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A Política somos nós

A Política somos nós

11.02.23

A convite de um estado agressor, Roger Waters fez uma triste figura na ONU ao proferir um discurso na qualidade de "ativista civil a favor da paz".

Roger Waters considera que a invasão militar por parte da Rússia ao território ucrâniano, constitui uma ilegalidade, mas por outro lado, condena a resposta ocidental no que diz respeito à ajuda militar concedida à Ucrânia.

Esta posição, coloca Roger Waters como sendo um apologista da impunidade perante a ilegalidade.

Num cenário em que a sua pátria, o Reino Unido, fosse invadida militarmente por uma força estrangeira, provavelmente isso seria fonte de inspiração para este músico escrever uma canção onde seriam condenados tanto a escalada do armamento como os grandes lucros das empresas que o produzem.

A destruição do seu país e a morte do seu povo, certamente não teriam espaço na letra da composição, como igualmente não houve espaço no seu discurso para uma palavra de apoio ao povo ucraniano.

Entre as variadas reacções ao seu discurso, houve uma que considerou o músico como sendo mais um tijolo na parede que constitui a propaganda russa.

Na minha opinião, Roger Waters é apenas mais um daqueles “pacifistas” incompetentes e imorais sem soluções nem moral para abordar o assunto.

Incompetente, porque não apresenta nenhuma solução credível e exequível para que a paz seja alcançada. Na prática, Roger Waters nada fez no sentido de se encontrar uma solução para o problema, e ao apresentar-se na ONU como convidado por uma das partes do conflito, pior ainda, pela parte agressora, não perdeu a credibilidade que na verdade nunca teve, perdeu apenas a oportunidade de não fazer uma triste figura.

Um "ativista civil a favor da paz" nunca pode aceitar um convite de um regime que independentemente das inúmeras opiniões e posições, foi quem na realidade iniciou um conflito militar.

Imoral, porque condena o fornecimento de armamento à Ucrânia, o mesmo armamento que permitiu que até agora Kiev não se tivesse transformado noutra Bucha.

Imoral, porque aceitou um convite de um regime criminoso e já agora, um dos maiores fabricantes de armas do planeta, detentor do maior arsenal nuclear entre todas as nações.

Imoral, porque ao criticar o fornecimento de armas à Ucrânia, pretende colocar um povo numa posição de total subjugação perante um agressor que indiscutivelmente pretende a anulação e consequente anexação de uma nação soberana e independente.

A paz pretendida por Roger Waters nada mais é do que a aceitação e normalização por parte do mundo inteiro, e particularmente pelo povo ucraniano, que uma nação agredida tem obrigatoriamente que se render aos pés de um agressor que violou todas as leis do direito internacional e que ao longo de quase um ano tem vindo a usurpar território alheio e a massacrar a sua população.

Para Roger Waters, o legítimo direito à defesa do povo ucraniano, constitui apenas uma conspiração internacional para o incremento do comércio de armas.

Todos os homens e mulheres de bem desejam um mundo sem armas e sem guerras. Esse mundo por enquanto ainda não existe, e não será com toda a certeza com o contributo de Roger Waters que o vamos alcançar.

08.01.23

Instrumentalização, marginalidade e impunidade. Três características fortemente enraizadas na sociedade brasileira. A Instrumentalização melhor resulta quanto maior for o grau de analfabetismo ou de simples iliteracia do alvo a ser instrumentalizado. A marginalidade e o crime generalizado são fatores que sustentam o facto do Brasil ser um dos países mais inseguros do mundo. A impunidade resulta da circunstância de a classe política brasileira ser extremamente e tradicionalmente corrupta. Os acontecimentos em Brasília são apenas o fruto e o espelho destas três características da sociedade brasileira. Sem surpresa, estes acontecimentos, trazem a etiqueta – Made in Brazil.

