28.07.22
Criticar quem quer que seja por participar na festa do Avante, é tão despropositado e injustificável como é criticar Pedro Abrunhosa pela sua postura e tomada de posição contra o regime russo.
Em sociedades livres e democráticas, a liberdade de criticar, termina quando tentamos limitar a liberdade de quem por sua vez exerce o seu direito à crítica.
Os artistas que se juntam à festa do Avante têm todo o direito de o fazer, assim como Pedro Abrunhosa, eu próprio ou outro qualquer cidadão tem o direito de mandar Vladimir Putin se foder.
A liberdade de expressão é um dos pilares da democracia, e NINGUÉM, tem o direito de atentar contra este princípio.
Se alguém se sentiu incomodado com o conteúdo político do concerto de Pedro Abrunhosa, tem um excelente remédio — não assistir mais aos concertos do artista. Se alguém se sente incomodado com a presença de artistas na festa do Avante, pode tomar o mesmo remédio — não vá à festa, e se considerar relevante, não ouça mais as obras dos referidos artistas.
A liberdade de escolha de cada um deverá ser forçosamente inviolável, garantido que a mesma não interfira negativamente nos outros.
No meu caso pessoal, certamente que não irei à festa do Avante pela simples razão que não financio organizações que apoiam regimes criminosos.
Certamente que continuarei a ouvir as obras de todos os artistas cujo conteúdo me agrade, independentemente de participarem neste ou naquele evento.
Certamente que continuarei a mandar Vladimir Putin se foder e desejar ardentemente a sua morte e de preferência o mais rápido possível. É um direito que me assiste porque sou cidadão de um estado de Direito, livre e democrático.
Certamente que continuarei a ser alvo de críticas daqueles que discordam das minhas opiniões. Da mesma maneira que exerço o meu direito de liberdade de escolha, devo cumprir a minha obrigação democrática de receber críticas.
Reservo-me o direito, de em certos casos, nem sequer as considerar, mas nunca o direito de as impedir.
Porque aqui não é a Rússia, nem a Coreia do Norte, nem a Venezuela, nem o Irão, nem Cuba, nem a China — Não calarei a minha voz, assim como não me movo para calar a voz dos outros.
Viva a Liberdade!