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A Política somos nós

A Política somos nós

29.06.22

Quando em 2014 a Federação Russa invadiu a Ucrânia e anexou a Crimeia, os países ocidentais hesitaram. Hesitaram na condenação e na resposta a dar. O resultado está à vista.  

Quando em 1939 Adolfo Hitler invadiu a antiga Checoslováquia, França e Inglaterra hesitaram. O resultado foram 70 milhões de mortos. 

Em 1947, a ONU elaborou um plano para a partição da região da Palestina, de onde nasceria um Estado judeu, um Estado árabe e onde a cidade de Jerusalém ficaria sob administração direta da organização. 

Esta partição que foi aceite pelos líderes sionistas e rejeitada pelos líderes árabes deu origem a uma guerra civil onde se confrontaram judeus e árabes, enquanto os britânicos retiravam, desresponsabilizando-se assim do suposto compromisso que assumiram de manter a ordem e a segurança na região. Esta foi uma hesitação que ainda hoje é causadora de um dos conflitos mais sangrentos da humanidade. 

A história está repleta deste tipo de hesitações. A mais recente materializa-se na Ucrânia, com a morte de mais de 400 crianças, de milhares de outros civis mortos, de milhares de soldados igualmente mortos, de milhões de refugiados e uma nação destruída. 

Em 2014 quando a Crimeia foi invadida por milhares de soldados sem que nas suas fardas nada houvesse que os identificasse como efetivos do exército da Federação Russa, a senhora Ângela Merkel, fingiu que aquilo não tinha importância. Estava mais focada nos negócios milionários que a sua Alemanha estreitava cada vez mais com Vladimir Putin e com a nata da corrupção russa.  

Por sua vez François Hollande, presidente francês seguiu a tradição europeísta francesa, ou seja, ir a reboque da toda poderosa Alemanha. 

O Reino Unido, tão embriagado estava com os milhões provenientes dos bolsos dos oligarcas russos, que nem se atreveu a qualquer reação. Enquanto o dinheiro rolasse ... 

Do outro lado do atlântico, Barack Obama achou que a Rússia não era mais uma ameaça, e subvalorizou a situação. 

A Federação Russa acabou por ser alvo apenas de umas tímidas sanções por parte dos países ocidentais. O exército ucraniano começou a ser treinado pelas forças da NATO, enquanto que a Federação Russa modernizava cada vez mais o seu exército e invadia e tomava posições no Donbass. Mais uma vez se hesitou. 

Em 24 de Fevereiro de 2022 a fatura de tantas hesitações finalmente chegou. Infelizmente quem começou de imediato a pagar a mesma, e continua a pagar, foi e é, o povo ucraniano.  

A fatura é já tão dispendiosa, que neste momento todo o planeta a está a pagar. E como as hesitações continuam, já estamos a pagar com juros de 4 meses. 

O Sr. Macron continua a acreditar que vai conseguir demover Putin. Todas as semanas fala com ele ao telefone. Só falta o pedido de namoro.  

As armas continuam a chegar a conta gotas; enquanto as escolas, os hospitais e os centros comerciais continuam a ser bombardeados. As crianças continuam a morrer, a população martirizada e deportada, a destruição selvática não cessa e o saque e a pilhagem decorrem descarada e impunemente. 

Os russos dizem que é tudo mentira. Vai o Sr. Macron, pega no telefone e liga para o Kremlin - mais um enxovalho. Não admira que a sua popularidade em França esteja pela rua da amargura. Os próprios franceses, independente da sua cor política, devem-se sentir ofendidos no seu orgulho com tanto enxovalho ao seu presidente. 

Putin não vai cessar a sua investida contra a Ucrânia. Enquanto houver dinheiro para comprar obuses, ele vai continuar a assassinar um povo inteiro e a destruir por completo uma nação. Enquanto isso, vai deportando a população local para os confins da Rússia. Depois da situação estabilizar, dar-se-á a colonização por populações russas. Será a mais recente colonização em massa dos tempos modernos.  

Nada de inédito num povo que há mais de 400 anos consecutivamente invade, martiriza, deporta e coloniza os seus vizinhos conquistados. Está na sua génese. Putin é apenas mais um líder de um povo que se alimenta da glória de subjugar. É certo que muitos russos se opõem a este regime; uns silenciosamente, outros corajosamente levantando a sua voz - muitos mesmo foram assassinados pelo regime. São, contudo, uma minoria, e a história dos povos não se faz com minorias.  

A maioria, cegamente, e fruto da propaganda, ou conscientemente, apoia Putin e a sua filosofia de regime. Não confundir esta opinião com a pretensa russofobia que se tenta imputar aqueles que estão alertados para o fato de que um povo apoiante de um regime criminoso, não pode ser visto como confiável. 

