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A Política somos nós

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19.11.22

O Sr. Raimundo tem um cão - chama-se Putin, mas no íntimo, certamente, prefere tratá-lo por companheiro Vladimir.

O Sr. Raimundo está convencido que este problema na Ucrânia ao qual está dogmaticamente proibido de chamar guerra, começou com o facto do dito cão ter sido atiçado, o que consequentemente levou o bicho a virar-se e a atacar os autores de tamanha maldade.

O cão do Sr. Raimundo, em 2008, depois de ter sido atiçado invadiu a Geórgia e usurpou os territórios da Abecásia e a Ossétia do Sul. Depois de em 1999, a Federação russa ter iniciado a segunda guerra na Chechênia, o cão do Sr. Raimundo, no ano 2000, novamente atiçado, colocou a Chechênia sob administração direta da Presidência da Federação russa.

Em 2016, a cidade de Alepo na Síria foi totalmente arrasada pelos bombardeamentos da força aérea russa. O bicho foi tão atiçado que se viu obrigado a varrer do mapa uma cidade inteira e com isso assassinar mais de 100.000 civis inocentes.

Como a comunidade internacional apenas se limitava a atiçar o cão do Sr. Raimundo, este decidiu dar mais uma dentada, e desta vez em 2014, anexou a península da Crimeia território soberano da Ucrânia.

Como ninguém aprendeu que não se deve atiçar os cães, o animal aproveitou o estado de raiva e começou a “minar” os territórios do leste da Ucrânia. Ao que parecia, estas regiões estavam empestadas de nazis e tal enfermidade punha em risco a sobrevivência de todo o povo irmão da Ucrânia, que ainda por cima e que para todos os efeitos mais não era que povo russo.

Durante 20 anos este “husky siberiano”, acumulou uma colossal fortuna fruto de inúmeros negócios que toda a comunidade internacional, particularmente a Europa, lhe proporcionou. O dinheiro russo circulava nas praças europeias alimentando as fortunas de ambos os lados.

Este cão até conseguiu a proeza de ficar bem-visto nos grandes círculos mundiais. Porem, com isto ele não se sentia atiçado, muito antes pelo contrário. Fazia o papel de animal domesticado, e provavelmente, até o Sr. Raimundo, nessa época recolhido no seu anonimato, acreditou nisso.

Em fevereiro de 2022, o cão do Sr. Raimundo não aguentou mais ser tão atiçado e decidiu invadir a Ucrânia numa operação especial de salvamento do povo ucraniano. Oito meses depois e com milhares de mortos resultantes do salvamento, que ninguém venha agora se queixar do bichano. Foi muito atiçamento.

O Sr. Raimundo não percebe nada de animais, porque se assim fosse, não comparava Vladimir Putin a um cão.

Os animais reagem violentamente quando são atacados – Putin não precisa de ser ameaçado para atacar. Nem sequer deve ser considerado uma animal – é apenas uma doença.

Uma doença que não precisa de ser provocada para matar – basta que nos aproximemos dela para sofrermos as consequências que fatalmente serão trágicas.

É desta doença que todos os vizinhos da Federação russa têm procurado fugir desde a queda da União Soviética.

E é desta doença que o Sr. Raimundo e o seu partido não conseguem fugir. Não conseguem, porque indiscutivelmente não querem, e porque doentiamente continuam a preferir venerar.

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