto, ataques a centros de distribuição de ajuda humanitária ou simplesmente a campos de refugiados. 

" ... desculpem lá ! Foi engano ... tínhamos que atacar aquela zona porque estavam lá 2 ou 3 terroristas. Os 50 civies mortos foi uma fatalidade... é  a guerra... "

Com o total apoio do amigo americano, o governo israelita continua a disparar para todos lados e a chacinar tanto quanto no se entender for necessário para alcançaros os seus objectivos - sejam eles legítimos ou não.

E ai de alguém que critique este comportamento israelita. É imediatamente conotado como anti semita. Agora é uma moda que dá muito jeito aos populistas e extremistas - se alguma voz se levantar contra eles, então coloca-se um rótulo com conotação negativa.

Se ser opositor à matemática de extermínio do governo de Israel, representa ser rotulado como anti semita; então eu mesmo coloco o rótulo.

 

10.07.25

Mais do que a vontade de escrever, sobra a necessidade de desabafar.

O assunto é o de sempre e a tragédia é maior.

Aquele assunto que instintivamente procuramos passar á frente com um toque no comando da televisão. Já cansa. Incomoda.

Aquele assunto que agride a nossa consciência quando a violência das imagens eclipsa qualquer réstia de tendencionalismo ou retórica política.

No canal seguinte já se fala de outra coisa mas o que é certo é que árabes e judeus, inocentes, continuam a morrer em Gaza, na Cisjordânia e em Israel.

Não consigo deixar de me indignar com a constante barbaridade existentente nos dois enclaves árabes dentro do Estado de Israel e no próprio Estado de Israel.

Mais de uma centena de organizações internacionais presentes em Gaza garantem que a situação é completamente caótica. Na minha opinião, algo semelhante aos cenários do Mad Max.

As pessoas são baleadas quando procuram chegar as centros de distribuição de alimentos.

Custa me acreditar que todas estas organizações estejam a mentir.

Infelizmente a ONU está à espera que Trump resolva o problema. E fatalmente estamos mesmo nas mãos dele para encontrar uma solução duradoura para a tragédia em que se transformou o médio oriente.

Passados 80 anos desde o final da segunda grande guerra, perfazem 78 de guerra entre Israel e os povos árabes da região. Não houve um dia de paz absoluta.

Se Trump conseguir que os reféns sejam devolvidos e que haja um cessar fogo imediato, talvez se possa abrir caminho para comprometer a maioria dos países da península Arábia a participarem na construção de um estado palestiniano; garantir que o povo de Israel possa viver em paz e muito importante: o fim definitivo da construção de novos colonatos na Cisjordânia.

Neste processo será indispensável que a diplomacia europeia nem esteja presente. O legado de ganância, incompetência e desonistidade deixado pelos impérios coloniais europeus já foi o quanto basta.

Não sei quando a paz duradoura e próspera chegará para aqueles povos. Sei que não consigo normalizar aquilo que é inaceitável.

O assunto de tão repetitivo que é, incomoda. A realidade absoluta daquele dia a dia, incomoda muito mais.

25.06.25

Surprende-me a ligeireza e principalmente a falta de isenção em alguns comentários televisivos sobre problemas tão compexos como a geopolítica e os conflitos mundiais.

A questão ucraniana e as questões do médio oriente têm ocupado um vasto espaço televisivo e em muitas ocasiões têm sido um meio muito apetecível para certos comentadores fazerem brilhar o seu ego e propagandearem ideologias mal disfarçadas.

Entre todos, são raros aqueles que conseguem ter um discurso isento e paragmatico perante assuntos tão complexos.

Existem os adoradores das autocracias que são extremamente alérgicos à civilização ocidental, mas também existem os adoradores de Trump e Netanyahu que acreditam que estes são um exemplo de virtudes.

Nem preciso referenciar nomes pois é deveras notório a aparição de alguns casos agudos de tendencionalismo.

Desde a senhora que insiste nos termos em inglês com forte sotaque americano,  que não resiste a expressar rasgados elogios à política da Casa Branca, com especial destaque para Trump; até ao Xô Major que para além de não acertar uma, frequentemente passa dos limites quando é confrontado.

Há quem prefira acreditar que neste mundo existe um lado bom e um lado mau. Os bem aventurados e os malditos. Esta simples dualidade de conceitos revela-se muito estreita quando se procura entender os complexos problemas do xadrez mundial.

Prefiro a visão de que existem bons e maus em todos os lados. Acredito que são as pequenas minorias de desequilibrados, de extremistas e de ambiciosos sem escrúpulos, que vilmente plantam as sementes que mais tarde dão origem a grandes problemas. Problemas esses que serão ainda mais complexos de resolver nas gerações seguintes. O grave problema do médio oriente é um exemplo clássico disto mesmo. Uma sucessão de erros e consequentes tragédias que se eternizam no tempo.

Neste jogo das três grandes potências não há nem inocentes nem Santos.

 

 

22.06.25

Os Golias dos tempos modernos não se deixam abater pelas fundas dos pequenos David's.

Contra as inocentes e romanticas posições em defesa do direito internacional, surge fatidicamente a força militar dos verdadeiros Golias.

Ilariante observar a indignação iraniana perante o ataque de EUA/Israel, onde acusam estes de violarem o direito internacional. O Estado iraniano constitui um regime totalitário ditatorial, fundamentalista islâmico e financiador do terrorismo internacional. Durante décadas desrespeita o direito internacional atacando indirectamente através dos seus grupos terroristas, o estado de Israel.

Ilariante observar a posiçao de Vladimir Putin quando este se oferece para ser o mediador de um processo de paz para este conflito ao mesmo tempo que acusam os EUA de violarem o direito internacional ao atacarem o território iraniano.