25.12.22

Se a Ucrânia fosse um país pobre de recursos naturais e não fosse um dos maiores produtores de cereais no mundo, putin nunca teria qualquer interesse no território ucraniano para além de lá colocar um clone de lukashenko. Essa conversa de merda de que se trata de uma questão de segurança nacional russa, é para consumo dos acéfalos russos e de outros, espalhados por aí. Não foi a NATO que se aproximou das fronteiras russas, foram as fronteiras russas que encolheram com a queda do império soviético. Os povos que nessas regiões viviam, escolheram um lado por sua própria vontade, e nesse processo não invadiram a federação russa nem se comprometeram em aniquilar um povo inteiro. Imagine-se - pretenderam apenas pensar diferente - sem que com isso se tenham transformado em assassinos, ou simplesmente, moralmente cúmplices do crime. Os idiotas que estão convencidos que o direito de ter um pensamento diferente lhes confere a legitimidade de defenderem a barbaridade criminosa, são apenas desprezíveis. Estão eles mais convencidos de que a NATO tem pretensões de invadir a federação russa, do que o próprio putin. Com certeza desconhecem que a principal ameaça à paz na Europa chama-se Kaliningrad, o exclave russo cravado no continente europeu onde as armas nucleares russas estão a poucos minutos de todas as capitais europeias. Para os camaradas do pensamento diferente, esta não é com certeza uma ameaça ao ocidente. Afinal de contas, o regime do Kremlin tem nas últimas duas décadas dado provas de pacifismo universal. Não invadiu ninguém, não iniciou nenhum tipo de agressão militar e tem-se comportado como um digno representante dos direitos humanos, da democracia pluralista e das leis internacionais. Já os nazis ucranianos.... e os planos de americanos, alemães, franceses e ingleses de bombardearam Moscovo, constituem uma ameaça latente a todos os russos. Putin ordenou a invasão da Ucrânia com apenas um objectivo: integrar a totalidade do território ucraniano na federação russa. Os campos de gás natural e os milhões de toneladas de cereais ucranianos são o saque de guerra do Kremlin. E se para isso tiverem que ser assassinados todos os ucranianos e russos que vivem na Ucrânia, que assim seja. Invadir, saquear, alargamento do território, colonização do mesmo e aumento do poder. São estes os objectivos de quem desencadeia uma guerra. A guerra na Ucrânia é isto mesmo e não mais do que isto. O resto é conversa.

19.11.22

O Sr. Raimundo tem um cão - chama-se Putin, mas no íntimo, certamente, prefere tratá-lo por companheiro Vladimir.

O Sr. Raimundo está convencido que este problema na Ucrânia ao qual está dogmaticamente proibido de chamar guerra, começou com o facto do dito cão ter sido atiçado, o que consequentemente levou o bicho a virar-se e a atacar os autores de tamanha maldade.

O cão do Sr. Raimundo, em 2008, depois de ter sido atiçado invadiu a Geórgia e usurpou os territórios da Abecásia e a Ossétia do Sul. Depois de em 1999, a Federação russa ter iniciado a segunda guerra na Chechênia, o cão do Sr. Raimundo, no ano 2000, novamente atiçado, colocou a Chechênia sob administração direta da Presidência da Federação russa.

Em 2016, a cidade de Alepo na Síria foi totalmente arrasada pelos bombardeamentos da força aérea russa. O bicho foi tão atiçado que se viu obrigado a varrer do mapa uma cidade inteira e com isso assassinar mais de 100.000 civis inocentes.

Como a comunidade internacional apenas se limitava a atiçar o cão do Sr. Raimundo, este decidiu dar mais uma dentada, e desta vez em 2014, anexou a península da Crimeia território soberano da Ucrânia.

Como ninguém aprendeu que não se deve atiçar os cães, o animal aproveitou o estado de raiva e começou a “minar” os territórios do leste da Ucrânia. Ao que parecia, estas regiões estavam empestadas de nazis e tal enfermidade punha em risco a sobrevivência de todo o povo irmão da Ucrânia, que ainda por cima e que para todos os efeitos mais não era que povo russo.

Durante 20 anos este “husky siberiano”, acumulou uma colossal fortuna fruto de inúmeros negócios que toda a comunidade internacional, particularmente a Europa, lhe proporcionou. O dinheiro russo circulava nas praças europeias alimentando as fortunas de ambos os lados.

Este cão até conseguiu a proeza de ficar bem-visto nos grandes círculos mundiais. Porem, com isto ele não se sentia atiçado, muito antes pelo contrário. Fazia o papel de animal domesticado, e provavelmente, até o Sr. Raimundo, nessa época recolhido no seu anonimato, acreditou nisso.

Em fevereiro de 2022, o cão do Sr. Raimundo não aguentou mais ser tão atiçado e decidiu invadir a Ucrânia numa operação especial de salvamento do povo ucraniano. Oito meses depois e com milhares de mortos resultantes do salvamento, que ninguém venha agora se queixar do bichano. Foi muito atiçamento.

O Sr. Raimundo não percebe nada de animais, porque se assim fosse, não comparava Vladimir Putin a um cão.

Os animais reagem violentamente quando são atacados – Putin não precisa de ser ameaçado para atacar. Nem sequer deve ser considerado uma animal – é apenas uma doença.

Uma doença que não precisa de ser provocada para matar – basta que nos aproximemos dela para sofrermos as consequências que fatalmente serão trágicas.

É desta doença que todos os vizinhos da Federação russa têm procurado fugir desde a queda da União Soviética.

E é desta doença que o Sr. Raimundo e o seu partido não conseguem fugir. Não conseguem, porque indiscutivelmente não querem, e porque doentiamente continuam a preferir venerar.