Quando não houverem mais armas ocidentais, mas restarem homens para combater, os ucranianos vão continuar a enfrentar o inimigo. Enquanto houverem cocktails Molotov e soldados russos na Ucrânia, não haverá paz duradoura. 

Putin enterrou no território ucraniano muito mais que bombas e misseis. A semente do ódio foi lançada na terra da Ucrânia, e quanto mais tempo a guerra perdurar, mais fortemente esta semente germinará. 

Se durante estes 4 meses não tivessem havido tantas hesitações na ajuda militar, provavelmente o conflito já tinha terminado e o ódio não tinha conseguido tanto espaço nos corações do povo ucraniano. 

Depois de tanta cimeira e de tanto discurso, espera-se que não se hesite mais na seguinte conclusão: Putin tem que sair completamente derrotado neste conflito, o mais rapidamente possível. 

Ou a NATO equipa convenientemente e rapidamente o exército ucraniano para que este tenha condições de expulsar na totalidade o exército russo de todo o território da Ucrânia, ou a Europa arrisca-se a ser cúmplice da existência de uma faixa de Gaza no coração da Europa. Com o rio Dniepre separando a Ucrânia livre da Ucrânia ocupada, este conflito vai-se eternizar. 

27.06.22

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Depois de mais este crime de guerra, os atrasados mentais que defendem o regime russo  dirão com certeza que o shoping estaria cheio de nazis,  daí a justeza do ataque russo, ou então dirão que foram os próprios ucranianos que a mando dos terríveis ocidentais, lançaram o ataque sobre o shoping.

Para a história ficarão os crimes, os criminosos e os atrasados mentais que os apoiaram.

25.06.22

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA. 

 
Foram avistados junto da costa portuguesa vários vasos de guerra das marinhas brasileiras e indiana. Os governos destes dois países declararam o início de uma "operação militar especial" em solo português, alegando que as comunidades dos seus países radicadas em Portugal, têm sido vítimas de uma chacina étnica por parte dos habitantes portugueses.  

Ao que parece, os problemas começaram com a insistência por parte dos brasileiros de que a palavra "croquete", se escreve, "cocrete", algo que a população 
portuguesa não aceitou, originando desde logo uma série de conflitos.  

Com os indianos, o clima começou a azedar quando estes impuseram aos portugueses a ideia de que o bacalhau cozido em vez de ser temperado com azeite, deveria ser temperado com açafrão. Foi a gota de água.  

Apesar destas comunidades já estarem integradas em Portugal há muito tempo em sã convivência, estes problemas ganharam outra dimensão com o discurso proclamado pela República Brasileira e pela Índia, no qual advertem para a existência entre a população portuguesa, de grupos nazis/neocolonizadores que estão a colocar em risco a própria segurança de cidades como SÃO Salvador da Baía, bem como das longínquas, Goa, Damão e Diu.  

Apesar da intervenção das autoridades portuguesas, no sentido de informar estas duas comunidades de que Portugal é um país soberano e que as leis da República são para ser cumpridas por todos, independente da sua nacionalidade ou etnia; os conflitos agravaram-se a um ponto, que neste momento tanto o Brasil como a Índia, exigem a criação de duas repúblicas independentes em pleno território português. São elas: a República independente de Albufeira e a República independente do Martim Moniz. 
 

Portugueses. Agora, é GUERRA. 

21.06.22

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O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou no seu último discurso que “a promoção da democracia pelo Ocidente causou "guerras" e "caos" no resto do mundo”. Afirmou igualmente que “algumas das nações promovem à força o conceito e o sistema de democracia e Direitos Humanos ocidentais, aproveitando-se para interferir nos assuntos internos de outros países", e que “a Democracia e os Direitos Humanos não são para "decoração". Ainda teve oportunidade para chamar a atenção de que “a polarização política, o fosso crescente entre ricos e pobres e o conflito étnico intensificaram-se no Ocidente”

Costuma-se dizer: Acredite quem quiser.  

A bipolarização das opiniões mundiais em relação às políticas americanas e chinesas em muitos casos incorre no erro onde os EUA são vistos como sendo o bicho papão e que a China é uma vítima da agressividade americana, quando ela própria procura sempre o caminho da paz e da harmonia. Este erro iguala-se quando se acredita no inverso. 

Quando existe uma potência dominadora que não pretende abdicar deste status quo, e por outro lado existe outra, que sonha ocupar o lugar da atual; não existe espaço nem para a inocência nem para o romantismo. 

Nesta guerra pelo domínio do planeta não existem santos, só existem pecadores. 