Ilariante a posiçao de EUA/Israel apresentado-se como defensores da justiça, da paz no mundo, como se eles fossem inteiramente os bons da fita.

Independentemente das razões apresentadas, o ataque americano ao Irão para além de desrespeitar a constituição americana, desrespeita o direito internacional.

Ilariante a pretensa preocupação do Irão com o destino do povo palestiniano. A verdade é que o regime iraniano despreza completamente os palestinianos, quando na verdade apenas usa a causa palestiniana para justificar o grande desígnio do regime dos ayatolas que é a destruição do estado de Israel.

Israel sempre foi a ponta da lança dos EUA no médio oriente onde defende os gigantescos interesses geopolíticos e económicos americanos nesta região única no mundo. A grande a ameaça para os EUA nesta questão é o Irão.

Foram os EUA que colocaram no poder o Xa Reza Pahlavi quando o antigo regime iraniano decidiu nacionalizar a indústria petrolífera iraniana. 

Foi a antiga URSS que fomentou,  financiou e apoiou a revolução islâmica que colocou no poder um conjunto de facínoras e de fanáticos tão corruptos e tão criminosos como o regime monárquico do Xa. 

Se de um lado, Israel tem sido um peão americano, o Irão tem sido o peão da Rússia e da China.

Se a Rússia perder a influência que tem no regime iraniano, toda a sua presença e influência será posta em causa nesta região chave do mundo.

Os planos chineses na construção da nova rota de seda, passam directamente em solo iraniano. Basta observar a posiçao geográfica do irão para perceber que é única, invejável e naturalmente extremamente cobiçada.

Se a Ucrânia tivesse armas nucleares, a Crimeia ainda seria território sob controle dos ucranianos. Se a Europa tivesse força militar para se opor no terreno ucraniano à invasão russa, esta não tinha acontecido.

Se a Rússia não fosse a maior potência atómica do planeta os dirigentes europeus não borravam as calças sempre que o criminoso de guerra Medvedev abre a boca.

Ilariante ouvir os comentários daqueles que procuram um dos lados como se qualquer um deles fosse um refúgio de virtudes e de justiça.

SE o Irão detinha ou detém capacidade eminente de construir um engenho nuclear, este ataque é justificado e proveitoso.

SE realmente corresponder à verdade que existiam ou existem instalações secretas iranianas a dezenas de metros de profundidade, coloca-se a questão: porquê esconder tanto, algo que os líderes iranianos afirmam ser um projecto pacífico?

A ideia é reduzir o número de armas nucleares não aumentar este número.

Não é aceitável que se defenda a existência de um estado iraniano nuclear argumentando que Israel já é uma potência nuclear.

Neste caso, mais é demais. 

Se já é suficientemente preocupante a actual radicalização da política de Israel - uma potência nuclear que nunca escondeu - muito pelo contrário - a sua intenção expansionista. Quanto mais um Irão nuclear. Um regime extremista, que nutre um ódio profundo à civilização ocidental - um regime que condena à morte por apedrejamento - um regime que permite que as mulheres sejam tratadas como escravas onde a menor desobediência é castigada com chibatadas ou o uso de ácido no rosto - um regime onde os dissidentes são enforcados em gruas na via pública em autênticos espetáculos medievais. O regime dos ayatolas nunca poderá deter armas nucleares. Ponto.

Esperemos que seja o povo iraniano a derrubar este regime. A história demonstrou que nesta região, as tentativas de alteração de regimes pela força das armas estrangeiras tem resultado em processos catástroficos. Substituiram-se ditadores por outros e transformou-se a paz podre em guerras cívies intermináveis.

Ilariante a posiçao de Israel que vem agora defender a via diplomática, depois de ter assassinado milhares de civies palestinos, com o pretexto de aniquilar um grupo terrorista que certamente terá muito mais de iraniano do que palestiniano. O verdadeiro objectivo do governo israelita com o apoio de uma boa parte do seu povo é a eliminação total do povo palestino e com isso alcançar o grande sonho israelita de ter um Israel que se estenda das margens do rio Jordão às margens do mediterrâneo.

Desde o final da segunda grande guerra que a carta das Nações Unidas tem vindo a ser rasgada e a diplomacia internacional se tornou uma farsa.

Depois da Ucrânia, depois do Irão, não será surpresa nenhuma que o próximo palco seja Taiwan.

Somos aquilo que somos, merecemos aquilo que temos.

 

 

 

 

 

 

 

19.06.25

Israel arrasou Gaza. Milhares de cívies foram mortos, outros milhares são hoje apenas miseráveis famintos.

Apenas mais uma vingança a castigar outra vingança. 

A barbaridade do 7 de Outubro - uma barbaridade na sequência de intermináveis outras.

Durante o mandato inglês na terra da palestina, centenas de aldeias foram incendiadas, milhares de árabes palestinianos for chacinados. Já ninguém se lembra disto - não convém.

Na constituição do estado iraniano consta a obrigatoriedade de destruir um outro estado - o Estado de Israel.

Se eu fosse israelita teria muito medo. Se eu fosse palestiniano recordaria com saudade o tempo e a terra onde durante séculos viveram os meus antepassados. Terra usurpada e irrecuperável.

Os números costumam ser uma excelente ferramenta para compreendermos os factos :

Durante séculos, judeus e árabes coabitaram pacificamente nesta região. Com um pormenor: A população judaica era apenas uma pequeníssima parte face à população àrabe. Com o desenrolar dos acontecimentos na Europa em guerra, a fuga de judeus para a Palestina aumentou drasticamente.

Com o desfecho do holocausto, centenas de milhares de judeus sentiram na pele a desconfiança dos europeus e a rejeição dos mesmos á presença judaica e rumaram à palestina - também já ninguém se lembra disto - não convém.

