08.05.22
No dia 8 de Maio de 1945 calavam-se os canhões e sossegavam-se os homens, - com a capitulação do terceiro reich alemão, tinha terminado a guerra na Europa. Depois de 6 anos de insanidade que deixou um rasto de barbaridade e que custou mais de 80 milhões de mortes, a paz tinha sido alcançada no velho continente.
As palavras escasseiam para descrever tão negro período da história da humanidade. O sofrimento inimaginável de milhões de seres humanos marcou para sempre a era moderna dos homens.
77 anos depois, uma frase se eleva nas nossas consciências: Nunca mais.
Infelizmente não foram anos inteiramente de paz na Europa. Entre 1991 e 2001, a guerra civil na então Jugoslávia, trouxe de novo a guerra e o sofrimento aos povos europeus. Fruto de conflitos étnicos, este sangrento conflito que ficou conhecido por guerra dos Balcãs resultou em mais de 100 mil mortos.
Em 2014 a Federação Russa invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia. Nesse mesmo ano, as incursões de forças russas na zona do Donbass, instigavam os conflitos entre ucranianos fiéis ao governo soberano de Kiev e separatistas ucranianos pró-russos.
Desde então não houve mais paz na Europa. Foi um conflito esquecido e até ignorado pela maioria dos europeus. No dia 28 de Fevereiro de 2022 Vladimir Putin ordena uma nova invasão à Ucrânia e com isso a Europa acordou para a realidade, - a guerra em larga escala estava de volta ao solo europeu. Pelos vistos, 77 anos de paz estava a ser demasiado tempo.
Uma idosa ucraniana que pela idade foi com certeza testemunha da segunda grande guerra, exclamou perante as ruínas da sua casa depois de um bombardeamento russo: “Acredito que ainda não fomos abandonados e que no fim tudo vai acabar bem”.
Foi com este espírito que sobreviveu ao mais sangrento conflito da história e é com o mesmo que encara agora o regresso da barbaridade à sua terra. Que o espírito desta idosa nos inspire para podermos gritar bem alto: Nunca mais.