11.02.23
A convite de um estado agressor, Roger Waters fez uma triste figura na ONU ao proferir um discurso na qualidade de "ativista civil a favor da paz".
Roger Waters considera que a invasão militar por parte da Rússia ao território ucrâniano, constitui uma ilegalidade, mas por outro lado, condena a resposta ocidental no que diz respeito à ajuda militar concedida à Ucrânia.
Esta posição, coloca Roger Waters como sendo um apologista da impunidade perante a ilegalidade.
Num cenário em que a sua pátria, o Reino Unido, fosse invadida militarmente por uma força estrangeira, provavelmente isso seria fonte de inspiração para este músico escrever uma canção onde seriam condenados tanto a escalada do armamento como os grandes lucros das empresas que o produzem.
A destruição do seu país e a morte do seu povo, certamente não teriam espaço na letra da composição, como igualmente não houve espaço no seu discurso para uma palavra de apoio ao povo ucraniano.
Entre as variadas reacções ao seu discurso, houve uma que considerou o músico como sendo mais um tijolo na parede que constitui a propaganda russa.
Na minha opinião, Roger Waters é apenas mais um daqueles “pacifistas” incompetentes e imorais sem soluções nem moral para abordar o assunto.
Incompetente, porque não apresenta nenhuma solução credível e exequível para que a paz seja alcançada. Na prática, Roger Waters nada fez no sentido de se encontrar uma solução para o problema, e ao apresentar-se na ONU como convidado por uma das partes do conflito, pior ainda, pela parte agressora, não perdeu a credibilidade que na verdade nunca teve, perdeu apenas a oportunidade de não fazer uma triste figura.
Um "ativista civil a favor da paz" nunca pode aceitar um convite de um regime que independentemente das inúmeras opiniões e posições, foi quem na realidade iniciou um conflito militar.
Imoral, porque condena o fornecimento de armamento à Ucrânia, o mesmo armamento que permitiu que até agora Kiev não se tivesse transformado noutra Bucha.
Imoral, porque aceitou um convite de um regime criminoso e já agora, um dos maiores fabricantes de armas do planeta, detentor do maior arsenal nuclear entre todas as nações.
Imoral, porque ao criticar o fornecimento de armas à Ucrânia, pretende colocar um povo numa posição de total subjugação perante um agressor que indiscutivelmente pretende a anulação e consequente anexação de uma nação soberana e independente.
A paz pretendida por Roger Waters nada mais é do que a aceitação e normalização por parte do mundo inteiro, e particularmente pelo povo ucraniano, que uma nação agredida tem obrigatoriamente que se render aos pés de um agressor que violou todas as leis do direito internacional e que ao longo de quase um ano tem vindo a usurpar território alheio e a massacrar a sua população.
Para Roger Waters, o legítimo direito à defesa do povo ucraniano, constitui apenas uma conspiração internacional para o incremento do comércio de armas.
Todos os homens e mulheres de bem desejam um mundo sem armas e sem guerras. Esse mundo por enquanto ainda não existe, e não será com toda a certeza com o contributo de Roger Waters que o vamos alcançar.