Hoje na Europa contesta-se a presença dos imigrantes apesar de estes constituírem uma clara minoria.

Coloco a questão: Como se sentiriam os europeus se de um momento para o outro a poluição de imigrantes suplantasse a população europeia ?

Só para recordar - depois do final da segunda grande guerra, a população judaica na Palestina quase suplantava a própria população àrabe.

A legitima aspiração do povo judeu a uma terra que fosse sua, foi mal pensada, mal gerida e fatidicamente imposta.

Décadas depois, inúmeras desculpas, incontáveis razões foram apresentas para considerar que por exemplo, um hospital israelita bombardeado é considerado um crime de guerra, enquanto que a tragédia de Gaza é apenas um dano colateral.

O que está em cima da mesa não é nem território, nem religião, nem armas de destruição massissa, nem urânio mais ou menos enrriquecido.

O derradeiro prémio é a hegemonia geopolítica na região. Ponto.

Israel é o dono dessa hegemonia e para a manter tem que derrotar o seu adversário direto. É o irão - podia ser outro qualquer.

Inglaterra, França, EUA, Rússia, Israel e Irão - os mesmos cães de sempre disputando o mesmo osso. 

Todos se merecem.

 

 

 

 

12.06.25

No dia 14 de Maio de 2022 escrevi e publiquei o seguinte texto.

Vergonha Israel 

No último dia 11, Shireen Abu Akleh, jornalista da cadeia televisiva Al Jazeera foi assassinada no território de Jenin na Cisjordânia. A jornalista de dupla nacionalidade – palestiniana e norte-americana, foi atingida mortalmente enquanto fazia a cobertura de uma operação militar israelita na Cisjordânia. 

A sua morte desencadeou reações em todo o mundo – as do costume – todos lamentam e condenam o ocorrido. 

Nos media, li o seguinte trecho: “A sua morte ocorreu no contexto de uma onda de violência israelo-palestiniana atiçada por tensões num importante lugar sagrado de Jerusalém. Pelo menos 18 israelitas morreram em ataques palestinianos nas últimas semanas, enquanto mais de 30 palestinianos, a maioria dos quais envolvidos em ataques ou confrontos com forças israelitas, foram também mortos.”. 

Esta é uma notícia que não necessitava de data. Neste eterno conflito, notícias deste teor são intemporais. Repetem-se assim como se repete o terrível drama. 

A Terra de Israel é segunda a Bíblia judaica, a região que foi prometida por Deus aos descendentes de Abraão através do seu filho Isaac e aos descendentes hebreus do seu neto Jacó. Diz a tradição hebraica que esta é a terra prometida de Israel.  

Esta promessa nasceu de uma recompensa divina à fidelidade de Abraão e do seu povo quando este adotou uma crença monoteísta e a concepção de uma nação escolhida por Deus. A promessa incluía a eliminação de outros povos semitas como os cananeus como castigo pelos seus pecados e a atribuição das suas terras aos hebreus, igualmente, eles, parte desse conjunto maior de povos semitas. Esta promessa tornou-se válida para a totalidade do povo judeu.  

Descendo agora à terra – Com o final da primeira grande guerra mundial, a Liga das Nações atribuiu ao Reino Unido o chamado “Mandato Britânico da Palestina” com a responsabilidade deste estabelecer, "…tais condições políticas, administrativas e econômicas para garantir o estabelecimento do lar nacional judaico, tal como previsto no preâmbulo e no desenvolvimento de instituições autônomas, e também para a salvaguarda dos direitos civis e religiosos de todos os habitantes da Palestina, sem distinção de raça e de religião… ".  

Dois anos depois do termo da segunda grande guerra, em 1947, a ONU elaborou um plano para a partição da região da Palestina, do qual nasceria um Estado judeu, um Estado árabe e onde a cidade de Jerusalém ficaria sob administração direta da organização. 

Esta partição que foi aceite pelos líderes sionistas e rejeitada pelos líderes árabes deu origem a uma guerra civil onde se confrontaram judeus e árabes, enquanto isso, os britânicos retiravam, desresponsabilizando-se assim do suposto compromisso que assumiram de manter a ordem e a segurança na região.  Séculos antes, nas mesmas redondezas, houve quem igualmente lavasse as mãos...  

Em 1947 Israel declara a sua independência e na sequência os seus vizinhos árabes atacaram o recém formado país. Resumidamente, este conflito de um ano que ficou conhecido como a guerra da independência, resultou na fuga de centenas de milhares de árabes palestinianos e na invasão da Faixa de Gaza pelo Egito e da Cisjordânia pela Trans Jordânia dando origem à Jordânia. Por parte de Israel, houve a conquista de cerca de 75% do território que estava destinado ao povo palestiniano, bem como da parte ocidental de Jerusalém. 

Nesta que é provavelmente a mais complexa história dos povos, ficará sempre muito por esmiuçar, muito por contar e certamente mais ainda por argumentar. 

Desde este fatídico ano de 1947 que uma vergonha prevalece: O conflito Israel o árabe.  

Sem santos, mas com muitos pecadores. Com diversos culpados e com inúmeros inocentes mortos. Gerações criadas no ódio. Infindáveis vinganças. Intermináveis injustiças. Infrutíferos esforços para que cesse o conflito. Estéreis acusações. Dedos apontados na busca dos responsáveis. 

A promessa divina, a usurpação da terra alheia, a irresponsabilidade e a inépcia da comunidade internacional numa solução para o problema. 

