24.09.22
A democracia é realmente algo extraordinário. Permite-nos expressar as nossas opiniões em perfeita liberdade e sem qualquer tipo de coação.
A democracia cria espaços e concede o direito a todos os cidadãos de exercerem os seus direitos não tolhendo de nenhuma forma as opiniões e posições por mais controversas que elas sejam.
Contudo, esta benesse também expõe as nossas intervenções a possíveis críticas. A figura que fazemos não é escrutinado pela democracia em si, mas pode muito bem sê-lo por outros cidadãos.
O dever de cidadania e de democrata, obriga-me a aceitar o direito ao contraditório, ao absurdo, ao inconveniente, - porém, reservo-me ao direito de discordar, de criticar e de me indignar.
A figura que este Major General tem vindo a fazer sempre que é convidado pelos meios de comunicação televisivos, é na minha opinião, triste e ridícula.
Independentemente da opinião que expressa, são os argumentos e explicações que apresenta, que fazem das suas intervenções algo vergonhoso.
As contradições, as inverdades, e as especulações são tão evidentes, que nem as opiniões mais tendenciosas conseguem ignorar.
Sobre as questões que lhe colocaram sobre os referendos que neste momento decorrem em território ucraniano ocupado, foi completamente incapaz de tecer um mínimo comentário negativo sobre o assunto.
É perfeitamente vergonhoso que um representante das forças armadas de um país soberano como é Portugal, não tenha a capacidade de apontar uma ilegalidade quando ela é tão descaradamente evidente.
A democracia tem destas coisas, por vezes constatamos que os nossos impostos para além de sustentarem o nosso estado de direito, também servem para alimentar certas indignidades.