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A Política somos nós

A Política somos nós

30.05.22

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Há quem defenda que para apaziguar a ira deste indivíduo, a Ucrânia deveria ceder parte do seu território à Federação Russa, mais ainda além daquele que já lhe foi roubado.  

Conhecendo-se o grau de ambição e a sede de poder do mesmo, talvez fosse prudente e preventivo, considerar-se a possibilidade de lhe ser igualmente concedido o território correspondente à zona leste de Berlim. Assim como assim, o indivíduo conhece sobejamente a área e certamente ficaria até comovido por poder recordar tão bons velhos tempos. 

Quem sabe se a França em jeito de bónus, não poderá oferecer uma das suas ilhas da Polinésia, - assim, os mais altos dirigentes do Kremlin passariam a beneficiar de um destino exótico e exclusivo para uma escapadinha durante o rigoroso inverno moscovita.  

Tudo o que estiver ao alcance para apaziguar o temível “deus” da Rússia...

28.05.22

Começa a ser evidente uma corrente de opinião onde é manifestada uma proposta para pôr fim à guerra na Ucrânia. Proposta essa que se traduz em pressionar os líderes ucranianos a oferecerem em troca da paz, parte do seu território ao invasor. 

Ouvi por estes dias uma conhecida jurista afirmar que a conquista e a ocupação do Donbass, já era um fato consumado e que esta região nunca mais viria a fazer parte integrante da Ucrânia.  

Ficou claro que a substância desta leviana afirmação, constitui a atribuição ao mais forte, o direito de se apropriar ilegalmente do alheio, e que aos outros só deva restar a cobardia de assistir, pois qualquer reação no sentido de impedir a impunidade, pode resultar em algo perigoso.  

Só ficou por esclarecer, se depois disso conseguimos não nos sentirmos cumplicies. Pelos vistos a esta distinta figura das letras e do jornalismo português, assenta bem a carapuça da cumplicidade, ficando igualmente claro que para ela, o perigo deve ficar circunscrito aos ucranianos. 

Como já tive a oportunidade de escrever, - Qual o preço para se obter a paz e manter a dignidade? Qual o preço que um povo está disposto a pagar pela sua liberdade? 

Qual é a autoridade moral daqueles que não sendo ucranianos, procuram de alguma forma influenciar as escolhas de quem defende o seu território, a sua soberania e o seu direito à autodeterminação? 

Quem somos nós, privilegiados ocidentais, para nos queixarmos do aumento do custo de vida provocado pela guerra quando milhares de ucranianos sucumbem debaixo das bombas? Qual o peso do nosso descontentamento quando milhões tiveram que fugir das suas casas apenas com a roupa dos seus corpos? Qual é o verdadeiro grau do nosso desconforto quando milhões de pessoas em África estão a passar ainda mais fome do que aquela que vergonhosamente para todos nós, já passavam? 

São muitos aqueles que temem as consequências de uma derrota militar clara da Federação Russa nesta guerra. Pergunto aos mesmos: Já refletiram nas consequências de uma vitória russa com a anexação dos territórios por agora ocupados? Alguém tem a distinta certeza do que se seguirá? 

Esses mesmos que estão dispostos a criar o perigosíssimo precedente com o reconhecimento da impunidade desta invasão e da aceitação de que em pleno século XXI haja um país que através da força tome posse de parte integrante de outro país soberano, são com certeza os mesmos que ignoraram o precedente criado depois do massacre de Grozny, e que aceitaram com normalidade o precedente criado com a anexação de regiões da Geórgia, e são com certeza os mesmos que olharam para o lado quando em 2014 o exército russo invadiu a Crimeia amputando desse modo uma parte do território ucraniano. 

Pelos vistos ninguém quis afrontar Vladimir Putin para não se correr o risco de ele escalar a sua ofensiva. A passividade das democracias ocidentais perante a invasão e imediata anexação da Crimeia, não só criou as condições a Putin para ele escalar a ofensiva, como permitiu a existência de um novo precedente. A madrugada de 24 de Fevereiro de 2022 veio provar o óbvio. 

E de precedente em precedente, o exército russo arrasta a sua marca de destruição, de morte e de usurpação. Pelas opiniões que se escutam, parece que ainda não chega de precedentes oferecidos a Putin, aos seus vassalos corruptos e sedentos de conquista, e a toda uma escória de terroristas a soldo. A escória que resultou daquilo que sobrou da Chechénia e da Síria. 

Nesses conflitos, aqueles que não foram esmagados, converteram-se ao jugo do Kremlin. É essa mesma escória de assassinos que é agora lançada nas cidades ucranianas em operações de “limpeza”, leia-se, execuções sumárias. Haja mais concessões, e esta infâmia perdurará. 

Para continuar a luta pela sua liberdade, ao povo ucraniano não basta a coragem, - se só disso se tratasse, já o seu território estaria limpo desta corja de bandidos que por enquanto lá permanece.  

Aos ucranianos falta com certeza o contínuo apoio militar. E se até isso lhes for negado, o mínimo que lhes deve ser concedido, é o direito de serem eles, e só eles, a decidirem se preferem morrer de pé ou continuar a viver de joelhos. 