O Estado de Israel, desde a data da sua formação, tem vindo a violar as regras internacionais e o respeito pela autodeterminação do povo palestiniano. Os fundamentalistas islâmicos pretendem o fim do estado de Israel e para alcançar este objectivo colocam no conflito a população palestiniana que na sua maioria é inocente e que procura apenas sobreviver neste enorme caldeirão de violência que persiste no médio oriente. Estes são sem dúvida dois factos inegáveis nesta tão complexa história.  

Enormes barbaridades de parte a parte têm vindo a resultar desta realidade. Mais importante que encontrar os culpados, pois a história já disso se encarregou, seria encontrar as soluções que até agora os líderes mundiais não lograram alcançar. 

Não existem soluções simplistas para problemas complexos. A formação de um Estado Palestino soberano, cujas fronteiras não podem ser as atuais, é incontornável. Forçosamente Israel terá que ceder parte dos territórios ocupados e um novo acordo de paz terá que ser realizado. Infelizmente nem palestinianos nem israelitas têm o bom senso nem a independência para o fazer. Essa terá que ser a responsabilidade da comunidade internacional.  

As novas fronteiras terão que ser respeitadas e a cidade de Jerusalém deverá ficar definitivamente sob a total administração da ONU. A cidade não mais será israelita ou palestiniana. Haverá uma só cidade, uma só Jerusalém, património da humanidade, - policiada exclusivamente por tropas da ONU. 

Tragicamente, dois povos fruto de décadas de ódio e de conflito, têm-se comportado como bichos selvagens, e quando assim é, impõe-se uma nova arbitragem. Os desrespeitos a esta nova ordem deverão ter como resposta, as tão na moda - sanções. Que se sancione sem hesitações nem condescendências aqueles que prevaricarem, nem que isso signifique enfrentar o tão poderoso Israel. 

Este assassinato da jornalista da cadeia televisiva Al Jazeera não deveria ficar como mais um rodapé desta triste história. Já são demasiados os rodapés onde ficaram escritas as mortes de tantos inocentes. Está na hora de pôr um fim a esta infindável vergonha e escrever não um rodapé, mas sim um novo título para o médio oriente. Uma palavra é suficiente: BASTA. 

 

Desde esta data a situação complicou-se e piorou muitíssimo.

Depois daquele fatídico dia 7 que as circunstâncias mudaram significativamente, e para pior, muito pior.

Depois das barbaridades cometidas sobre os colonos judeus, seguiu-se a desgraça em Gaza.

A espiral de violência e as consequentes vítimas já fazem desta guerra, a mais violenta e trágica desde o primeiro conflito declarado - a guerra da independência do formado Estado de Israel.

Nesta nova fase deste eterno conflito destaca-se o facto de que o poder em ambos os lados está como nunca nas mão dos extremistas.

No meio, tentam coabitar centenas de milhares de israelitas e palestinianos que mais não querem do que viver em paz.

Por mais incrível que seja, o mesmo povo que no passado - que por ser passado histórico, é um passado recente - foi condenado ao extermínio ; esteja agora ele próprio desesperadamente empenhado em exterminar outro povo.

Tem vindo a ser um extermínio lento mas consistente.

A matemática é terrível:

Por cada missão militar israelita em Gaza morrem em média 50 palestinianos, para 5 elementos do Hamas,sendo as baixas das forças israelitas ou nulas ou baixíssimas.

Terminei aquele texto de Maio de 2022 com uma palavra: BASTA 

hoje, infelizmente mais uma vez não me ocorre outra.

 

02.06.25

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Ontem na CNN Portugal o Xô Major estava com uma azia desgraçada. Então não é que o Zelensky mandou dar cabo dos avioenzinhos russos. Isto não se faz caramba.

Ainda por cima morreram 7 cívies, quando que até agora os cívies ucranianos mortos não passam de dois ou três, mais aquele casalinho de crianças ucranianas que a mãe doou à federação russa em solidariedade com o povo russo que ao que parece deixou de fazer filhos.

E a indignação não ficou por isto. Parece que há um pessoal do outro lado do canal que teve culpas no cartório. Dá vontade de dizer: canais há muitos seu palerma.

Coitado do Xô maior. Falta-lhe tanta coisa.... inclusive a coragem de chamar os bois pelos nomes. 

Todos percebemos que o canal é mesmo o Canal da Mancha e que os malandros que supostamente apoiaram esta operação ucraniana foram os ingleses.

Da boca deste senhor nunca saiu uma palavra de reprovação sobre a participação directa de um povo asiático numa guerra europeia em solo europeu. Ele deve até achar muito bem.

Quando a trela ideológica aperta desta maneira o pescoço, pode até tornar-se perigoso para a função respiratória. Deve ser por isso que o Xô major está constantemente a engasgar-se nas suas próprias palavras enquanto gagueja entre disparates e asneiras.

É triste, a figura que este indivíduo faz.

 

31.05.24

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Depois de EUA e Alemanha concordarem com o uso de armas ocidentais em ataques a território russo, Paulo Rangel veio afirmar que o governo português também concorda. Ontem ainda não tinha a certeza disso...

Resta saber se Portugal na pessoa do seu ministro dos negócios estrangeiros, concorda que os misseis americanos e alemães atingam o território russo, ou se apenas se trata das G3 portuguesas potencionalmente posicionadas mesmo mesmo na fronteira ucarniana/russa, que agora estarão prontas e autorizadas a serem disparadas.... Ridículo, no mínimo.

Se todos estiverem à espera que a maioria permita que os ucranianos sobrevivam, triste destino destino o deles.

24.05.24

O PM ministro húngaro afirmou: 

"O que está a acontecer hoje em Bruxelas e em Washington é uma espécie de preparação da atmosfera para um eventual conflito armado direto. Poderíamos dizer que é a preparação da entrada da Europa na guerra", acusa Orbán.