12.11.22

Os rigores do inverno no hemisfério norte têm ao longo dos séculos sido decisivos no desfecho de muitas batalhas e de umas tantas guerras.

A grande Guerra do Norte, travada entre 1700 e 1721, colocou em confronto o império sueco e uma coligação composta pelo Czarado da Rússia, o Reino da Dinamarca e Noruega, e Saxónia-Polónia.

O início das hostilidades foi protagonizado por um ataque realizado pela coligação, tendo como resposta, uma forte contra-ofensiva sueca - o que não evitou a derrota final da Suécia com a consequente queda do seu império em 1721.

Em 1812 Napoleão, ao comando de um exército de 610.000 homens, invadiu a Rússia. Foi incapaz de alcançar o exército russo e já na direção de Moscovo, este, foi deixando no seu rasto a devastação total de aldeias e terrenos agrícolas queimado assim provisões e abrigo às forças napoleónicas.

Antes das primeiras neves, Napoleão abandonou a cidade de Moscovo, a qual tinha apenas alcançado e não conquistado, pois fê-lo sem qualquer tipo de oposição. Depois desta auto derrota, e no seu regresso a França, apenas 100.000 dos seus homens o acompanharam, tendo ainda milhares dos mesmos, morrido de frio, de fome e de exaustão.

Durante a segunda grande guerra, o inverno mais rigoroso foi o de 1941-1942. Foi precisamente no dia 22 de junho de 1941 que se deu início a “Operação Barbarossa”.

A Wehrmacht alemã invadia o território russo com o objetivo de conquistar as regiões ocidentais da União Soviética, e com isso levar a cabo o repovoamento destes territórios por alemães. Enquanto isso, os povos eslavos seriam usados como mão de obra escrava, assim como os recursos naturais seriam canalizados para o esforço de guerra nazi.

Na verdade, nos primeiros 5 meses da operação, cerca de 730.0000 homens, (quase 25% do total das tropas) foram perdidos.

Travados nos arredores de Moscovo, e derrotados na batalha de Stalingrade ,os exércitos alemães perderam definitivamente a campanha do Leste e com esse facto a maré da guerra virou de forma irreversível.

O que este Inverno vai trazer nesta guerra da Ucrânia é ainda uma incógnita, tal como o foi em conflitos passados. Embora de formas distintas, afeta tanto aquele que defende como aquele que ataca.

Dizem os generais que quem ganha as guerras são os soldados. Os equipamentos, a logística, as condições atmosféricas e as decisões dos altos comandos, são sem dúvida preponderantes, mas é o soldado que faz toda esta engrenagem funcionar e é ele o decisor do curso da guerra.

Nesta guerra, o soldado ucraniano já provou que apresenta indicies de preparação e motivação muito superiores ao soldado russo.

Este inverno vai afetar ambos os lados e terá como principal consequência o abrandar das operações no terreno. Apesar do facto de que a Rússia irá certamente intensificar os bombardeamentos às instalações civis, o inverno vai apenas atrasar a sua derrota.

Sem território conquistado e assegurado não se ganham guerras. Todo o território conquistado pela Rússia não foi devidamente assegurado, e como tal, boa parte do mesmo foi perdido. Não vai ser o inverno o responsável pela inversão desta tendência.

29.10.22

Este domingo os brasileiros vão escolher o seu próximo presidente.

Bolsonaro é no seu conjunto como pessoa e como político, tão mau, que consegue juntar à volta da candidatura de Lula, pessoas que não se revêm nem na política do PT nem na personagem de Lula.

O grau de rejeição a Bolsonaro é tão grande que se traduz num sentimento entre a maioria da população brasileira que poderá ser traduzido na seguinte frase: “Todos menos ele”.

Todos os que apoiam Lula, uma percentagem daqueles que votaram na primeira volta noutros candidatos e uma percentagem daqueles que contribuirão para o elevado grau de abstenção, rejeitam absolutamente Bolsonaro.

Isto significa que se Lula vencer as eleições, este resultado deve-se mais a uma rejeição ao seu adversário do que uma aprovação a Lula.

O Brasil vive um momento da sua história onde o risco de comprometer o seu futuro e o seu desenvolvimento é elevadíssimo.

Por um lado, com a possível eleição de Lula, o país poderá novamente resvalar para um agravar do problema endémico nacional que é a corrupção. A incrementação da política intervencionista do estado na economia, fruto do dogma marxista bem presente na política ideológica do PT, é algo de que o Brasil não precisa, e um caminho que não deverá seguir – é uma receita comprovadamente perniciosa.

Por outro lado, com a reeleição de Bolsonaro, o Brasil para além de outros graves problemas, arrisca transformar-se num estado teocrata.