27.05.22

Na madrugada de 24 de Fevereiro de 2022 a Europa acordou ao som das armas russas. Particularmente os ucranianos, alguns não chegaram a acordar. As democracias ocidentais despertaram de um longo e confortável sono embalado pela paz garantida. Tinham passado 25 anos sem a latente guerra fria, quando a igualmente fria realidade se abateu, - o secular imperialismo russo não tinha morrido. 

Das cinzas da URSS, surgiu um regime que apesar de ter características muito diferentes, apresenta paralelismos evidentes com a política Estalinista, repressiva e homicida. Vladimir Putin inspira-se em figuras como Catarina II e Pedro I o Grande, mas o espectro de Stalin é indisfarçável na sua conduta. 

O povo russo teve uma oportunidade histórica depois de Novembro de 1991, para conduzir o seu país no caminho da democracia pluralista e do respeito pelos valores humanistas, - em vez disso, na nova Rússia, mais uma vez prevaleceu o autoritarismo e a forma déspota de governar. Ao que parece, trata-se de um povo que nasceu para ser conduzido no cabresto. 

Depois da prova inequívoca de que Putin tem como objetivo restaurar o velho império russo, que não sendo soviético, em muito a ele se  assemelha; depois de se constatar que o círculo político do ditador, não hesita em o seguir, ou pior que isso, poderá radicalizar aquilo que já extravasa o radicalismo, - é essencial que a Europa não tenha apenas despertado, mas que tome clara consciência de que da Federação Russa, nos próximos anos, nada de bom virá.  

Esta é uma indesmentível realidade que proporcionará uma importantíssima oportunidade para os europeus construírem uma Europa renovada. Só o fortalecimento das instituições europeias permitirá construir um futuro de paz, de segurança e de prosperidade.  

Gerhard Schröder vendeu-se à oligarquia russa; Angela Merkel acreditou que era possível através do estabelecimento de fortes relações comerciais, chamar ao palco das democracias ocidentais e ao crescimento comum europeu, a corrupta Federação Russa chefiada por um ex. agente do KGB; Emmanuel Macron, fraco e hesitante na política externa, - e que apesar da vitória nas últimas presidenciais, continua desacreditado numa sociedade francesa onde em certos setores da esquerda se optou por votar na candidata neonazi, em detrimento do presidente reeleito. 

Para a renovação do projeto europeu é indispensável a existência de líderes fortes, líderes à altura deste enorme desafio. O Kremlin aposta exatamente no contrário  

A estratégia, não só de Putin, mas igualmente daqueles que já se perfilam para o substituir, passa pela reconstrução do império russo, e para tal, é fulcral uma política de deterioração das instituições europeias. Tal política, está em curso neste preciso momento, e irá ter continuidade. 

As muitas hesitações dos europeus, levam o Kremlin a renovar a sua estratégia. Até à ameaça da fome generalizada em África, são capazes de recorrer para alcançar as suas pretensões. Em cada hesitação europeia, renova-se a ofensiva russa. 

Deseja-se que deste despertar europeu, nasça uma nova política de defesa conjunta, que torne a Europa cada vez menos dependente do poderio militar do EUA. É incontornável que os países europeus pertencentes à NATO reforcem as suas defesas militares, pois com este novo paradigma imposto pela Federação Russa, a segurança europeia está inegavelmente em risco. 

Talvez daqui a umas centenas de anos a manutenção da paz seja possível sem a existência dos arsenais militares, - por enquanto, neste mundo que temos, infelizmente isso ainda não é possível.  

Hoje, 27 maio de 2022, passaram 25 anos desde o final da guerra fria. Pois a mesma está de volta, e é bom que pragmaticamente se coloque de parte a inocência que tenta desmenti-lo.  

25.05.22

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Federação Russa e China fazem exercícios militres em conjunto nos céus do indo pacifico.

Por cá, os patéticos anti ocidente, acreditam que não há necessidade de enfraquecer a Federação Russa.

23.05.22

A Federação Russa já fala em cessar fogo. 

Depois de consolidar posições no Sul e de alcançar o domínio total da cidade de Mariopul, o Kremlin pela primeira vez neste conflito fala na possibilidade de um cessar fogo. 

Com um avanço lento e penoso no Donbass, o comando militar russo tem consciência, que apesar da conquista territorial, a manutenção e controlo desse mesmo território é algo muito mais difícil de obter do que a própria conquista. Se em oito anos não conseguiram vergar a resistência ucraniana nesta região, imagine-se agora com o apoio que a mesma está a receber. 

Com uma percentagem considerável da região do Donbass sob controlo e com o corredor aberto pelo Sul, esta é a altura certa para Moscovo propor um cessar fogo e negociar a cedência por parte dos líderes ucranianos, das regiões ocupadas.  