Se não fosse a avença que tem com Vladimir Putin, Orbán poderia ter afirmado que a Europa está em guerra, sendo que a mesma foi desencadeada pela federação russa quando esta invadiu território ucraniano. Em resultado disso a Europa deverá se preparar para o escalar de uma guerra que já está em curso.

A fronteira entre a Ucrânia e a Hungria é pequena, mas é suficiente para controlado todo o território ucraniano por parte da Rússia, a escalada seja via Hungria. 

Talvez então Orbán esteja preparado para dividir Budapeste. Buda seria húngara e Peste seria russa.

Nada que a Europa já não tenha experimentado.

 

 

 

30.08.23

https://www.dn.pt/internacional/ucrania-pode-tornar-se-independente-da-russia-com-descoberta-de-reservas-de-gas-16935229.html

 

Existem pessoas que por razões várias, acreditam que Vladimir Putin e a sua corte de agentes dos serviços secretos, decidiram invadir a Ucrânia com a justificação de que o território ucraniano servia de base para organizações nazis. Segundo o Kremlin, as mesmas constituem uma grande ameaça à federação russa, e como tal, é estritamente necessário eliminá-las. Para além desta ameaça, o Kremlin afirma que a Ucrânia dispõe de armas nucleares e que está pronta para as usar contra a federação russa. Putin invoca constantemente a proximidade da NATO às fronteiras da federação russa, e por todos os meios procura convencer o zombie povo russo de que tal proximidade constitui uma ameaça iminente.

Esta é a retórica russa que levou diretamente a Europa, que vivia em paz, para uma guerra devastadora e sem fim à vista.

Por outro lado, existe a realidade do terreno.

A península da Crimeia ocupa uma posição estratégica de excelência no Mar Negro. Posição essa que a federação russa não possui em nenhuma região do seu vastíssimo território. São inúmeras as mais valias da península da Crimeia.

Os territórios do Donbass, têm no seu subsolo, enormes reservas de gás natural, entre outras riquezas minerais.

As planicies da Ucrânia produzem grande parte do trigo no mundo inteiro.

Não aos olhos de putin, mas sim aos olhos em quem nele acredita, estas novas reservas de gás natural recentemente descobertas, são com certeza de origem Nazi e devem ser imediatamente colocadas sob controlo da federação russa.

Em conspirações, falsidades, embustes, ou em simples asneiras, acreditam aqueles que querem e os outros que a isso, por diversas razões, são obrigados.

Putin entrou na Ucrânia para assassinar, pilhar e tomar posse. Só parará quando for destruído.

 

13.08.23

Quando em 27 de Fevereiro de 2014 o território soberano ucraniano da Crimeia foi invadido por tropas não identificadas provenientes da federação russa, o mundo inteiro assobiou para o lado, com especial destaque para os EUA.

Seguiram-se as sabotagens e as violações territoriais no Donbass levadas a cabo por agentes e paramilitares russos, e o mundo continuou a assobiar para o lado.

Em 24 de Fevereiro de 2022 acordaram todos com as calças na mão. Ficou provado que quando se viola o direito internacional devagarinho, não há razões para receios e pode-se perfeitamente assobiar para o lado, legitimando assim o terrorismo de estado daqueles cujo arsenal nuclear assegura que nada contra será efectuado.

Já se ouvem os assobios para o lado perante a concentração de tropas do grupo Wagner (o mesmo que invadiu a crimeia em 2014), junto das fronteiras da Polónia e da Lituânia.

Dizem os entendidos de que se trata de uma manobra de diversão russa para deslocar tropas ucranianas para a fronteira com a Bielorrússa. Os mesmos entendidos que afirmaram que uma invasão russa a território ucraniano era altamente improvável.

A situação na fronteira polaca com a Bielorrússia é um barril de pólvora colocado pelo regime do Kremlin. À mínima faísca, putin envocará o pretexto de que algum russófono está em perigo e é obrigação da federação russa intervir em seu socorro.

Quanto mais atrasada for a vitória da Ucrânia no conflito, mais se agravará a situação em toda a região.

Se o caldo entornar para dentro da Polónia, não serão só as calças que o mundo ocidental terá que segurar.

 

 

08.07.23

Depois de ter chegado ao poder, Vladimir Putin começou a pôr em prática o seu plano para tornar a Ucrânia um estado vassalo da Federação Russa. 

O sucesso que obteve na Bielorussia, não se repetiu na Ucrânia. Usando inúmeros e infundados argumentos, perante a resistência ucraniana, fez então aquilo que os seus antepassados se habituaram a fazer - quem resiste e se opõe à vontade russa tem que ser subjugado.

Em 2014 o processo de subjugação começou com a invasão e anexação da Crimeia, território soberano do estado ucraniano. Seguiram-se as intervenções armadas no Donbass ucraniano onde a estratégia foi a instigação ao conflito entre as comunidades residentes, as operações de sabotagem, o armamento de milícias e o recrutamento de mercenários. O objectivo era desestabilizar toda a região.

Na presença de diferentes opiniões e de desentendimentos entre a população russófona pró-russa e a restante população apoiante do governo de Kiev, a opção não foi o apaziguamento nem a procura de consensos. Em vez disso, a conspiração e a provocação foram o rastilho para inflamar o conflito.

Diante da resistência ucraniana, Vladimir Putin dá então o grande salto em frente e em 24 de Fevereiro de 2022 ordena a invasão em larga escala da Ucrânia.

Passados 500 dias, a Ucrânia e os ucranianos continuam a resistir.

Perante o respeito e admiração de alguns e a desilusão e até desespero de outros, a Ucrânia resiste.

Entre os desiludidos e os desesperados, encontram-se alguns comentadores políticos que mal disfarçam a sua simpatia pelo regime do Kremlin e certas patentes militares que destilam subserviência ao mesmo regime.

