Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Política somos nós

A Política somos nós

28.09.22

Novos refugiados estão a chegar à Europa Ocidental, e são às centenas de milhares.

Desta vez não são originários de países em guerra dentro das suas fronteiras; nem são de origem africana ou do Médio oriente; nem são muçulmanos. São brancos caucasianos, cristãos e, imagine-se: são europeus ocidentais na sua esmagadora maioria.

Não chegam em barcos sobrelotados atravessando o Mar mediterrânico; nem percorrem milhares de quilómetros a pé cruzando os territórios entre o Médio oriente e a Europa. Na verdade, esgotam os voos e causam filas de automóveis de dezenas de quilómetros.

São os refugiados de Putin. Fogem da Federação Russa. Fogem de uma guerra que não decorre na sua pátria, mas sim em pátria alheia.

O tão maléfico Ocidente é agora o seu refúgio. Ao que parece deixou de ser assim tão ameaçador. Os países da terrível NATO não os estão a receber com armas apontadas, no mínimo, vedarão a sua entrada.

Aquela maioria que apoiou e continua a apoiar Putin, (no último ato eleitoral realizado na Federação Russa, Vladimir Putin teve um resultado esmagadoramente favorável, mesmo considerando a falta de fiabilidade dos resultados eleitorais na Rússia), é agora confrontada com a mobilização militar.

A guerra que é apresentada pelos autómatos das televisões estatais russas como sendo uma operação militar especial, é agora uma verdadeira guerra e tem que ser encarada no campo de batalha.

Nunca saberemos quais aqueles que entre estas centenas de milhares que fogem, são ou não apoiantes do regime do Kremlin, e na verdade isso pouco importa. O que sabemos, é que na boa parte dos casos, quando a trampa nos bate à porta, o heroísmo, o nacionalismo e até algum romantismo são relegados para segundo plano.

Quando se deu a invasão do território ucraniano, foram apenas as mulheres e as crianças que fugiram do país Os homens, na sua maioria, ficaram para combater e defender a sua pátria. Ao invés disso, quando a Federação Russa tenta mobilizar forças para combater na Ucrânia, são famílias inteiras de russos que fogem do país. Até nisto Vladimir Putin continua a perder a guerra.

Ao que parece, entre os russos, escasseiam os heróis e os nacionalistas que estariam prontos para “desnazificar” a Ucrânia, libertar os irmãos do Donbass ou até mesmo para contribuir para o alargamento do já tão vasto território russo.

Com a possibilidade de ucranianos residentes nas zonas ocupadas serem mobilizados para combaterem ao lado do exército russo, sendo assim obrigados a matar o seu próprio povo, o clima nas falanges russas que está longe de ser motivante, irá tornar-se tóxico.

Nas gélidas noites do inverno que se avizinha, vai ser complexo para os soldados russos verem de que lado vêm as balas...

27.09.22

vent.jpg 

O "coiso”, que em Portugal personifica a verdadeira nulidade, e no estrangeiro significa coisa nenhuma, exultou com a vitória do fascismo nas eleições em Itália.

Esta pérfida personagem, afirmou que são os ventos de mudança na Europa, e que está convencida que tais ventos chegarão a Portugal.

As diferenças entre Portugal e a Itália de Meloni, a Hungria de Orbán, a Suécia de Ulf Kristersson, e a minoria de alienados que no Brasil adoram Bolsonaro, são enormes.

Suportámos a segunda ditadura mais longa da Europa, só suplantada pela ditadura soviética. Depois de alcançarmos a liberdade, não permitimos que os extremismos inspirados e financiados pelo regime marxista da ex. União Soviética, fizessem de Portugal mais uma nação fantoche do grupo da cortina de ferro.

Em Portugal derrotámos o fascismo e não levantámos nenhuma muralha de aço. O que levantámos, foi o que é hoje uma das democracias mais consolidadas e respeitadas do continente europeu.

Os ventos de tal mudança, jamais soprarão no país onde habita um povo, que apesar de ser escasso em número, é provido de uma gigantesca consciência que rejeita com firmeza e sem hesitações qualquer tipo de ditadura ou de radicalismos.

A democracia é um processo em constante construção, e certamente muito falta ainda por construir. O populismo nulo de soluções e pleno de ódios, fundamenta-se na autocracia que nada constrói e que só a nós compete rejeitar.

26.09.22

Nas ruas de Teerão as mulheres queimam os seus véus.

A Federação Russa prepara-se para alargar as suas fronteiras à custa da criminosa anexação de territórios de um país soberano.

Desde a crise dos mísseis em Cuba, que a ameaça de um holocausto nuclear não era tão séria.

Os italianos, ou pelo menos parcela do seu eleitorado, elegeram um governo fascista.

As alterações climáticas seguem o seu curso natural com o nefasto contributo do ser humano. O mesmo que em vez de contribuir para o desagravamento das mesmas, faz exatamente o contrário e que em simultâneo incrementa exponencialmente um comportamento de todo irresponsável e insano em várias latitudes do planeta.

Definitivamente cozinhamos em lume vivo a receita do desastre. Mesmo os mais otimistas se questionam nos dias que correm: E para amanhã, o que teremos?