Cessar fogo conseguido, território conquistado e reconhecido pela Ucrânia, - tempo para uma pausa estratégica, reorganização de forças e planeamento da próxima fase – ou seja, salvar da “tirania” moldava os desprotegidos pro russos da Transnístria. Mais uma “operação militar especial” que levaria à ocupação desta fatia de território moldavo e à consequente marcha para a Odessa Ucraniana. Assim se fecharia o cerco completo e se tornaria a Ucrânia num país continental, sem nenhum acesso ao mar. 

Tudo isto acontecerá se aos ucranianos faltar a coragem, ou se EUA e Reino Unido desistirem de apoiar os esforços de guerra, - já que da parte dos restantes países europeus começam a surgir alguns sinais de hesitação. A França por exemplo, veria com bons olhos a existência de uma espécie de “Ucrânia de Vichy.

Se para consegui uma paz imediata, a Ucrânia cedesse os territórios ocupados, - mesmo que estes não fossem integrados na Federação Russa, passariam a constituir novas regiões autónomas que de uma forma ou de outra ficariam sob a influência russa. A própria Bielorrússia, sendo um estado soberano, é na prática um estado vassalo de Moscovo. Tal como foram todos aqueles que formaram a antiga cortina de ferro. 

Nem a coragem vai faltar aos ucranianos e nem os EUA e o Reino Unido vão desistir de fornecer o devido apoio. Os primeiros manterão a coragem porque sabem que a sua independência e soberania dependem em grande parte disso mesmo. Os segundos vão continuar a suportar este conflito porque estão cientes que a consequência de não o fazerem, incorre numa derrota da Ucrânia, criando desse modo um precedente perigosíssimo para a paz e estabilidade na Europa, bem como desequilíbrios graves na geopolítica mundial. 

Já não se trata apenas de uma guerra entre Ucrânia e Federação Russa. A guerra que Putin inventou, arrastou as potencias da NATO para o conflito. Putin, que não quer uma Ucrânia na NATO, mas que acabou por "convidar" a força da aliança para o território ucraniano. Não existem botas no terreno, mas há muito material de guerra ocidental. Até os militares ucranianos continuam e vão continuar a receber treino militar em países da NATO.  

É imperativo que Putin sofra uma derrota total na Ucrânia. A paz duradoura na Europa depende disso. É imperativo que o regime russo seja enfraquecido. Se isso não acontecer, ele se revelará cada vez mais uma maior ameaça às democracias ocidentais. Não sabemos naquilo em que a Federação Russa se transformará depois da queda deste regime, mas sabemos com certeza naquilo em que se transformou depois de Vladimir Putin assumir o poder.

21.05.22

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Bombardeamento da Casa das Cultura em Kharkiv. Parece que estava apinhada de nazis… até um pequeno “nazi” de nove anos foi morto durante este bombardeamento. 

Por aqui os patéticos e ridículos antiocidentais, dirão que foi com certeza mais uma encenação dos ucranianos com o apoio do ocidente. 

20.05.22

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Muito se tem falado na Azovstal. 

O tema dos últimos dias gira à volta da saída de militares ucranianos do complexo siderúrgico. Analistas e comentadores pronunciam-se sobre o fundamento deste acontecimento. Se é ou não uma rendição; se constitui ou não uma derrota para o exército ucraniano; se é de uma humilhação que se trata. 

Na guerra não existem vitórias morais nem derrotas gloriosas. A batalha de Mariupol há muito que estava perdida, sendo Azovstal apenas o último bastião da resistência das forças ucranianas na cidade. 

A recuperação do controlo da cidade por parte do exército ucraniano não dependia dos homens em Azovstal. Por muito bravos que sejam, não seriam eles que saindo da sua posição defensiva iriam reconquistar uma cidade completamente dominada pelo inimigo. Esse tipo de coisas só acontece nos filmes. 

Sem mantimentos, sem munições e sem contingente suficiente, os últimos resistentes de Mariopul, mais não podiam fazer pela cidade. As ordens do carniceiro do Kremlin estavam dadas – bombardear o que estiver ao alcance, e o que restar vivo a fome se encarregará de concluir o processo. 

Perante este cenário, a rendição era a única opção sensata. Quando se entregam as armas ao inimigo e se renuncia ao combate, trata-se de uma rendição, ponto final. Estes homens cumpriram a sua missão até ao limite do que se considera razoável e pragmático no contexto da guerra.  

Com a sua resistência, retiveram o inimigo na região e com isso permitiram o reposicionamento e a consolidação das forças ucranianas mais a norte, no sentido de impedir ainda mais o avanço russo no território. Este tipo de episódio é apenas mais um na história dos conflitos militares. Quando a guerra acontece em várias frentes, por vezes é necessário recorrer a estas estratégias. O sacrifício destes combatentes era inútil, desumano e em nada mais iria contribui para o esforço de guerra. 

Esta rendição não significa que estes homens sejam mais ou menos heróis. Heróis são todos aqueles que em qualquer circunstância têm resistido e combatido o invasor, sejam militares ou civis. Todos os ucranianos que morreram ou venham a morrer, e todos aqueles que sobreviverem, são heróis pela mesma medida. 