O último registo desta tendência foi mais uma intervenção do general Branco. Este senhor mostrou-se muito indignado com a aprovação americana para o fornecimento ao exército ucraniano de bombas de fragmentação.

Nas suas palavras, esta decisão constitui a abertura da caixa de pandora neste conflito.

O general anda muito distraído pois esta caixa já está aberta há muito tempo. Para além do facto de estas armas já terem sido utilizadas pelo exército russo em várias cidades ucranianas provocando milhares de vítimas civis, são factos igualmente comprovados que a sua utilização foi uma realidade nas guerras iniciadas pelos russos na Tchetchênia e particularmente pela devastação levada a cabo pelos mesmos russos na cidade de Aleppo na Síria.

Por essa altura poucos conheciam este general, não aparecia nas televisões - de guarda à dita caixa não estava com certeza - se o estivesse, talvez dezenas de milhares de civis sírios não tivessem sido chacinados.

Esta distração deste nosso general deve-se somente à trela ideológica que carrega, e que sem pudor ostenta livremente nas televisões. 

O desespero que atribuem aos ucranianos por estes pretenderem usar estas armas para conseguirem expulsar o invasor da sua terra, é na verdade atribuível àqueles que não suportam vislumbrar o cenário onde Putin e o seu gangue de assassinos saiam da Ucrânia completamente derrotados e sem um palmo de terra ucraniana.

17.06.23

O glorioso exército vermelho, responsável pela derrota nazi no leste europeu durante a segunda grande guerra mundial, está a ser convertido num enorme gangue de assassinos, de violadores e de simples ladrões.

Perante uma elite rica e poderosa que sustenta o corrupto e mafioso estado russo, Vladimir Putin não ousa lançar nos campos de batalha da Ucrânia, a fina flor da juventude de cidades russas como Moscovo e São Petersburgo.

A inimaginável solução passa então por esvaziar as prisões russas e fardar a bandidagem com promessas monetárias e de perdão pelos crimes cometidos.

Para além da execrável estratégia, sobra o verdadeiro atentado ao estado de direito russo, que deste modo torna-se verdadeiramente inóculo. 

Para o povo russo, trata-se certamente de uma excelente medida. Para além de proporcionar uma oportunidade de redenção dos criminosos, será também uma forma de se livrarem daquilo que pior existe na sua sociedade. 

Por cá, nem uma palavra condenatória por parte de algumas altas patentes militares, das quais basta ouvir a primeira frase para podermos concluir sobre a origem da avença. São sempre os mesmos, perfeitamente identificáveis, manifestamente patéticos e totalmente desprezíveis. Há que dar espaço ao contraditório. É assim que funcionam os regimes democráticos. A exposição daquilo que não presta, permite sempre tirar conclusões, a primeira das quais, é com certeza evitar a referida exposição.

É esta mesma gente que apoia a destruição da soberania ucraniana em nome da salvação da face do carniceiro do Kremlin.

Todos somos livres de pensamento e de consciência para acreditar que a solução para este conflito reside na negociação com Putin.

Eu, contrariamente, rejeito qualquer tipo de negociação com criminosos de guerra, terroristas e mentirosos incuráveis. A única solução, o incontornável desfecho desta crise bem presente nas nossas fronteiras, é invariavelmente a total derrota da Federação Russa na guerra que por ela foi planeada, fomentada e levada à prática - apesar da mentira intrínseca ao batizá-la como operação militar especial.

Depois de Putin outros virão, melhores ou piores. Com eles lidaremos assim como lidámos com Hitler e Mussolini. 

A sua retórica nuclear e de quem o rodeia, apesar de preocupante, funciona mais como ameaçadora do que executora. Além disso, é importante considerar que a classe militar da Federação Russa é tudo menos homogênea, e muito menos uniforme no que diz respeito à sua atuação. Acreditar que o poder nuclear é exclusividade do dedo de Putin, é um erro.

Na verdade, Putin quer ficar na história como o líder que restaurou o império russo, e não como aquele que foi responsável pela aniquilação nuclear do mesmo.

Qualquer pequena vitória russa na Ucrânia, representará uma enorme derrota para a Europa e para o Mundo. As consequências disso serão imprevisíveis e certamente perigosíssimas.

21.03.23

O Major general Agostinho Costa crê piamente que os territórios ucranianos usurpados pela federação russa nunca mais voltarão a estar sob a soberania ucrâniana.

Ridiculamente pede desculpa à Senhora doutora jornalista e aos telespectadores por esta crença, e nas suas declarações procura impingir a ideia que sempre se poderá encontrar uma justificação para um crime.

Pateticamente sorri para as câmaras, enquanto afirma que ninguém acredita que a Ucrânia recuperará os seus territórios, e implicitamente, sugere que todos nós nos devemos conformar com isso.

Faltam as palavras para classificar as intervenções deste senhor. Uma coisa é certa: a crença de que a avença é valiosa. 

14.03.23

Durante o conflito a decorrer na Ucrânia, milhares de crianças ucranianas provenientes de instituições e de separações forçadas das suas famílias, foram transferidas para a federação russa ou para zonas do território ucraniano ocupado.

A federação russa enfrenta já há alguns anos graves problemas demográficos onde o envelhecimento da população representa um perigoso indicicio daquilo que será a sociedade russa nas próximas décadas.

Paralelamente a uma sociedades envelhecida, a Rússia enfrenta o êxodo de milhares de jovens para o estrangeiro, fugindo de um regime atrasado e repressor.

Depois de serem os prisioneiros russos a morrer no campo de batalha, serão os jovens russos a enfrentar o mesmo destino, sendo que o número destes já falecidos, contribui seriamente para o problema de demografia russa.