24.09.22

descarregar (8).jpg

A democracia é realmente algo extraordinário. Permite-nos expressar as nossas opiniões em perfeita liberdade e sem qualquer tipo de coação.

A democracia cria espaços e concede o direito a todos os cidadãos de exercerem os seus direitos não tolhendo de nenhuma forma as opiniões e posições por mais controversas que elas sejam.

Contudo, esta benesse também expõe as nossas intervenções a possíveis críticas. A figura que fazemos não é escrutinado pela democracia em si, mas pode muito bem sê-lo por outros cidadãos.

O dever de cidadania e de democrata, obriga-me a aceitar o direito ao contraditório, ao absurdo, ao inconveniente, - porém, reservo-me ao direito de discordar, de criticar e de me indignar.

A figura que este Major General tem vindo a fazer sempre que é convidado pelos meios de comunicação televisivos, é na minha opinião, triste e ridícula.

Independentemente da opinião que expressa, são os argumentos e explicações que apresenta, que fazem das suas intervenções algo vergonhoso.

As contradições, as inverdades, e as especulações são tão evidentes, que nem as opiniões mais tendenciosas conseguem ignorar.

Sobre as questões que lhe colocaram sobre os referendos que neste momento decorrem em território ucraniano ocupado, foi completamente incapaz de tecer um mínimo comentário negativo sobre o assunto.

É perfeitamente vergonhoso que um representante das forças armadas de um país soberano como é Portugal, não tenha a capacidade de apontar uma ilegalidade quando ela é tão descaradamente evidente.

A democracia tem destas coisas, por vezes constatamos que os nossos impostos para além de sustentarem o nosso estado de direito, também servem para alimentar certas indignidades.

23.09.22

A Mãe Rússia na pessoa de Vladimir Putin chamou-lhe “operação militar especial”; agora existe uma madrasta que lhe chama guerra.

Para milhares de patriotas russos que durante estes meses assistiram sentados nos seus sofás à “libertação dos ucranianos” de todos os males da terra, a guerra entrou-lhes pela porta.

Pela mesma porta começam agora a sair os seus filhos, que forçados a abandonar as escolas e universidades, e mesmo não sendo da vontade de muitos, vão cumprir o desígnio supremo: tornarem-se heróis da Rússia.

Outros filhos, temendo esta madrasta, abandonam aos milhares a sua Mãe Rússia e entram no primeiro avião que os transporte para qualquer país que não lhes exija um visto.

Depois das derrotas consecutivas no campo de batalha, a mobilização forçada. Talvez o próximo passo do Kremlin seja erguer muros à volta dos aeroportos para assim suster a sangria de russos que não desejam ser heróis, desejam apenas viver em paz.

Das mais longínquas regiões da Federação, partirão aqueles que sem nunca terem conhecido Moscovo ou São Petersburgo, fazem as vezes dos "russos brancos” como o filho do ministro Peskov que não tem jeito para ser herói.

Mas não será só dos confins da Rússia que virão os homens que alimentarão a guerra de Putin e dos milhões de russos que o apoiam. Esta mobilização "parcial” já é na realidade uma mobilização geral. À boa maneira russa, mascarou-se a coisa para não criar mais mau estar entre alguma população, e vai-se mobilizando, agora 300.000, e depois outros milhares lhes seguirão.

Tal como Putin já afirmou, não é necessário ter pressas nesta guerra. Certamente que as mães russas terão pressa em ver o regresso dos seus filhos a casa, resta saber qual será a reação das mesmas quando forem informadas que os seus filhos morreram na Ucrânia. Um orgulho para a família ou um sacrifício estéril?

Sem pressa para acabar a guerra, a Mãe Rússia transforma-se em madrasta e será igualmente sem pressa, que os sorrisos e cânticos nas manifestações orquestradas pelo regime, se transformarão em sofrimento e desgosto.

Agora nem “operação” nem “especial”, agora, para os russos é guerra, e das guerras, normalmente só regressam os que se esconderam das balas, - os heróis ficaram no campo de batalha.

21.09.22

Vladimir Putin discursou mais uma vez para o povo russo. Falou em nazis, falou em massacres sobre o povo russo, falou no perigo que a Federação Russa enfrenta devido às intenções da NATO em invadir e fragmentar a nação russa, e falou também mais alguns disparates em que só o povo russo acredita, pelo menos boa parte dele.

Para uma população que sofreu na pele aquilo que mais nenhuma outra sofreu às mãos dos exércitos nazis durante a segunda grande guerra, é particularmente assustador ouvir o seu líder afirmar que mais uma vez os nazis estão à sua porta e desta vez trazem reforços. Quando essa mesma população, na sua esmagadora maioria, nunca saiu do seu país, desconhecendo desta forma outra qualquer realidade, este é um discurso dirigido a zombies.

É um discurso igualmente dirigido aos fundamentalistas e ultranacionalistas russos tão saudosos do velho império soviético. O próprio partido comunista russo apoia incondicionalmente o escalar deste conflito. Por outro lado, os corruptos oligarcas russos sabem que se a guerra for perdida e Putin cair, eles também caem, - como tal, alinham neste discurso de ameaça e confrontação.