Agora o que importa, é verificar até ao último pormenor a atuação da ONU e da Cruz vermelha internacional no que diz respeito ao acompanhamento do processo do aprisionamento destes militares por parte do exército russo. Se as autoridades do Kremlin levarem a cabo uma operação de deportação destes prisioneiros para território da Federação Russa, o destino destes prisioneiros estará fatalmente traçado. 

Ainda restam alguns combatentes em Azovstal – é totalmente incerto o seu destino.  

O que é certo é que a batalha pela reconquista de Mariopul vai ser uma realidade – o que é território conquistado hoje, é território perdido amanhã. Quanto às restantes batalhas desta guerra, só devem terminar quando o invasor usurpador e criminoso for completamente expulso. 

Putin aproveitou o precedente da Crimeia – se outro precedente for criado, ele aproveitará novamente. Quanto mais rapidamente o exército russo for expulso da Ucrânia, menos provável será o seu regresso. Só uma derrota total o impedirá. 

A Vladimir Putin só deverá ser concedida uma saída: Contentar-se com os 17 075 400 quilômetros quadrados que constituem o seu país. Se achar que é pouco e aspirar a mais, deverá ser totalmente impedido. Ao medo e à concessão, ele responderá com a agressão e com a usurpação. 

18.05.22

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O PCP manifesta a sua grande preocupação pela possível adesão à NATO da Suécia e da Finlândia e condena veementemente esta possibilidade. Fica a faltar veemência para condenar o resto...

17.05.22

Quando se colocou a hipótese de tanto a Finlândia como a Suécia, aderirem à NATO, imediatamente dos lados do Kremlin choveram ameaças de que algo terrível poderia vir a acontecer a estes países se tal cenário se concretizasse. 

Agora, a poucas horas de ambos os países apresentarem em conjunto os respetivos pedidos formais de adesão à Aliança, o que na prática representa uma estrondosa derrota política para a Federação Russa, os seus líderes apressam-se a afirmar que afinal tal adesão não constitui de fato uma ameaça real ao país. 

Foram ameaças feitas com tiros salva.  

Esta arte de transformar derrotas em não derrotas é sobejamente conhecida, por exemplo em Portugal. O PCP nunca sofre derrotas eleitorais, os outros partidos, só por acaso é que costumam ganhar as eleições. São décadas de alinhamento político e partilha desta arte do embuste entre os comunistas portugueses e todos aqueles que sejam aquilo que forem, habitam o Kremlin. Na verdade, é algo doentio, contudo é notável esta resiliência. 

No momento, ao que consta, é o próprio Vladimir Putin, que tomou em mãos a estratégia militar a aplicar nos campos de batalha da Ucrânia.  

Não se sabe se é por escassez de generais, pois este conflito já ceifou alguns quantos ao exército russo, ou se é mesmo por incompetência dos que restaram. São certamente boas notícias, - se a nova estratégia militar de Putin for tão brilhante como tem sido a sua estratégia política, significa que este conflito tem os dias contados e que a Ucrânia poderá finalmente celebrar a vitória. 

Entretanto o turco, como “bom” turco, tenta a barganha no processo das novas adesões à NATO. Como falso que é, tenta lançar poeira para os olhos dos outros com a questão dos apoios dados pela Suécia aos separatistas Curdos. Que acredite quem quiser. Quando os EUA acenarem com os caças que estão “congelados” desde a compra por parte da Turquia dos sistemas de defesa antiaéreos russos S-400, o turco esquece logo o assunto do apoio sueco aos curdos, pois sabe muito bem que levantar ondas maior que ele pode significa afogamento. 

15.05.22

Emmanuel Macron continua a insistir que é necessário encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia onde Vladimir Putin não perca a face nem a Federação Russa seja humilhada. 

Ao que parece, o presidente francês ainda não vislumbrou que tanto Vladimir Putin como a Federação Russa, aos olhos da esmagadora maioria de países do mundo, já perderam a face e estão a sofrer um processo de humilhação generalizado. 

Nem é necessário referir as constantes derrotas de que o exército russo tem sofrido no terreno. O sistema bancário da Federação Russa foi excluído quase na totalidade do sistema internacional bancário; as grandes marcas de multinacionais abandonaram o mercado russo; os bens de centenas de empresários russos foram confiscados nos principais mercados mundiais; as companhias aéreas internacionais deixaram de operar no espaço aéreo da Federação Russa. A ONU expulsou a Rússia do Conselho de Direitos Humanos. 

Se esta realidade não corresponde à perda da face dos dirigentes do Kremlin e a uma humilhação do país, não sei o que será mais necessário acontecer para negar esta evidência. 

O que o Sr. Macron parece estar a propor é que se evite a total humilhação de Putin em troca da humilhação do povo ucraniano. Gostaria de poder entender qual o critério usado pelo presidente francês para medir o grau de humilhação que um indivíduo e por outro lado, um povo inteiro, conseguem suportar. 

Pelos vistos o Sr. Macron tem muito receio sobre as consequências de uma possível derrota de Putin na guerra da Ucrânia. Será que igualmente receia quais as consequências se Putin obtiver uma vitória? 