Este regime pernecioso do Kremlin, para além de tomar posse pela força de território de um estado soberano, de provocar centenas de milhares de vítimas, de destruir inúmeras infrastruras civis, de arrasar cidades inteiras, tem ainda a imoralidade de roubar aquilo que mais rico uma sociedade pode ter: as suas crianças.

Para os vergonhosos defensores deste regime, com certeza que estas são mentiras ocidentais, ou então, a serem verdade, constituem uma oportunidade única para estas crianças obterem um futuro promissor num país repleto de virtualidades. Serão até capazez de afirmar que estas crianças foram salvas pelo regime russo do demónio ocidental.

Para o cidadão normal, de bem e que lava a cabeça apenas por fora, este precioso saque de guerra, constitui um hediondo crime contra a humanidade.

Não existem acordos de paz do chinês, nem hesitações ocidentais que o possam encobrir e deixar sem castigo.

 

09.03.23

O pai está preso por ter uma posição crítica ao governo russo no que diz respeito à invasão e consequente guerra na Ucrânia.

A filha adolescente foi colocada num centro para menores e foi proibida de estabelecer qualquer contacto com o mundo exterior.

É este regime que é apoiado em Portugal pela carneirada do PCP e que na figura de alguns palermas que por este e por outros blogues, descarregam toda a sua presunção ao acharem que os outros engolem o seu discurso robótico,  onde pateticamente fingem a sua solidariedade com o povo ucraniano.

Este regime que amordaça as pessoas, tem que obrigatoriamente, e a qualquer custo, ser rejeitado pelas democracias ocidentais.

Não o queremos nas nossas sociedades, e devemos estar prontos para o combater sempre que os donos do mesmo o tentem impôr.

https://www.dn.pt/internacional/crianca-russa-proibida-de-contactos-com-o-exterior-apos-prisao-do-pai-15967232.html

23.02.23

Nesta madrugada somam-se 365 de guerra na Ucrânia.

Depois de em 2014 invadir e tomar posse da Crimeia, território ucraniano, e iniciar uma guerra de atrito e sabotagem na região do Donbass ucraniano, a Federação Russa deu início a uma invasão militar em larga escala na Ucrânia.

O resultado desta agressão traduz-se em centenas de milhares de mortos e feridos entre a população civil, centenas de casos de tortura e de execuções sumárias perfeitamente identificadas e documentadas por várias organizações internacionais, mais de 14 milhões de desalojados dentro e fora da Ucrânia, dezenas de milhares de cidadãos ucranianos deportados para território russo, e a mais completa destruição de estruturas civis em vastas regiões do país.

Estes são os factos indesmentíveis e incontornáveis que ficarão na história das primeiras décadas do século XXI, e que independentemente das mais variadas opiniões de políticos, de analistas e do público em geral, ficarão registados para memória futura.

De certos setores da sociedade ocidental, surgem alguns saudosistas do regime soviético, que olham para Vladimir Putin e para o seu regime como a reencarnação do velho império soviético. Tal como Putin, sentiram a derrota da utopia marxista e mal digeriram a queda da URSS.

Apesar das diferenças entre os dois regimes, veem no regime do Kremlin o oponente mais agressivo ás sociedades democráticas do ocidente e particularmente aos EUA. Isso basta-lhes, para justificar o injustificável e para tolerar o intolerável.

Desvalorizada esta corrente minoritária de opinião, prevalece o sentimento geral de que esta agressão constitui uma autêntica vergonha.

Mesmo no resto do mundo, particularmente na Índia e na China - considerando que as posições dos respetivos governos, são representativas de compreensíveis interesses geopolítico dos mesmos, - a população comum, com exceção daqueles que por razões várias se abstêm de dar a sua opinião, encara este conflito como algo, no mínimo desnecessário e injustificável.

Nos primeiros dias de guerra, escrevi um texto onde considerei que a derrota militar de Putin e da Federação Russa tinha começado exatamente no primeiro dia da invasão. Passado um ano, acredito que tal tendência não se inverteu, apesar dos avanços e recuos da linha da frente.

No campo de batalha as perdas humanas e de material têm sido gigantescas para ambos os lados, contudo, o oponente que está na defensiva leva vantagem sobre quem procura ganhar terreno.

Os militares ucranianos, ao contrário do passado de 2014, encontram-se agora bem treinados e substancialmente melhor equipados. Conhecedores do terreno, e com a extrema motivação de quem defende a sua pátria, têm conseguido reter o gigantesco exército russo na sua ofensiva, conseguindo até recuperar alguns territórios antes anexados.

Enquanto que a linha da frente pouco tem oscilado, as forças russas que supostamente deveriam ter ganho a guerra em poucas semanas, enfrentam aquilo que nunca sonharam enfrentar e as poucas vitórias alcançadas têm tido um preço insustentável em baixas e em material.

Da Federação Russa têm fugido centenas de milhares russos. São aqueles que, ou por medo de serem recrutados para a guerra, ou por simplesmente não suportarem mais o quotidiano da sociedade russa, abandonam o país deixando para trás os que sem outra alternativa se mantêm submissos ao regime opressor, e os outros que declaradamente o apoiam.

Estes últimos, consideram Vladimir Putin como sendo o verdadeiro herói da Rússia, digno sucessor de outros líderes que no passado garantiram que o seu país não se contentasse em ser apenas isso, um país. Para estes, é necessário a existência de um líder suficientemente forte que garanta que a Rússia seja um império, - nem que para isso se concretizar, tenha que pela força das armas submeter os vizinhos à sua autoridade e ao seu domínio.

Apesar de ser um facto que alguns pretendem negar, os efeitos das sanções já fazem grande estrago na economia russa. Os lucros com as exportações de hidrocarbonetos russos decaíram consideravelmente e as vendas a países como a China e a Índia não conseguem equilibrar a balança.

