15.04.23
Lula da Silva acusa tanto os EUA como a UE de terem uma postura que incentiva a continuidade da guerra na Ucrânia.
Com estas afirmações, o chefe de estado brasileiro faz crer que neste conflito militar existe apenas uma beligerante. Neste caso, essa parte é com certeza a Ucrânia e os seus aliados, já que da parte de Lula nunca se ouviu uma única frase dirigida a Vladimir Putin no sentido de este parar com a agressão.
Na opinião de Lula, os aliados da Ucrânia devem parar de fornecer armas ao país agredido, mas quanto ao país agressor parece não haver opinião quanto à atitude a tomar no sentido da paz ser alcançada.
O tom naif, ingênuo e de bom samaritano que coloca no seu discurso - contrariamente às suas intenções - não engana ninguém. Se Lula da Silva estivesse mesmo empenhado no processo de paz, tinha desde logo do início do seu mandato, assumido uma posição clara e efetiva contra a agressão da Federação Russa à Ucrânia; tinha participado nas sanções impostas pela comunidade internacional; tinha adotado uma posição de total rejeição à política do Kremlin e colocado o Brasil no conjunto de países que apoiam a Ucrânia.
E para fazer tudo isto, nem era preciso fornecer armas à Ucrânia, bastava ter sido honesto e digno.
Neste momento, o mundo aguarda ansiosamente pelo plano de paz que Lula da Silva diz ter, ou pelo menos, diz querer obter.
Até agora, o contributo do Brasil para a paz na Ucrânia foi zero. E por aquilo que se adivinha, quando esse contributo chegar - se chegar - será certamente abaixo de zero.
É este Lula da Silva que durante os seus mandatos foi sempre incapaz de solucionar os trágicos problemas de segurança do seu país, onde a média anual de assassinatos ultrapassa os 80.000 casos; onde continuamente nas grandes cidades brasileiras é travada uma autêntica guerra civil entre gangues rivais de traficantes de droga; onde o cidadão comum tem pavor de sair à rua porque está plenamente consciente que a probabilidade de ser baleado é enorme, é este mesmo Lula que vem agora se colocar na posição de mediador, de pacificador, de homem de paz, naquele que é o mais complexo conflito militar desde a segunda grande guerra.
Acredite quem quiser.