De invasão em invasão, Putin tem vindo a usurpar a terra alheia sem que nenhum líder ocidental tenha feito absolutamente nada para o confrontar. Até a Crimeia foi anexada sem que Putin fosse enfrentado. O único a enfrentá-lo foi o povo ucraniano quando sentiu que não se tratava apenas da Crimeia e da região do Donbass, - era a sua própria soberania e independência que estavam em risco. 

Interrogo-me, se esta coragem dos ucranianos não tivesse sido tão extraordinária, será que a ajuda internacional teria chegado? Sem esta coragem e sem a inoperacionalidade do exército russo, Kiev teria sido tomada em 3 dias e, - ato consumado, - tal e qual como na Crimeia. 

Foi esta a coragem que chamou a atenção das opiniões públicas que levaram às pressões junto dos governos. É esta a coragem que não vende barato nem a dignidade nem a liberdade. É esta a coragem que não vai permitir que o Sr. Macron negocie com o criminoso de guerra do Kremlin a humilhação de um povo que se nega a entregar a sua terra ao invasor. 

A única solução para este conflito é a completa e total derrota de Putin. Cada centímetro de território ucraniano terá que ser libertado do exército russo. Se tal não acontecer abrir-se-á um precedente em solo europeu do qual ninguém conseguirá prever quais as reais consequências. 

Os líderes ocidentais devem se concentrar em derrotar Putin o mais rapidamente possível, e isso passa no imediato por lhe infligir uma derrota na Ucrânia.  

Pior que recear quais as consequências disso, será não perspectivar o que virá depois de Putin. Por morte natural ou por afastamento político, Putin terá o seu fim. Com uma vitória ou com uma derrota na Ucrânia, o futuro da Federação Russa passa pelo sucessor de Putin. Por aquilo a que temos assistido as opções são no mínimo preocupantes.  

A derrota de Putin, não representará apenas a forma de o parar, será igualmente uma mensagem para quem o substituir. Uma prova de fraqueza no presente, será a exposição a uma ameaça igual ou pior no futuro. Se nos vergarmos agora, a ameaça nuclear que já paira no ar, continuará a pairar no futuro. 

O mundo mudou mesmo na madrugada do dia 24 de fevereiro de 2022, e enquanto tivermos esta Rússia, a ameaça do holocausto nuclear já é, e vai continuar a fazer parte desta nova realidade, independentemente do desfecho nos campos de batalha da Ucrânia. 

Enquanto isso, o povo Ucraniano não está disposto a considerar que as mortes dos seus mártires foram em vão, que a humilhação da capitulação é opção e que não farão o papel de ser moeda de troca para a obtenção de um qualquer equilíbrio geopolítico. Presidentes ou simples cidadãos, quem somos nós para os julgar? 

14.05.22

No último dia 11, Shireen Abu Akleh, jornalista da cadeia televisiva Al Jazeera foi assassinada no território de Jenin na Cisjordânia. A jornalista de dupla nacionalidade – palestiniana e norte-americana, foi atingida mortalmente enquanto fazia a cobertura de uma operação militar israelita na Cisjordânia. 

A sua morte desencadeou reações em todo o mundo – as do costume – todos lamentam e condenam o ocorrido. 

Nos media, li o seguinte trecho: “A sua morte ocorreu no contexto de uma onda de violência israelo-palestiniana atiçada por tensões num importante lugar sagrado de Jerusalém. Pelo menos 18 israelitas morreram em ataques palestinianos nas últimas semanas, enquanto mais de 30 palestinianos, a maioria dos quais envolvidos em ataques ou confrontos com forças israelitas, foram também mortos.”. 

Esta é uma notícia que não necessitava de data. Neste eterno conflito, notícias deste teor são intemporais. Repetem-se assim como se repete o terrível drama. 

A Terra de Israel é segunda a Bíblia judaica, a região que foi prometida por Deus aos descendentes de Abraão através do seu filho Isaac e aos descendentes hebreus do seu neto Jacó. Diz a tradição hebraica que esta é a terra prometida de Israel.  

Esta promessa nasceu de uma recompensa divina à fidelidade de Abraão e do seu povo quando este adotou uma crença monoteísta e a concepção de uma nação escolhida por Deus. A promessa incluía a eliminação de outros povos semitas como os cananeus como castigo pelos seus pecados e a atribuição das suas terras aos hebreus, igualmente, eles, parte desse conjunto maior de povos semitas. Esta promessa tornou-se válida para a totalidade do povo judeu.  

Descendo agora à terra – Com o final da primeira grande guerra mundial, a Liga das Nações atribuiu ao Reino Unido o chamado “Mandato Britânico da Palestina” com a responsabilidade deste estabelecer, "…tais condições políticas, administrativas e econômicas para garantir o estabelecimento do lar nacional judaico, tal como previsto no preâmbulo e no desenvolvimento de instituições autônomas, e também para a salvaguarda dos direitos civis e religiosos de todos os habitantes da Palestina, sem distinção de raça e de religião… ".  