Manter esta guerra tem tido um peso brutal sobre as reservas russas, tanto em termos financeiros como em material de guerra. É um preço que a médio prazo se vai tornar insustentável para a economia Russa.

Para além das fronteiras da Federação Russa, o regime do Kremlin vê agora alguns dos seus vizinhos ora sendo mais parte da NATO, ora estando mais perto da esfera de influência chinesa.

Depois de décadas de desinvestimento militar, a Europa entra numa nova era de produção de armamento e revê profundamente a sua política de defesa comum.

Findada a guerra fria, a Europa viveu um período de desenvolvimento onde os recursos outrora orientados para o campo da defesa militar, foram sendo aplicados em políticas de desenvolvimento económico e social.

Em sentido contrário, Putin, criou uma ideia falsa entre o povo russo, onde a proximidade de regimes democráticos junto das fronteiras da Federação Russa, constituía uma ameaça à segurança nacional.

A realidade mostrou exatamente o contrário. De entre todos os países antes pertencentes ao Pacto de Varsóvia, sendo ou não membros da NATO, nenhum sequer equacionou, e muito menos concretizou qualquer agressão à nação russa. Já o contrário, está à vista de todos desde que Vladimir Putin assumiu o poder.

Há um ano atrás, os russos eram fortes parceiros económicos das grandes economias europeias - Hoje, a palavra de ordem dos governos destes países é a de que o regime do Kremlin se tornou uma ameaça à segurança europeia e que a sua derrota neste conflito se tornou imperativa.

Mesmo com todas as hesitações por parte dos dirigentes dos países da NATO, cada vez mais se acentua o esforço conjunto para fornecer à Ucrânia os meios não apenas para se defender, mas sim para conseguir derrotar o exército russo.

Um ano depois, a grande questão que se coloca não é se a Federação Russa sairá derrotada ou não do conflito – A questão é saber quando isso ocorrerá.

E quando essa resposta for obtida, questão maior se colocará: O que será da maior potência nuclear do planeta depois do rescaldo da derrota?

Neste momento, Putin trava uma luta não contra o povo ucraniano, mas sim contra o seu próprio povo e pela sua sobrevivência política. Quando o seu exército sair derrotado no campo de batalha da Ucrânia, será também o fim da era de Vladimir Putin.

Os russos não suportam líderes derrotados em conflitos militares, e a história faz-lhes jus.

Enquanto isso, os ucranianos insistem na ideia por alguns tanto contestada:

Preferem morrem de pé do que viver de joelhos.

Entre a vergonha e a honra, a história não nos esquecerá.

11.02.23

A convite de um estado agressor, Roger Waters fez uma triste figura na ONU ao proferir um discurso na qualidade de "ativista civil a favor da paz".

Roger Waters considera que a invasão militar por parte da Rússia ao território ucrâniano, constitui uma ilegalidade, mas por outro lado, condena a resposta ocidental no que diz respeito à ajuda militar concedida à Ucrânia.

Esta posição, coloca Roger Waters como sendo um apologista da impunidade perante a ilegalidade.

Num cenário em que a sua pátria, o Reino Unido, fosse invadida militarmente por uma força estrangeira, provavelmente isso seria fonte de inspiração para este músico escrever uma canção onde seriam condenados tanto a escalada do armamento como os grandes lucros das empresas que o produzem.

A destruição do seu país e a morte do seu povo, certamente não teriam espaço na letra da composição, como igualmente não houve espaço no seu discurso para uma palavra de apoio ao povo ucraniano.

Entre as variadas reacções ao seu discurso, houve uma que considerou o músico como sendo mais um tijolo na parede que constitui a propaganda russa.

Na minha opinião, Roger Waters é apenas mais um daqueles “pacifistas” incompetentes e imorais sem soluções nem moral para abordar o assunto.

Incompetente, porque não apresenta nenhuma solução credível e exequível para que a paz seja alcançada. Na prática, Roger Waters nada fez no sentido de se encontrar uma solução para o problema, e ao apresentar-se na ONU como convidado por uma das partes do conflito, pior ainda, pela parte agressora, não perdeu a credibilidade que na verdade nunca teve, perdeu apenas a oportunidade de não fazer uma triste figura.

Um "ativista civil a favor da paz" nunca pode aceitar um convite de um regime que independentemente das inúmeras opiniões e posições, foi quem na realidade iniciou um conflito militar.

Imoral, porque condena o fornecimento de armamento à Ucrânia, o mesmo armamento que permitiu que até agora Kiev não se tivesse transformado noutra Bucha.

Imoral, porque aceitou um convite de um regime criminoso e já agora, um dos maiores fabricantes de armas do planeta, detentor do maior arsenal nuclear entre todas as nações.

Imoral, porque ao criticar o fornecimento de armas à Ucrânia, pretende colocar um povo numa posição de total subjugação perante um agressor que indiscutivelmente pretende a anulação e consequente anexação de uma nação soberana e independente.

A paz pretendida por Roger Waters nada mais é do que a aceitação e normalização por parte do mundo inteiro, e particularmente pelo povo ucraniano, que uma nação agredida tem obrigatoriamente que se render aos pés de um agressor que violou todas as leis do direito internacional e que ao longo de quase um ano tem vindo a usurpar território alheio e a massacrar a sua população.

Para Roger Waters, o legítimo direito à defesa do povo ucraniano, constitui apenas uma conspiração internacional para o incremento do comércio de armas.

Todos os homens e mulheres de bem desejam um mundo sem armas e sem guerras. Esse mundo por enquanto ainda não existe, e não será com toda a certeza com o contributo de Roger Waters que o vamos alcançar.

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