As inúmeras igrejas evangélicas que proliferam na sociedade brasileira, para além de serem a base de apoio a Bolsonaro, e mesmo em alguns casos, também apoiantes de Lula, são na sua essência, uma séria ameaça à democracia constituindo uma verdadeira doença social.

Chefiadas por um incontável número de bispos, meros orquestradores da manipulação e da falsidade, estas igrejas operam de uma forma perfeitamente mafiosa, já que a base da sua existência é assegurada pela extorsão de dinheiro sobre os seus fiéis, ou crentes, como lhes preferem chamar.

São hoje em dia, autênticos cofres fortes, repositórios de milhões de reais em forma de papel moeda, ou como os brasileiros costumam chamar: dinheiro vivo. Dinheiro que circula em canais restritos, completamente fora do sistema financeiro e que alicerça boa parte da economia paralela brasileira.

São organizações que compõem um dos maiores elos de corrupção no Brasil.

Donas de empresas de media, possuidoras de um vasto império imobiliário e com uma substancial representação em cargos públicos – esta gente, que entre promessas de vidas salvas do “diabo”, vende literalmente lotes no céu aos seus seguidores, garante de vida e moradia eterna ao lado do seu Senhor. Exercem um enorme e perigoso domínio sobre a mente e o bolso de dezenas de milhões de brasileiros.

Com a impossibilidade de ambos os candidatos saírem do seu canto extremado e inconsequente, neste domingo no Brasil, o “senhor” provavelmente vai abster-se, enquanto o “diabo” certamente vai escolher entre o mau e o menos bom.

28.10.22

Nos últimos meses tenho frequentemente lido expressões como: "esta guerra não é nossa" ou "esta não é a minha guerra".

Na minha opinião, tais expressões refletem entre outras coisas, o chamado efeito de proximidade.

Temos a tendência para maximizar e valorizar aquilo que fisicamente nos é próximo, e de certa forma desvalorizar aquilo que nos é distante.

Perante um cataclismo na Índia onde morreram milhares de pessoas, quedamos mais a nossa atenção e as nossas emoções na chegada da ambulância que veio socorrer o vizinho do quinto esquerdo vítima de uma qualquer enfermidade.

Quando em 24 de Fevereiro a Ucrânia foi alvo da invasão militar por parte da federação russa, o choque não deixou de ser generalizado, porém, as verdadeiras preocupações nacionais começaram quando os preços dos combustíveis e da energia começaram a disparar.

O egoísmo e a tacanhez, faz
crer a alguns que esta guerra não é a deles. Outros poderão contrapor que o aumento dos combustíveis não é problema deles pois em vez de ocuparem um lugar apenas no seu automóvel enfrentando intermináveis filas, preferem usar os transportes públicos.

Esta guerra é incontornavelmente de nós todos, pois a todos afeta.

Uns alvitram que a mesma terá que ter uma solução política sem, contudo, explicarem os termos da paz.

Ou será a paz podre fruto da cedência de território ucraniano à federação russa, o que resultará apenas num cessar fogo temporário e precário, mas que fatalmente evoluirá para um conflito interminável; ou será a paz impossível, baseada na cedência por parte de Putin com a consequente retirada de solo ucraniano. Putin nunca negociará esta paz.

Esta guerra assim como todas as outras, materializa a ganância e a sede de poder dos homens, e todos nós, pacifistas ou belicistas; a favor de Putin ou contra ele; mais ou menos egoístas; mais ou menos solidários, estamos direta ou indiretamente envolvidos nela.

Fisicamente circunscrita na "longínqua" Ucrânia, esta guerra já é global pelo seu efeito destrutivo nas sociedades mundiais.

Todos viveremos as próximas décadas num mundo muito diferente daquele que conhecemos, pois seja qual for o desfecho do conflito, este semeou uma semente de ódio e de desconfiança entre os homens e as nações.

Não há ideologia nem tomada de posição que nos defenda ou que permita o alheamento desta nova realidade.

Todos fazemos parte desta história e será a história que nos recordará pela postura que assumimos numa guerra que é de todos nós.

15.10.22

Todos os tiranos têm uma vertente patética.

Vladimir Putin, expressa-o bem, desde logo pela sua peculiar forma de caminhar. Balançando a sua fraca figura, num movimento que aparenta demonstrar a agilidade para se desviar de todos os golpes que de forma paranoica receia ser alvo. Usando uma expressão portuguesa, é um “pintas”.

No seu último discurso, afirmou que esta guerra é no mínimo, desagradável, e quase prometeu que a Federação russa, ou seja, ele, não iria lançar mais ataques massivos contra o território ucraniano, a não ser que fosse necessário, claro. Se por acaso os serviços secretos descobrirem algum “nazi” em qualquer aldeia ou cidade ucraniana, logo 10 ou 20 misseis serão lançados. Se não acertarem no dito, pelo menos vai-se arrasando o resto.