Dois anos depois do termo da segunda grande guerra, em 1947, a ONU elaborou um plano para a partição da região da Palestina, do qual nasceria um Estado judeu, um Estado árabe e onde a cidade de Jerusalém ficaria sob administração direta da organização. 

Esta partição que foi aceite pelos líderes sionistas e rejeitada pelos líderes árabes deu origem a uma guerra civil onde se confrontaram judeus e árabes, enquanto isso, os britânicos retiravam, desresponsabilizando-se assim do suposto compromisso que assumiram de manter a ordem e a segurança na região.  Séculos antes, nas mesmas redondezas, houve quem igualmente lavasse as mãos...  

Em 1947 Israel declara a sua independência e na sequência os seus vizinhos árabes atacaram o recém formado país. Resumidamente, este conflito de um ano que ficou conhecido como a guerra da independência, resultou na fuga de centenas de milhares de árabes palestinianos e na invasão da Faixa de Gaza pelo Egito e da Cisjordânia pela Trans Jordânia dando origem à Jordânia. Por parte de Israel, houve a conquista de cerca de 75% do território que estava destinado ao povo palestiniano, bem como da parte ocidental de Jerusalém. 

Nesta que é provavelmente a mais complexa história dos povos, ficará sempre muito por esmiuçar, muito por contar e certamente mais ainda por argumentar. 

Desde este fatídico ano de 1947 que uma vergonha prevalece: O conflito Israel o árabe.  

Sem santos, mas com muitos pecadores. Com diversos culpados e com inúmeros inocentes mortos. Gerações criadas no ódio. Infindáveis vinganças. Intermináveis injustiças. Infrutíferos esforços para que cesse o conflito. Estéreis acusações. Dedos apontados na busca dos responsáveis. 

A promessa divina, a usurpação da terra alheia, a irresponsabilidade e a inépcia da comunidade internacional numa solução para o problema. 

O Estado de Israel, desde a data da sua formação, tem vindo a violar as regras internacionais e o respeito pela autodeterminação do povo palestiniano. Este é talvez o único simples fato nesta tão complexa história.  

Enormes barbaridades de parte a parte têm vindo a resultar desta realidade. Mais importante que encontrar os culpados, pois a história já disso se encarregou, seria encontrar as soluções que até agora os líderes mundiais não lograram alcançar. 

Não existem soluções simplistas para problemas complexos. A formação de um Estado Palestino soberano, cujas fronteiras não podem ser as atuais, é incontornável. Forçosamente Israel terá que ceder parte dos territórios ocupados e um novo acordo de paz terá que ser realizado. Infelizmente nem palestinianos nem israelitas têm o bom senso nem a independência para o fazer. Essa terá que ser a responsabilidade da comunidade internacional.  

As novas fronteiras terão que ser respeitadas e a cidade de Jerusalém deverá ficar definitivamente sob a total administração da ONU. A cidade não mais será israelita ou palestiniana. Haverá uma só cidade, uma só Jerusalém, património da humanidade, - policiada exclusivamente por tropas da ONU. 

Tragicamente, dois povos, fruto de décadas de ódio e de conflito, têm-se comportado como bichos selvagens, e quando assim é, impõe-se uma nova arbitragem. Os desrespeitos a esta nova ordem deverão ter como resposta, as tão na moda, sanções. Que se sancione sem hesitações nem condescendências aqueles que prevaricarem, nem que isso signifique enfrentar o tão poderoso Israel. 

Este assassinato da jornalista da cadeia televisiva Al Jazeera não deveria ficar como mais um rodapé desta triste história. Já são demasiados os rodapés onde ficaram escritas as mortes de tantos inocentes. Está na hora de pôr um fim a esta infindável vergonha e escrever não um rodapé, mas sim um novo título para o médio oriente. Uma palavra é suficiente: BASTA. 

12.05.22

Até ao próximo domingo, a Finlândia irá apresentar o pedido formal de adesão à NATO. Este fato constitui a maior derrota política de Vladimir Putin desde que assumiu o poder na Federação Russa. Já em 2014 com o golpe de estado na Ucrânia, o Kremlin sofreu uma derrota política ao perder o controle que exercia sobre o país vizinho na sequência do afastamento de Yanukovytch o presidente ucraniano pró-russo. 

Com a adesão da Finlândia à NATO, a Federação Russa perde 1.300 quilómetros de fronteira neutra e ganha os mesmos quilómetros em fronteira inimiga. Em termos de geopolítica é um verdadeiro tiro no pé, e neste caso, um tiro de canhão. 

Como se não bastasse, segue-se a Suécia, - a fronteira é marítima e vem alterar todo o equilibro militar no mar báltico. Em pouco mais de 2 meses, Putin conseguiu interromper 200 anos consecutivos de neutralidade de um país vizinho. Para quem alega que a proximidade da NATO constitui uma ameaça à segurança da Federação Russa, e usa este argumento, entre outros, para invadir a Ucrânia, - provou que tem tanto de estúpido com de arrogante. Mais um exemplo de que a arrogância é a arma daqueles que nada devem à inteligência. 

