17.05.22
Quando se colocou a hipótese de tanto a Finlândia como a Suécia, aderirem à NATO, imediatamente dos lados do Kremlin choveram ameaças de que algo terrível poderia vir a acontecer a estes países se tal cenário se concretizasse.
Agora, a poucas horas de ambos os países apresentarem em conjunto os respetivos pedidos formais de adesão à Aliança, o que na prática representa uma estrondosa derrota política para a Federação Russa, os seus líderes apressam-se a afirmar que afinal tal adesão não constitui de fato uma ameaça real ao país.
Foram ameaças feitas com tiros salva.
Esta arte de transformar derrotas em não derrotas é sobejamente conhecida, por exemplo em Portugal. O PCP nunca sofre derrotas eleitorais, os outros partidos, só por acaso é que costumam ganhar as eleições. São décadas de alinhamento político e partilha desta arte do embuste entre os comunistas portugueses e todos aqueles que sejam aquilo que forem, habitam o Kremlin. Na verdade, é algo doentio, contudo é notável esta resiliência.
No momento, ao que consta, é o próprio Vladimir Putin, que tomou em mãos a estratégia militar a aplicar nos campos de batalha da Ucrânia.
Não se sabe se é por escassez de generais, pois este conflito já ceifou alguns quantos ao exército russo, ou se é mesmo por incompetência dos que restaram. São certamente boas notícias, - se a nova estratégia militar de Putin for tão brilhante como tem sido a sua estratégia política, significa que este conflito tem os dias contados e que a Ucrânia poderá finalmente celebrar a vitória.
Entretanto o turco, como “bom” turco, tenta a barganha no processo das novas adesões à NATO. Como falso que é, tenta lançar poeira para os olhos dos outros com a questão dos apoios dados pela Suécia aos separatistas Curdos. Que acredite quem quiser. Quando os EUA acenarem com os caças que estão “congelados” desde a compra por parte da Turquia dos sistemas de defesa antiaéreos russos S-400, o turco esquece logo o assunto do apoio sueco aos curdos, pois sabe muito bem que levantar ondas maior que ele pode significa afogamento.