Nas grandes cidades russas alguns corajosos protestam, são espancados e presos, enquanto outros, os que podem, abandonam um país onde a sobrevivência em todas as suas vertentes é já uma preocupação crescente.

Para o mundo ocidental, este discurso serve como mais uma ameaça, no sentido em que é manifestada por parte de Putin a intenção da Federação Russa manter e levar esta guerra até à última das consequências, e onde o uso de armas nucleares não é descartado, pelo contrário. É preciso aumentar a ameaça e fazer crescer o medo, principalmente quando no campo de batalha as derrotas se acumulam.

Esta é uma ameaça que tem que ser levada a sério. Não podemos nem devemos cair no erro de acreditar que tal absurdo é impensável até para uma personagem como Putin.

Nada mudou pois. A guerra continua, a ameaça nuclear continua, a hipocrisia chinesa continua e a resistência do povo ucraniano e das democracias que o apoiam vai ter que continuar.

No próximo inverno o frio vai ser apenas um detalhe.

20.09.22

Agora que a senhora foi sepultada, e que descanse em paz, seria importante que o mundo se concentrasse de novo naquele assunto que aos olhos de muitos se tornou chato.

A expressão “guerra na Ucrânia” até parece que causa alguma urticária a certa opinião pública que instintivamente acabou por banalizar o assunto. Se Vladimir Putin proibiu a palavra "guerra", por cá, a palavra quase que incomoda.

O problema mesmo é o preço do gás para aquecer o inverno e o preço da energia para alimentar os Teslas. Os governos que encontrem soluções para este problema, mas por favor não chateiem mais com esse assunto da guerra.

Mais umas aldeias arrasadas pelos mísseis de Putin, mais umas dezenas de crianças mortas, ou mais uma valas comuns encontradas, já fazem parte da banalização que se faz da carnificina.

Quando o recuo das tropas russas for demasiado humilhante para a canalha que rodeia Vladimir Putin e ele próprio recear pelo seu lugar, talvez a guerra torne a ser mesmo guerra. Quando os meios militares convencionais do Kremlin derem provas definitivas da sua ineficácia, e o real perigo de uma escalada no que diz respeito aos meios envolvidos no conflito, aquele assunto chato que não abandonava as televisões, irá voltar a ser importante. Enquanto os obuses forem convencionais, é apenas chato.

Afinal não era só na guerra do saudoso Raul Solnado, que havia intervalos. Esta também está a ter um intervalo, mas é apenas televisivo. Para os distraídos e para os que o preferem ser, a mesma segue dentro de momentos. E o que vem aí não é nada auspicioso.

https://www.bing.com/videos/search?q=Raul+solnado&qpvt=Raul+solnado&view=detail&mid=CC4B5BA3A5354E8FA14BCC4B5BA3A5354E8FA14B&&FORM=VRDGAR

 

 

17.09.22

naom_6323a5705a807.jpg 

Perante as últimas revelações sobre novas valas comuns descobertas em território ucraniano, concretamente na região de Izium que esteve sob ocupação do exército russo, seria oportuno por parte dos canais televisivos nacionais, o convite a certas personalidades no sentido de escutar das mesmas, as suas opiniões sobre os novos factos.

Por exemplo: seria interessante obter a posição do projeto de espião chamado Alexandre Guerreiro, que consistentemente encontra argumentos para defender o regime criminoso do Kremlin.

Talvez neste caso nos confessasse que tinha conseguido ele próprio, espiar este cenário de guerra, desculpem, nas suas próprias palavras, “operação militar especial”, e como tal, podia justificar tais sepultamentos, como sendo cerimónias fúnebres de elementos idosos da população de Izium , e todos decorrentes de morte por causas naturais.

A presença de alguns generais com mais ou menos estrelas, seria indiscutivelmente importante para explicar ao público televisivo que tais valas, eram na realidade, trincheiras cavadas pelo bravo e glorioso exército russo, e que a presença nas mesmas dos corpos dos cidadãos de Izium se devia apenas ao facto de que estes, no caminho para suas casas, tinham tropeçado, e por via disso se precipitado dentro das referidas trincheiras. O detalhe dos corpos com mãos e pés atados, tinha igualmente explicação: os soldados russos gostaram tanto da companhia dos habitantes da região dentro das suas trincheiras, que optaram por lhes atar os pés, não fossem os mesmos quererem fugir. Já o atar das mãos foi para prevenir que não tocassem em nada.

E por incrível que pareça, a enorme sapiência destes nossos génios militares encontraria igualmente explicação para os buracos encontrados nas cabeças destas pessoas, - tal ocorrência tinha sido o resultado de balas provenientes das armas de atiradores furtivos ucranianos que confundiram os civis com soldados inimigos, ou quem sabe, não teria sido um acto premeditado por parte dos ucranianos em assassinar o seu próprio povo.

Por fim, Miguel Sousa Tavares poderia igualmente dar o seu contributo para o debate, fazendo aquilo que melhor sabe fazer, dizer disparates.

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

Em destaque no SAPO Blogs
pub