A imagem patética surge agora no ser cruel e sem escrúpulos. Isolado, odiado, já contestado internamente, assiste às derrotas no terreno das suas hordas de selvagens embriagados, às quais chama exército.

Enquanto os seus paióis se vão esvaziando, o material de guerra fornecido pelo ocidente à Ucrânia, vai aumentando em quantidade e qualidade. Se este processo fosse incrementado de forma mais eficiente, o fim desta guerra estaria certamente mais próximo.

Essa data chegará, e não será apenas Putin e os muitos russos que o apoiam que sairão derrotados. Todos os outros que o apoiam e defendem, ocuparão igualmente o lugar dos derrotados.

07.10.22

 

TOWW2VA5GFPLNDH3BPL6RG3Y4Q.jpgE se os bielorrussos quiserem livrar-se do ditador?

Será que os amigos do contraditório vão dizer que a culpa é da NATO e do ocidente?

28.09.22

Novos refugiados estão a chegar à Europa Ocidental, e são às centenas de milhares.

Desta vez não são originários de países em guerra dentro das suas fronteiras; nem são de origem africana ou do Médio oriente; nem são muçulmanos. São brancos caucasianos, cristãos e, imagine-se: são europeus ocidentais na sua esmagadora maioria.

Não chegam em barcos sobrelotados atravessando o Mar mediterrânico; nem percorrem milhares de quilómetros a pé cruzando os territórios entre o Médio oriente e a Europa. Na verdade, esgotam os voos e causam filas de automóveis de dezenas de quilómetros.

São os refugiados de Putin. Fogem da Federação Russa. Fogem de uma guerra que não decorre na sua pátria, mas sim em pátria alheia.

O tão maléfico Ocidente é agora o seu refúgio. Ao que parece deixou de ser assim tão ameaçador. Os países da terrível NATO não os estão a receber com armas apontadas, no mínimo, vedarão a sua entrada.

Aquela maioria que apoiou e continua a apoiar Putin, (no último ato eleitoral realizado na Federação Russa, Vladimir Putin teve um resultado esmagadoramente favorável, mesmo considerando a falta de fiabilidade dos resultados eleitorais na Rússia), é agora confrontada com a mobilização militar.

A guerra que é apresentada pelos autómatos das televisões estatais russas como sendo uma operação militar especial, é agora uma verdadeira guerra e tem que ser encarada no campo de batalha.

Nunca saberemos quais aqueles que entre estas centenas de milhares que fogem, são ou não apoiantes do regime do Kremlin, e na verdade isso pouco importa. O que sabemos, é que na boa parte dos casos, quando a trampa nos bate à porta, o heroísmo, o nacionalismo e até algum romantismo são relegados para segundo plano.

Quando se deu a invasão do território ucraniano, foram apenas as mulheres e as crianças que fugiram do país Os homens, na sua maioria, ficaram para combater e defender a sua pátria. Ao invés disso, quando a Federação Russa tenta mobilizar forças para combater na Ucrânia, são famílias inteiras de russos que fogem do país. Até nisto Vladimir Putin continua a perder a guerra.

Ao que parece, entre os russos, escasseiam os heróis e os nacionalistas que estariam prontos para “desnazificar” a Ucrânia, libertar os irmãos do Donbass ou até mesmo para contribuir para o alargamento do já tão vasto território russo.

Com a possibilidade de ucranianos residentes nas zonas ocupadas serem mobilizados para combaterem ao lado do exército russo, sendo assim obrigados a matar o seu próprio povo, o clima nas falanges russas que está longe de ser motivante, irá tornar-se tóxico.

Nas gélidas noites do inverno que se avizinha, vai ser complexo para os soldados russos verem de que lado vêm as balas...

27.09.22

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O "coiso”, que em Portugal personifica a verdadeira nulidade, e no estrangeiro significa coisa nenhuma, exultou com a vitória do fascismo nas eleições em Itália.

Esta pérfida personagem, afirmou que são os ventos de mudança na Europa, e que está convencida que tais ventos chegarão a Portugal.

As diferenças entre Portugal e a Itália de Meloni, a Hungria de Orbán, a Suécia de Ulf Kristersson, e a minoria de alienados que no Brasil adoram Bolsonaro, são enormes.

Suportámos a segunda ditadura mais longa da Europa, só suplantada pela ditadura soviética. Depois de alcançarmos a liberdade, não permitimos que os extremismos inspirados e financiados pelo regime marxista da ex. União Soviética, fizessem de Portugal mais uma nação fantoche do grupo da cortina de ferro.

