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A Política somos nós

A Política somos nós

22.06.25

Os Golias dos tempos modernos não se deixam abater pelas fundas dos pequenos David's.

Contra as inocentes e romanticas posições em defesa do direito internacional, surge fatidicamente a força militar dos verdadeiros Golias.

Ilariante observar a indignação iraniana perante o ataque de EUA/Israel, onde acusam estes de violarem o direito internacional. O Estado iraniano constitui um regime totalitário ditatorial, fundamentalista islâmico e financiador do terrorismo internacional. Durante décadas desrespeita o direito internacional atacando indirectamente através dos seus grupos terroristas, o estado de Israel.

Ilariante observar a posiçao de Vladimir Putin quando este se oferece para ser o mediador de um processo de paz para este conflito ao mesmo tempo que acusam os EUA de violarem o direito internacional ao atacarem o território iraniano.

Ilariante a posiçao de EUA/Israel apresentado-se como defensores da justiça, da paz no mundo, como se eles fossem inteiramente os bons da fita.

Independentemente das razões apresentadas, o ataque americano ao Irão para além de desrespeitar a constituição americana, desrespeita o direito internacional.

Ilariante a pretensa preocupação do Irão com o destino do povo palestiniano. A verdade é que o regime iraniano despreza completamente os palestinianos, quando na verdade apenas usa a causa palestiniana para justificar o grande desígnio do regime dos ayatolas que é a destruição do estado de Israel.

Israel sempre foi a ponta da lança dos EUA no médio oriente onde defende os gigantescos interesses geopolíticos e económicos americanos nesta região única no mundo. A grande a ameaça para os EUA nesta questão é o Irão.

Foram os EUA que colocaram no poder o Xa Reza Pahlavi quando o antigo regime iraniano decidiu nacionalizar a indústria petrolífera iraniana. 

Foi a antiga URSS que fomentou,  financiou e apoiou a revolução islâmica que colocou no poder um conjunto de facínoras e de fanáticos tão corruptos e tão criminosos como o regime monárquico do Xa. 

Se de um lado, Israel tem sido um peão americano, o Irão tem sido o peão da Rússia e da China.

Se a Rússia perder a influência que tem no regime iraniano, toda a sua presença e influência será posta em causa nesta região chave do mundo.

Os planos chineses na construção da nova rota de seda, passam directamente em solo iraniano. Basta observar a posiçao geográfica do irão para perceber que é única, invejável e naturalmente extremamente cobiçada.

Se a Ucrânia tivesse armas nucleares, a Crimeia ainda seria território sob controle dos ucranianos. Se a Europa tivesse força militar para se opor no terreno ucraniano à invasão russa, esta não tinha acontecido.

Se a Rússia não fosse a maior potência atómica do planeta os dirigentes europeus não borravam as calças sempre que o criminoso de guerra Medvedev abre a boca.

Ilariante ouvir os comentários daqueles que procuram um dos lados como se qualquer um deles fosse um refúgio de virtudes e de justiça.

SE o Irão detinha ou detém capacidade eminente de construir um engenho nuclear, este ataque é justificado e proveitoso.

SE realmente corresponder à verdade que existiam ou existem instalações secretas iranianas a dezenas de metros de profundidade, coloca-se a questão: porquê esconder tanto, algo que os líderes iranianos afirmam ser um projecto pacífico?

A ideia é reduzir o número de armas nucleares não aumentar este número.

Não é aceitável que se defenda a existência de um estado iraniano nuclear argumentando que Israel já é uma potência nuclear.

Neste caso, mais é demais. 

Se já é suficientemente preocupante a actual radicalização da política de Israel - uma potência nuclear que nunca escondeu - muito pelo contrário - a sua intenção expansionista. Quanto mais um Irão nuclear. Um regime extremista, que nutre um ódio profundo à civilização ocidental - um regime que condena à morte por apedrejamento - um regime que permite que as mulheres sejam tratadas como escravas onde a menor desobediência é castigada com chibatadas ou o uso de ácido no rosto - um regime onde os dissidentes são enforcados em gruas na via pública em autênticos espetáculos medievais. O regime dos ayatolas nunca poderá deter armas nucleares. Ponto.

Esperemos que seja o povo iraniano a derrubar este regime. A história demonstrou que nesta região, as tentativas de alteração de regimes pela força das armas estrangeiras tem resultado em processos catástroficos. Substituiram-se ditadores por outros e transformou-se a paz podre em guerras cívies intermináveis.

Ilariante a posiçao de Israel que vem agora defender a via diplomática, depois de ter assassinado milhares de civies palestinos, com o pretexto de aniquilar um grupo terrorista que certamente terá muito mais de iraniano do que palestiniano. O verdadeiro objectivo do governo israelita com o apoio de uma boa parte do seu povo é a eliminação total do povo palestino e com isso alcançar o grande sonho israelita de ter um Israel que se estenda das margens do rio Jordão às margens do mediterrâneo.

Desde o final da segunda grande guerra que a carta das Nações Unidas tem vindo a ser rasgada e a diplomacia internacional se tornou uma farsa.

Depois da Ucrânia, depois do Irão, não será surpresa nenhuma que o próximo palco seja Taiwan.

Somos aquilo que somos, merecemos aquilo que temos.

 

 

 

 

 

 

 

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