Mesmo antes destas duas adesões se confirmarem oficialmente, já o Reino Unido assinou acordos de proteção militar tanto com a Finlândia como com a Suécia. Em caso de ataque russo, ambos estes países podem contar com a ajuda e proteção de um dos exércitos mais poderosos do mundo.  

A cada dia que passa, Putin perde cada vez mais esta guerra, - na Ucrânia, fora da Ucrânia e até dentro do seu próprio país. O fim do regime mafioso, corrupto e criminoso do Kremlin, vai ser ainda mais devastador para a Federação Russa, do que foi a queda do regime soviético.  

Em 1991 com a implosão da URSS, nasceu um novo estado, estado esse que manteve o estatuto de membro permanente do conselho de segurança da ONU, o que contraria a teoria de que a Rússia foi humilhada perante o fim da URSS. O que é fato, é que a guerra fria terminou com a queda do muro de Berlim e isso não resultou de nenhum conflito armado que tenha levado a uma derrota humilhante do povo russo. O regime soviético caiu porque estava podre, e se existem culpados para isso, são os próprios russos e os seus líderes. 

A nova Rússia foi então recebida no concerto das nações e teve oportunidade para prosperar. Esta Rússia de Putin, foi rejeitada, isolada e condenada por todo o mundo ocidental que constitui o grande mercado mundial, o mesmo mercado com quem até há pouco mais de 2 meses a Rússia mantinha relações comerciais bilionárias. Até a falsa amiga chinesa, se aproveita do grande urso enfraquecido e vai sugando os seus recursos naturais a preço de saldo. 

Todos os impérios caem. Este império que não é russo, é apenas putinista, vai caindo a cada dia que passa precipitando-se fatalmente para o abismo. É uma questão de tempo. Talvez esse tempo pudesse ser encurtado se o povo russo mostrasse a mesma coragem demonstrada pelo povo ucraniano quando em 2014 na praça Maidan, lutou até à morte pela sua autodeterminação, pela sua liberdade e pela sua dignidade. 

10.05.22

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Vladimir Putin, senhor da Rússia, neste 9 de Maio, sujeitou o povo russo a uma dose de propaganda bem ao estilo soviético a fazer lembrar outros tempos e outros atores. 

Mestre da mentira e do embuste, o antigo espião soviético, no discurso proferido durante a parada militar em Moscovo, aplicou a quem o quis ouvir, uma injeção de veneno.  

A quem não é imune à toxina, as consequências são fatais. O povo russo inoculado, acredita piamente que a situação na Ucrânia, que não é de todo uma guerra, é contudo, algo perigoso, pois os verdadeiros responsáveis pelos acontecimentos são os ocidentais e a sua organização chamada NATO, que está, veja-se, a atacar a Ucrânia, e pior ainda, prepara-se para atacar a Federação Russa. São os próprios nazis que agora aliados dos países ocidentais constituem uma séria ameaça à segurança nacional russa. 

Para um povo que sofreu como nenhum outro as agruras da segunda grande guerra, onde quase 30 milhões de russos morreram resultado da mesma, este discurso é algo perturbador e certamente desperta os seus instintos. 

Com o objetivo de agregar simpatias e apoios para a sua política, Putin, habilmente mistura os símbolos soviéticos com o brasão oficial da Federação Russa. Então é ver foices e martelos misturados com águias imperiais de duas cabeças, que sintomaticamente apontam simultaneamente ao oriente e ao ocidente. 

A Putin é completamente indiferente as foices, os martelos e as águias. O que ele pretende a todo o custo é manter o poder que lhe permite entre outras coisas possuir um vasto e rico património naquele ocidente que ele tanto diz desprezar e odiar, - o mesmo ocidente onde ele e os seus aliados operam negócios milionários que tanto contribuem para lhe garantir o lugar de comandante supremo do Kremlin. 

Para além da dita injeção, o discurso foi vazio de todo. Falar na situação na Ucrânia era impossível. Dizer o quê? Dizer que o exército russo já chacinou mais de 3.000 civis e que arrasou dezenas de cidades e aldeias, mas que não conseguiu efetivamente controlar totalmente nenhuma delas? Dizer que o exército russo tem na verdade levado uma valente sova do exército ucraniano?  

Nada disso. A mensagem a passar é que o malvado ocidente se aliou aos nazis e está a ameaçar a mãe Rússia. Não sabemos se o seu povo chegou a entender a dissimulada declaração de derrota no discurso do seu líder. Se os nazis já tivessem sido derrotados pelo glorioso exército russo, não havia necessidade de estar a convocar a nação para se concentrar e envolver nesta luta. 

Entretanto, os aviões de combate não marcaram presença no desfile, parece que o trânsito nos céus de Moscovo estava um caos... 

08.05.22

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No dia 8 de Maio de 1945 calavam-se os canhões e sossegavam-se os homens, - com a capitulação do terceiro reich alemão, tinha terminado a guerra na Europa. Depois de 6 anos de insanidade que deixou um rasto de barbaridade e que custou mais de 80 milhões de mortes, a paz tinha sido alcançada no velho continente. 