Em Portugal derrotámos o fascismo e não levantámos nenhuma muralha de aço. O que levantámos, foi o que é hoje uma das democracias mais consolidadas e respeitadas do continente europeu.

Os ventos de tal mudança, jamais soprarão no país onde habita um povo, que apesar de ser escasso em número, é provido de uma gigantesca consciência que rejeita com firmeza e sem hesitações qualquer tipo de ditadura ou de radicalismos.

A democracia é um processo em constante construção, e certamente muito falta ainda por construir. O populismo nulo de soluções e pleno de ódios, fundamenta-se na autocracia que nada constrói e que só a nós compete rejeitar.

26.09.22

Nas ruas de Teerão as mulheres queimam os seus véus.

A Federação Russa prepara-se para alargar as suas fronteiras à custa da criminosa anexação de territórios de um país soberano.

Desde a crise dos mísseis em Cuba, que a ameaça de um holocausto nuclear não era tão séria.

Os italianos, ou pelo menos parcela do seu eleitorado, elegeram um governo fascista.

As alterações climáticas seguem o seu curso natural com o nefasto contributo do ser humano. O mesmo que em vez de contribuir para o desagravamento das mesmas, faz exatamente o contrário e que em simultâneo incrementa exponencialmente um comportamento de todo irresponsável e insano em várias latitudes do planeta.

Definitivamente cozinhamos em lume vivo a receita do desastre. Mesmo os mais otimistas se questionam nos dias que correm: E para amanhã, o que teremos?

24.09.22

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A democracia é realmente algo extraordinário. Permite-nos expressar as nossas opiniões em perfeita liberdade e sem qualquer tipo de coação.

A democracia cria espaços e concede o direito a todos os cidadãos de exercerem os seus direitos não tolhendo de nenhuma forma as opiniões e posições por mais controversas que elas sejam.

Contudo, esta benesse também expõe as nossas intervenções a possíveis críticas. A figura que fazemos não é escrutinado pela democracia em si, mas pode muito bem sê-lo por outros cidadãos.

O dever de cidadania e de democrata, obriga-me a aceitar o direito ao contraditório, ao absurdo, ao inconveniente, - porém, reservo-me ao direito de discordar, de criticar e de me indignar.

A figura que este Major General tem vindo a fazer sempre que é convidado pelos meios de comunicação televisivos, é na minha opinião, triste e ridícula.

Independentemente da opinião que expressa, são os argumentos e explicações que apresenta, que fazem das suas intervenções algo vergonhoso.

As contradições, as inverdades, e as especulações são tão evidentes, que nem as opiniões mais tendenciosas conseguem ignorar.

Sobre as questões que lhe colocaram sobre os referendos que neste momento decorrem em território ucraniano ocupado, foi completamente incapaz de tecer um mínimo comentário negativo sobre o assunto.

É perfeitamente vergonhoso que um representante das forças armadas de um país soberano como é Portugal, não tenha a capacidade de apontar uma ilegalidade quando ela é tão descaradamente evidente.

A democracia tem destas coisas, por vezes constatamos que os nossos impostos para além de sustentarem o nosso estado de direito, também servem para alimentar certas indignidades.

23.09.22

A Mãe Rússia na pessoa de Vladimir Putin chamou-lhe “operação militar especial”; agora existe uma madrasta que lhe chama guerra.

Para milhares de patriotas russos que durante estes meses assistiram sentados nos seus sofás à “libertação dos ucranianos” de todos os males da terra, a guerra entrou-lhes pela porta.

Pela mesma porta começam agora a sair os seus filhos, que forçados a abandonar as escolas e universidades, e mesmo não sendo da vontade de muitos, vão cumprir o desígnio supremo: tornarem-se heróis da Rússia.

Outros filhos, temendo esta madrasta, abandonam aos milhares a sua Mãe Rússia e entram no primeiro avião que os transporte para qualquer país que não lhes exija um visto.

Depois das derrotas consecutivas no campo de batalha, a mobilização forçada. Talvez o próximo passo do Kremlin seja erguer muros à volta dos aeroportos para assim suster a sangria de russos que não desejam ser heróis, desejam apenas viver em paz.

Das mais longínquas regiões da Federação, partirão aqueles que sem nunca terem conhecido Moscovo ou São Petersburgo, fazem as vezes dos "russos brancos” como o filho do ministro Peskov que não tem jeito para ser herói.

Mas não será só dos confins da Rússia que virão os homens que alimentarão a guerra de Putin e dos milhões de russos que o apoiam. Esta mobilização "parcial” já é na realidade uma mobilização geral. À boa maneira russa, mascarou-se a coisa para não criar mais mau estar entre alguma população, e vai-se mobilizando, agora 300.000, e depois outros milhares lhes seguirão.