Os protagonistas dos grandes impérios como o império romano, o império mongol, e na nossa era, os impérios russo, inglês e americano, estão todos eles manchados de sangue, de maldade e de ganância. Que ninguém se iluda, de que o caminho trilhado pela China para se tornar no próximo grande império mundial, está imaculado, e que o futuro sob a hegemonia chinesa vai com certeza ser feito de paz e de harmonia. 

Os americanos são por natureza espalhafatosos. Como nos seus célebres westerns, costumam entrar aos tiros e sair aos tiros. Lamentavelmente, chegam ao ponto de se vangloriar dos seus erros. 

Já os chineses são muito mais discretos. Enquanto os erros colossais da guerra do Vietnam e da segunda guerra no Iraque foram estrondosamente publicitados e apresentados como novelas televisivas; as limpezas étnicas cometidas pela China nas suas províncias com forte presença muçulmana, assim como a aniquilação do povo e da cultura tibetana, foram devidamente escondidas pelas autoridades chinesas, e o pouco que transpirou foi praticamente ignorado pela nossa consciência coletiva e pelos responsáveis mundiais. 

A presença chinesa em África é perfeitamente silenciosa, mas profundamente marcante. Em troca de divisas, os governos africanos entregam a prazo os seus territórios e as sua soberania. A China nas últimas décadas tem vindo literalmente a parcelar o continente africano, sem que com isso tenha resultado qualquer desenvolvimento do continente no que diz respeito ao favorecimento dos seus povos.  

Se o imperialismo europeu empobreceu os africanos, a presença chinesa não tem feito melhor, pelo contrário.  

O apoio disfarçado, mas real, que a federação russa tem recebido do governo chinês, faz parte de uma estratégia para tornar a Rússia um mero peão do partido comunista chinês. Tal como a Coreia do Norte faz o papel de pitbull do governo chinês, a Federação Russa com o seu afastamento da Europa, está condenada a ser mais um cão de fila da China. E nem o enorme orgulho russo vai resistir a tal fatalidade. 

Ao contrário de Xi Jinping, eu prefiro a democracia, que mesmo não sendo isenta de defeitos, continua a permitir que os seus povos em caso de insatisfação, saiam à rua sem medo que um tanque de guerra lhes passe por cima. A mesma democracia que não obriga os seus cidadãos a serem membros de um único partido pois esse é a única forma de alcançarem uma carreira de sucesso. A mesma democracia que permite que os seus erros e as suas guerras sejam escrutinados e postos em causa pelo povo soberano, que faz da maioria lei e não permite a lei de uma minoria. 

Os "direitos humanos ocidentais" tão contestados pelo presidente chinês, são os direitos humanos consagrados na carta das nações unidas. Não são nem ocidentais nem orientais, são de toda a humanidade. 

Certo que a sua aplicação está muito longe do desejado. Infelizmente a realidade mundial difere muito do conteúdo dessa carta. Há seguramente um enorme trabalho a realizar e um caminho a percorrer para que os direitos humanos sejam na verdade globais e iguais. De uma coisa estou certo, nem o partido comunista chinês nem o governo chinês, (na realidade são a mesma coisa), têm qualquer tipo de moral nem qualquer espaço de participação construtiva neste processo. Não, com a sua política atual. 

Quando Xi Jinping afirma que “a polarização política, o fosso crescente entre ricos e pobres e o conflito étnico intensificaram-se no Ocidente”, só errou no final da frase. A palavra ocidente devia ter sido substituída pela palavra mundo. As desigualdades sociais são uma consequência direta do sistema capitalista, principalmente no capitalismo selvagem. Sendo a China uma economia capitalista, tem criado ela mesmo gravíssimos problemas internos de desigualdade social. 
Esta ideia que o governo chinês pretende construir de que o seu sistema e o seu modelo de sociedade são a melhor alternativa a propor, (mais tarde a impor) ao mundo, recorda-me a promessa do "paraíso marxista" e a profecia nazi de 1.000 anos de prosperidade com o nacional socialismo. 

Apesar de todos os defeitos das democracias ocidentais, acredito que a aposta para o futuro passa por melhorar aquilo que tem que ser melhorado consolidando as bases de um sistema onde a vontade da maioria prevalece, e onde a liberdade não tem preço. 

O futuro da Europa passa inquestionavelmente pelo reforço das suas instituições e dos seus valores, criar as condições necessárias para que gradualmente se alcance uma maior independência dos EUA, e garantir que não exista qualquer tipo de dependência em relação à China que coloque em causa os interesses europeus. 

03.06.22

100 dias do século XXI onde a barbárie se instalou na Europa e onde mais uma vez os europeus se confrontam com a insanidade da guerra. O realismo impede-nos de a considerar imprevisível, mas a emoção fá-la parecer impensável. 

