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A Política somos nós

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07.04.22

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O desfecho desta guerra está diretamente relacionado com a capacidade de resistência do exército ucraniano e com o suporte que receber. 

Quanto maior for a resistência, mais se prolongará a guerra. Desde o início das negociações que o resultado das mesmas tem sido nulo. Creio que uma evolução positiva neste momento está mais comprometida. As imagens e os relatos não deixam dúvidas a ninguém: com a aquele tipo de gente, é muito difícil negociar seja o que for. 

Quando o fizer, o Kremlin, negociará o que restar de uma Ucraniana em ruínas. Tanto no avanço como no retrocesso, as topas russas deixam um rastro de destruição. O que não conseguem obter, destroem. Aquilo que não for conquistado tem ordens claras para ser destruído. Foi assim no Ocidente do país, e assim será no Leste. Os despojos finais serão acertados quando Putin entender. Se a isso for permitido. 

Putin enquanto não for travado não vai abdicar dos seus objetivos, mesmo porque até agora falhou todos – e porque os ucranianos muito honrada e bravamente vão continuar a resistir, e agora moralizados. Isto é determinante no curso futuro desta guerra. 

Com este novo ciclo do conflito já a decorrer, é o tempo em que os aliados da Ucrânia vão ter também que acompanhar o novo rumo dos acontecimentos. Uma intervenção mais musculada no apoio ao exército ucraniano, é indispensável para que este esteja em condições de impedir que a Federação Russa tome posse de todo o leste da Ucraniana, bem como de toda a região e portos do sul. 

É com esta inevitabilidade que o ocidente vai ter que encarar esta encruzilhada. De forma alguma neste momento os ucranianos aceitam uma capitulação – ou os deixamos à morte perante o exército russo, ou os ajudamos com a força necessária. 

Miseravelmente, por vezes para obter a Paz é preciso fazer a guerra. E neste caso todas as tentativas para alcançar a Paz foram realizadas. Perante um agressor que não tem sequer a decência de fazer um cessar fogo, e que mesmo com o desenrolar das negociações, continua a ofensiva, é muito difícil para quem se defende não resistir e não ripostar. É uma questão de sobrevivência; é a realidade crua do campo de batalha onde até os corredores humanitários são deliberadamente bombardeados, para as mentiras das salas de conversações.  

E nesta guerra não importa apenas o território que se ganha ou que se perde - ou de quem vai sair vitorioso ou derrotado. Em pleno século XXI, temos a barbaridade de Bucha, temos os milhares de alvos civis prioritariamente atingidos e os milhares de vítimas entre a população que tem vivido um inferno sem que haja sequer a humanidade por parte do invasor em proporcionar salvo conduta a todos os civis para abandonarem o campo de batalha. 

São todos estes acontecimentos que nos colocam a seguinte questão: Vamos continuar a permitir ou vamos ainda esperar pelas imagens da próxima cidade ucraniana libertada? Não se trata só de entregar ou não mais um pedaço da Ucrânia a Putin – o que temos que lhe apresentar é uma fatura para ele pagar independentemente do desfecho do conflito. 

A questão da Ucrânia não entrar na NATO já se encontra resolvida, e este facto só vem contribuir para o raciocínio de que esse argumento não bastava a Moscovo. Era preciso tomar posse da Ucrânia. E para isso, Kiev tinha que cair. Só que o caminho até lá foi muito penoso para o exército russo. Com isso, Moscovo não consegue derrubar o governo de Zelensky.  

Perante uma indesmentível derrota militar, o exército russo recua e abandona objetivos estratégicos como é o caso de um aeroporto ainda operacional. Para alguns especialistas tratou-se de uma retirada estratégica.  

Para mim foi o abandonar às mãos do inimigo de territórios previamente conquistados, e debaixo de pesadas baixas. Agora o objetivo é “só” o Donbass e todo o Sul. Entretanto um objetivo primordial tem vindo a ser alcançado: Quanto mais destruição melhor. Estratégia de medio longo prazo para enfraquecer cada vez mais a Ucrânia, pois esta agressão pode muito bem não vir a ser a última. 

Por isso mesmo, estes 43 dias não podem ficar impunes, e os próximos não podem ser de maneira nenhuma favoráveis à Rússia. 

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