Tal como Putin já afirmou, não é necessário ter pressas nesta guerra. Certamente que as mães russas terão pressa em ver o regresso dos seus filhos a casa, resta saber qual será a reação das mesmas quando forem informadas que os seus filhos morreram na Ucrânia. Um orgulho para a família ou um sacrifício estéril?

Sem pressa para acabar a guerra, a Mãe Rússia transforma-se em madrasta e será igualmente sem pressa, que os sorrisos e cânticos nas manifestações orquestradas pelo regime, se transformarão em sofrimento e desgosto.

Agora nem “operação” nem “especial”, agora, para os russos é guerra, e das guerras, normalmente só regressam os que se esconderam das balas, - os heróis ficaram no campo de batalha.

21.09.22

Vladimir Putin discursou mais uma vez para o povo russo. Falou em nazis, falou em massacres sobre o povo russo, falou no perigo que a Federação Russa enfrenta devido às intenções da NATO em invadir e fragmentar a nação russa, e falou também mais alguns disparates em que só o povo russo acredita, pelo menos boa parte dele.

Para uma população que sofreu na pele aquilo que mais nenhuma outra sofreu às mãos dos exércitos nazis durante a segunda grande guerra, é particularmente assustador ouvir o seu líder afirmar que mais uma vez os nazis estão à sua porta e desta vez trazem reforços. Quando essa mesma população, na sua esmagadora maioria, nunca saiu do seu país, desconhecendo desta forma outra qualquer realidade, este é um discurso dirigido a zombies.

É um discurso igualmente dirigido aos fundamentalistas e ultranacionalistas russos tão saudosos do velho império soviético. O próprio partido comunista russo apoia incondicionalmente o escalar deste conflito. Por outro lado, os corruptos oligarcas russos sabem que se a guerra for perdida e Putin cair, eles também caem, - como tal, alinham neste discurso de ameaça e confrontação.

Nas grandes cidades russas alguns corajosos protestam, são espancados e presos, enquanto outros, os que podem, abandonam um país onde a sobrevivência em todas as suas vertentes é já uma preocupação crescente.

Para o mundo ocidental, este discurso serve como mais uma ameaça, no sentido em que é manifestada por parte de Putin a intenção da Federação Russa manter e levar esta guerra até à última das consequências, e onde o uso de armas nucleares não é descartado, pelo contrário. É preciso aumentar a ameaça e fazer crescer o medo, principalmente quando no campo de batalha as derrotas se acumulam.

Esta é uma ameaça que tem que ser levada a sério. Não podemos nem devemos cair no erro de acreditar que tal absurdo é impensável até para uma personagem como Putin.

Nada mudou pois. A guerra continua, a ameaça nuclear continua, a hipocrisia chinesa continua e a resistência do povo ucraniano e das democracias que o apoiam vai ter que continuar.

No próximo inverno o frio vai ser apenas um detalhe.

20.09.22

Agora que a senhora foi sepultada, e que descanse em paz, seria importante que o mundo se concentrasse de novo naquele assunto que aos olhos de muitos se tornou chato.

A expressão “guerra na Ucrânia” até parece que causa alguma urticária a certa opinião pública que instintivamente acabou por banalizar o assunto. Se Vladimir Putin proibiu a palavra "guerra", por cá, a palavra quase que incomoda.

O problema mesmo é o preço do gás para aquecer o inverno e o preço da energia para alimentar os Teslas. Os governos que encontrem soluções para este problema, mas por favor não chateiem mais com esse assunto da guerra.

Mais umas aldeias arrasadas pelos mísseis de Putin, mais umas dezenas de crianças mortas, ou mais uma valas comuns encontradas, já fazem parte da banalização que se faz da carnificina.

Quando o recuo das tropas russas for demasiado humilhante para a canalha que rodeia Vladimir Putin e ele próprio recear pelo seu lugar, talvez a guerra torne a ser mesmo guerra. Quando os meios militares convencionais do Kremlin derem provas definitivas da sua ineficácia, e o real perigo de uma escalada no que diz respeito aos meios envolvidos no conflito, aquele assunto chato que não abandonava as televisões, irá voltar a ser importante. Enquanto os obuses forem convencionais, é apenas chato.

Afinal não era só na guerra do saudoso Raul Solnado, que havia intervalos. Esta também está a ter um intervalo, mas é apenas televisivo. Para os distraídos e para os que o preferem ser, a mesma segue dentro de momentos. E o que vem aí não é nada auspicioso.

https://www.bing.com/videos/search?q=Raul+solnado&qpvt=Raul+solnado&view=detail&mid=CC4B5BA3A5354E8FA14BCC4B5BA3A5354E8FA14B&&FORM=VRDGAR

 

 

17.09.22

naom_6323a5705a807.jpg 

Perante as últimas revelações sobre novas valas comuns descobertas em território ucraniano, concretamente na região de Izium que esteve sob ocupação do exército russo, seria oportuno por parte dos canais televisivos nacionais, o convite a certas personalidades no sentido de escutar das mesmas, as suas opiniões sobre os novos factos.

