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A Política somos nós

A Política somos nós

09.08.22

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Em resultado do último ataque “cirúrgico” levado a cabo por Israel sobre a Faixa de Gaza, supostamente foram abatidos vários elementos, entre eles um líder, do grupo terrorista jhiad Islâmica.

Os danos colaterais da “cirurgia” provocaram a morte de dezenas de civis palestinos, entre eles várias crianças.

Em resposta aos mísseis de fabrico iraniano disparados da faixa de Gaza, Israel ripostou. Tratou-se “apenas” de mais uma batalha na eterna e sangrenta guerra no médio oriente onde se normalizou a existência de um conflito entre israelitas e palestinos. Porém, a questão não é de todo tão simplista.

Este é um conflito entre EUA e Irão. Os EUA, por razões sobejamente conhecidas, defendem e apoiam Israel. Por razões históricas, estratégicas e até de política interna.

São inúmeras as grandes fortunas americanas na mão de judeus americanos, e estas fortunas ajudam muito na eleição de presidentes.

Israel é um posto avançado no embate protagonizado entre EUA e Irão. Por incrível que pareça, um território com uma dimensão aproximada do Alentejo, constitui tão inusitado equilibro de forças nesta região.

Para o Irão que tem como ambição ser o estado islamita por referência, a existência de Israel por si só constitui uma ameaça às suas ambições de superpotência regional. Naturalmente, esta ambição constitui para Israel uma ameaça existencial.

No meio deste duelo de titãs estão cerca de 2 milhões de palestinos. Acredito que a esmagadora maioria desta população, pouco lhe importa o Irão ou os EUA, até mesmo Israel. Depois de décadas, de ocupação, de guerra, de humilhação, de morte e sofrimento, é crível que desejem apenas uma coisa, a Paz.

Amontoados numa estreita faixa de terra, aquela que sobra do saque Israelita, lutam diariamente pela sobrevivência. Atravessam a fronteira do inimigo para trabalharem para o mesmo. Para realizarem as tarefas que este não está disposto a fazer. No final do dia regressam a "casa" num bairro bombardeado, onde o hospital não merece essa designação, onde as escolas se encolhem entre as bombas e onde um inimigo interno, radicaliza e os usa numa barbaridade por encomenda.

Os grupos jhiadistas financiados pelo Irão infiltram-se entre a população palestina e geram o caos numa provocação constante a Israel. Alimentam-se da revolta e do descontentamento popular face à colonização e opressão israelita usando a população numa contínua escalada do terror. Não estão interessados num estado palestino soberano e independente nem de todo no fim do conflito.

Se um dia Israel anexar totalmente os territórios palestinos, não significará o fim do conflito. Para o Irão, o pretexto será o mesmo — enquanto para Israel, não obstante a hipotética posse da palestina, existirá sempre a necessidade de se defender, e comportará sempre uma postura atacante.

Com o patrocínio tanto dos EUA como do Irão, esta guerra irá continuar. Até Vladimir Putin apelou à contenção de Israel face ao grupo terrorista jhiad Islâmica presente em Gaza. Longe vão os tempos em que Putin invadiu a Chechénia e se autoproclamou um combatente na grande cruzada contra o terrorismo islâmico.

Nem o massacre de Grozny foi suficiente para exterminar estes jhiadistas. Os que escaparam, semeiam agora o terror nas cidades ucranianas e na Faixa de Gaza. Ao que parece, aos olhos de Putin, estes não são assim tanto terroristas e o sofrimento do povo palestino é com certeza uma grande preocupação do regime do Kremlin...

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