Na Ucrânia os jardins transformaram-se em cemitérios e a coragem de um povo ascendeu a heroísmo. Gente que se recusa a abandonar as suas cidades e estoicamente permanece nos escombros daquilo que um dia foram as suas casas. É a manifestação suprema de quem tudo perdeu, mas que se recusa a entregar a sua dignidade. 

Milhares de palavas foram ditas e escritas, mas nada consegue retratar a abominável realidade da guerra. Nos campos e cidades da Ucrânia ficam os corpos das vítimas e no livro do velho continente fica uma nova e terrível história.  

Com a exceção de algumas mentes perturbadas, é unânime a convicção de que neste conflito existe um claro agressor e um agredido. A Federação Russa violando todas as regras do direito internacional, invadiu e compulsivamente tem vindo a destruir um estado soberano. A Ucrânia, com toda a legitimidade, tem resistido e recusa a alienação do seu território e da sua soberania.  

A derrota da Federação Russa, começou no dia 24 de Fevereiro de 2022. A vitória da Ucrânia é incontornável, apenas é incerta no calendário.  

Tal como o nazismo hitleriano e o bolchevismo estalinista foram eliminados, o fascismo revanchista de Putin, será derrotado.

03.06.22

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Os defensores do pensamento contraditório, leia-se marxistas leninistas decadentes, tiveram hoje oportunidade de exultar quando a SIC notícias no jornal das 19.00 apresentou de novo numa entrevista, 00Z Guerreiro, o fantoche tuga adorador do Kremlin. 

Nem vale a pena referir o discurso do indivíduo porque as palavras para o depreciar seriam sempre escassas e insuficientes.  

Aqueles que tanto criticam as sociedades democráticas e ocidentais, e que inexplicavelmente, ou não, continuam nelas a residir, devem sentir-se privilegiados por poderem desfrutar do direito democrático à livre opinião. Mesmo quando essa opinião espelha a cumplicidade com o crime e com o terrorismo. 

01.06.22

A esmagadora maioria dos portugueses está indefetivelmente contra a invasão da Ucrânia por parte da Federação Russa. Mais do que não seja, trata-se da posição de um povo que sofreu na pele a segunda mais longa ditadura da Europa. Um povo que recusa e condena qualquer forma de regime ditatorial, e que valoriza de sobre maneira a democracia. 

Contudo, subsistem umas pequeníssimas franjas na nossa sociedade que por razões várias, mal disfarçam a sua simpatia pelo regime russo, ou em certos casos, apoiam a conduta do mesmo. 

Quem não se coloca de forma inequívoca contra o mal, ao mal pertence. Quem assume simpatias por quem pratica crimes, criminoso é. Quem repete a mentira e a falsidade, mentiroso e falso é. Quem compactua com a imoralidade, imoral é.  

Existe um ditado que muito claramente caracteriza esta forma de comportamento: Diz-me com quem andas, e eu dir-te-ei quem és. 

Quem não consegue ou não quer, levantar a sua voz contra a vergonha, a imoralidade e a chacina que está a acontecer na Ucrânia, ficará para sempre conotado como cúmplice moral dessa mesma vergonha, dessa mesma imoralidade, e nunca será capaz de limpar a cara da vergonha de ter ignorado a chacina.  

Apresentam os mais vazios argumentos. Uns sofrem penosamente com o peso da trela partidária que os impede de pensarem pela sua própria cabeça, - fazem lembrar aqueles bonecos que se colocavam na chapeleira dos carros e que ao ritmo dos solavancos provocados pelas velhas estradas, iam abanando a cabeça; outros, nem trela têm, são apenas masoquistas que insistem em viver num país ocidental quando renegam completamente os princípios e valores ocidentais.  

O seu miserável discurso resume-se à cassete que repete os slogans anti EUA, anti Europa, anti Euro, anticapitalismo. Se para se posicionarem contra o ocidente tiverem que menosprezar uma situação que já provocou milhares de vítimas, milhões de desalojados e que já ameaça o brutal aumento da fome no mundo, então que assim seja.  

Nem o lado errado da história lhes está reservado, pois nem lado conseguem ter. Não foi apenas para Vladimir Putin que a queda da URSS constituiu a maior tragédia geopolítica do século XX, para esta pequeníssima franja, representou o fim definitivo de espaço político. Já não têm nada para ser a favor, resta-lhes apenas ser contra.  

Vergonhosamente não têm estatura moral que lhes permita ser contra aquilo que inegavelmente está errado. Independentemente se a origem do erro está a oriente ou a ocidente. 

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