Por exemplo: seria interessante obter a posição do projeto de espião chamado Alexandre Guerreiro, que consistentemente encontra argumentos para defender o regime criminoso do Kremlin.

Talvez neste caso nos confessasse que tinha conseguido ele próprio, espiar este cenário de guerra, desculpem, nas suas próprias palavras, “operação militar especial”, e como tal, podia justificar tais sepultamentos, como sendo cerimónias fúnebres de elementos idosos da população de Izium , e todos decorrentes de morte por causas naturais.

A presença de alguns generais com mais ou menos estrelas, seria indiscutivelmente importante para explicar ao público televisivo que tais valas, eram na realidade, trincheiras cavadas pelo bravo e glorioso exército russo, e que a presença nas mesmas dos corpos dos cidadãos de Izium se devia apenas ao facto de que estes, no caminho para suas casas, tinham tropeçado, e por via disso se precipitado dentro das referidas trincheiras. O detalhe dos corpos com mãos e pés atados, tinha igualmente explicação: os soldados russos gostaram tanto da companhia dos habitantes da região dentro das suas trincheiras, que optaram por lhes atar os pés, não fossem os mesmos quererem fugir. Já o atar das mãos foi para prevenir que não tocassem em nada.

E por incrível que pareça, a enorme sapiência destes nossos génios militares encontraria igualmente explicação para os buracos encontrados nas cabeças destas pessoas, - tal ocorrência tinha sido o resultado de balas provenientes das armas de atiradores furtivos ucranianos que confundiram os civis com soldados inimigos, ou quem sabe, não teria sido um acto premeditado por parte dos ucranianos em assassinar o seu próprio povo.

Por fim, Miguel Sousa Tavares poderia igualmente dar o seu contributo para o debate, fazendo aquilo que melhor sabe fazer, dizer disparates.

19.08.22

A pretensão de vedar a entrada a comuns cidadãos russos nos países da UE, é não apenas antidemocrática mas também inconsequente.

Na ânsia de nos opormos ao regime russo, e de condenarmos a invasão da Ucrânia, não podemos cair no erro de atuarmos de forma que no mínimo se assemelhe aquela que é protagonizada pelo totalitarismo da Federação Russa.

Não vislumbro nenhuma razão válida para que se impeça a entrada de turistas russos em território da União. O comum cidadão russo que seja apoiante do regime, não deve ser só por essa razão, impedido de viajar para outros países, - isso seria antidemocrático. Em democracia não se pode vedar as opiniões contrárias. Tal fenómeno é próprio de regimes como o da Federação Russa. Como países democratas que somos, devemos nos afastar de tais comportamentos com o risco inerente de perdermos os nossos valores fundamentais.

A imposição de sanções a dirigentes do Kremlin e a oligarcas apoiantes do regime, e o impedimento dos mesmos de viajar para outros países, pode e deve ser considerada uma excepção com vista a tirar margem de manobra a gente influente na sociedade russa e com isso enfraquecer o regime russo.

Mesmo que se considerasse moral e ético impedir a entrada de cidadãos russos noutros países, existiria sempre o risco de serem cometidas injustiças, já que existem muitos russos opositores ao regime que procuram simplesmente fugir do seu país, sendo dessa forma impedidos de o fazer.

Não vai ser com o fecho de fronteiras aos turistas russos que o regime do Kremlin vai retirar da Ucrânia.

A lenta agonia do exército russo em terras ucranianas começou no dia 24 de fevereiro de 2022. As perdas são irreparáveis, os territórios ocupados são insustentáveis e no final da guerra, seja em que data for, a Federação Russa perderá tudo aquilo a que se propôs e mais.

Os países ocidentais que se concentrem em proporcionar à Ucrânia tudo o que for necessário para ela mesmo derrotar incondicionalmente o inimigo russo e com isso recuperar para si todos os territórios que por direito lhe pertencem.

Depois de alcançada a paz, será indispensável um processo de recuperação da economia e da sociedade ucraniana. Só desta forma o país se fortalecerá o suficiente no sentido do seu desenvolvimento e em particular, com o objetivo óbvio e legítimo de deixar de ser um alvo supostamente acessível para um vizinho que se perfila para nos anos futuros, continuar a constituir uma séria ameaça à paz na região.

Até lá os russos que viajem. Talvez entre eles se encontrem alguns que ponham os olhos nas reportagens sobre a guerra, e com isso consigam no mínimo, se interrogar como é que foi possível ao mundo ocidental montar um cenário de guerra tão realista que até parece verídico.

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