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A Política somos nós

A Política somos nós

18.05.24

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É desta forma que prefiro referir-me ao indivíduo : O “coiso”.

Proferir o seu nome seria contribuir para aquilo que ele mais procura : atenção.

Narcisista por natureza, tenta obstinadamente atenção e notoriedade.

Não se trata apenas de estratégia política, o homem é mesmo assim. 

Enumerar os seus defeitos obrigaria a intermináveis linhas de texto o que me conduz a eleger um adjetivo: Execrável.

É o execrável elemento que foi democraticamente eleito por cerca de 1 milhão de portugueses. A democracia tem destas coisas - permite a eleição daqueles que nunca serão democratas. Democracia não significa apenas o “governo do povo”, democracia significa essencialmente respeito - respeito pelo próximo. 

O elemento, mais os 49 que se sentam na casa da democracia não respeitam ninguém.

Desbocados são os poucos que no pouco tempo disponível têm direito à palavra. O que resta são apenas inaptos que por lá vão ficando, toscamente esbracejando e pateticamente rindo das alarvidades do querido líder.

Alega-se que têm que ser respeitados pois foram democraticamente eleitos. Respeitosamente os desprezo, não deixando democraticamente de os combater.

Ao contrário dos que se diz, os eleitores do partido do “coiso” não correspondem apenas a 1 milhão de portugueses insatisfeitos. 

O fenómeno da insatisfação em Portugal é velho de séculos. O “Velho do Restelo” é provavelmente o seu mais distinto representante. A insatisfação na sociedade portuguesa sempre esteve presente em todos os sectores. Existe sempre um português que está insatisfeito com alguma coisa. Até a mais bela revolução do século XX foi feita por portugueses insatisfeitos. Ainda bem que assim é.

Sem dúvida que entre estes eleitores existem muitos milhares de insatisfeitos, embora eu prefira chamar-lhes desiludidos, Nos regimes autocráticos não existe espaço para os desiludidos, existe apenas espaço para os resignados. Os desiludidos são transformados em oprimidos. Estes, fatidicamente terminam abruptamente os seus dias, algures num buraco fundo.

São os insatisfeitos com a imperfeição da democracia, com os defeitos dos políticos e em muitos casos com a triste vida que têm. Costuma-se dizer que quem está mal, muda-se - aqueles que mudam e obtêm sucesso, crescem - os que não conseguem mudar nem obter sucesso, tornam-se insatisfeitos crónicos e normalmente a culpa é sempre de alguém.

Para além dos insatisfeitos e dos desiludidos do partido do “coiso”, existem aqueles que são a profunda essência do ajuntamento que muitos chamam partido político - os partidos políticos são um dos pilares da democracia, como tal, aquilo não deve ser considerado um partido político.

Este grupo, não é mais nem menos do que a reminiscência - ou seja, aquilo que pode ser lembrado - são aqueles que se lembram, e sem dúvida com saudades, do tempo da outra senhora. Do tempo em que estávamos “orgulhosamente sós”, do tempo do império e dos desfiles de mão estendida, do tempo em que os pretos eram apenas isso, pretos, do tempo em que não havia funcionários, havia apenas criados, do tempo em que morrer nas selvas de Angola, de Moçambique e da Guiné era um orgulho patriótico.

Existe gente em Portugal que tem muitas saudades desses tempos. Esta gente que durante anos andou vergonhosamente escondida, disfarçados de democratas, - alguns até se intitulam, fundadores do regime democrático português, - encontrou o seu espaço no tal ajuntamento. São uma minoria que o tempo se encarregará definitivamente de enterrar. 

Os restantes, a maioria, são os mais ou menos jovens, insatisfeitos e revoltados.

Há dias, um deles disse-me que votou nestes, porque ou outros, disse ele : “já tiverem o seu tempo para roubar, agora era preciso dar uma oportunidade a outros”. Resultado da minha falta de perspicácia ou da sua inexperiência, fiquei sem saber se foi um voto para legitimar a continuação do roubo, agora em mãos diferentes, ou se realmente havia nas suas palavras um desejo de verdadeira mudança.

Cabe aos mais velhos e mais elucidados, instruir esta gente. A mudança só será bem vinda quando representar prosperidade, crescimento e tolerância. Esta “mudança” em que eles acreditam, significa apenas retrocesso, atraso e ódio.

 

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