As palavras escasseiam para descrever tão negro período da história da humanidade. O sofrimento inimaginável de milhões de seres humanos marcou para sempre a era moderna dos homens. 

77 anos depois, uma frase se eleva nas nossas consciências: Nunca mais. 

Infelizmente não foram anos inteiramente de paz na Europa. Entre 1991 e 2001, a guerra civil na então Jugoslávia, trouxe de novo a guerra e o sofrimento aos povos europeus. Fruto de conflitos étnicos, este sangrento conflito que ficou conhecido por guerra dos Balcãs resultou em mais de 100 mil mortos. 

Em 2014 a Federação Russa invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia. Nesse mesmo ano, as incursões de forças russas na zona do Donbass, instigavam os conflitos entre ucranianos fiéis ao governo soberano de Kiev e separatistas ucranianos pró-russos. 

Desde então não houve mais paz na Europa. Foi um conflito esquecido e até ignorado pela maioria dos europeus. No dia 28 de Fevereiro de 2022 Vladimir Putin ordena uma nova invasão à Ucrânia e com isso a Europa acordou para a realidade, - a guerra em larga escala estava de volta ao solo europeu. Pelos vistos, 77 anos de paz estava a ser demasiado tempo. 

Uma idosa ucraniana que pela idade foi com certeza testemunha da segunda grande guerra, exclamou perante as ruínas da sua casa depois de um bombardeamento russo: “Acredito que ainda não fomos abandonados e que no fim tudo vai acabar bem”. 

Foi com este espírito que sobreviveu ao mais sangrento conflito da história e é com o mesmo que encara agora o regresso da barbaridade à sua terra. Que o espírito desta idosa nos inspire para podermos gritar bem alto: Nunca mais.  

05.05.22

O ex-presidente do Brasil Lula da Silva, declarou a propósito do conflito na Ucrânia:

Ele [Zelensky] fica se achando o rei da cocada, quando na verdade deveriam ter tido conversa mais séria com ele: ‘Ô, cara, você é um bom artista, você é um bom comediante, mas não vamos fazer uma guerra para você aparecer’. E dizer para o Putin: ‘Ô, Putin, você tem muita arma, mas não precisa utilizar arma contra a Ucrânia. Vamos conversar!’”.

As fatalidades da história por vezes são irreversíveis. Se Lula da Silva ainda fosse presidente do Brasil, as probabilidades de a Federação Russa ter invadido o território soberano da Ucrânia, tinham sido praticamente nulas.

Apesar de o Brasil ser considerado pela comunidade diplomática como um peso morto em termos de diplomacia internacional, nada o impede de ter este ativo diplomático chamado Luís Inácio Lula da Silva.

Se no lugar de Mácron, naquela emblemática mesa do Kremlin, tivesse estado o ex. presidente brasileiro, tudo teria sido diferente. Para começar, quando Vladimir Putin visse o seu companheiro Lula entrar na sala, teria de imediato dito na forma russa, traduzida para o português falado no Brasil: “Oi cara! Senta logo aqui do meu lado para nós batermos um papo reto”. Aquela distância fria de 6 metros, teria sido espontaneamente quebrada.

Depois de “quebrar o gelo”, Lula da Silva teria então o caminho aberto para soltar o seu discurso diplomático livre de protocolos e de subterfúgios, - “Vamo conversar cara!, primeiramente: tu não precisa usar arma contra a Ucrânia, basta tu perguntar ao Zelensky quantos km2 do território ele tá disposto a entregar à Rússia.

Tal como eu fui um simples operário, e consegui chegar a presidente, ele como comediante e bom artista, se acha o rei da cocada, mas pode muito bem ser levado na conversa”.

Perante este português açucarado com direito a cocada e tudo, era certo que Putin balançava.

Lula nunca aconselharia por exemplo que o local das conversações entre ucranianos e russos tivesse lugar na Bielorrússia, - lugar frio danado, - o Brasil seria o local ideal para se chegar a um acordo de paz.

De resto seria até uma excelente iniciativa de Lula para se projetar ainda mais nas próximas presidenciais onde encara o seu adversário Bolsonaro, que por acaso também não perde oportunidade para dizer asneiras.

Mácron, Mácron! Tu não sabe de nada. Antes de teres ido ao Kremlin, devias ter dado uma ligadinha para o Lula, aquele ali sim, é que sabe do babado.

05.05.22

O estado terrorista conhecido como Federação Russa, planeia para o próximo dia 9 a realização de uma parada na cidade ucraniana de Mariupol.

Celebra-se a vitória soviética sobre a Alemanha nazi em 1945, vitória essa só conseguida com o enormíssimo apoio fornecido pelo EUA, quando estes optaram por fornecer milhares de toneladas de material de guerra ao regime chefiado por Stalin. Foi esta a estratégia adotada pelos aliados para derrotar o terceiro reich no último terço da segunda grande guerra mundial.

Sem esta inestimável ajuda, a indesmentível e heroica coragem do povo russo, não teria sido suficiente para levar de vencida os exércitos nazis. Este fato histórico apesar de ser do conhecimento de Vladimir Putin, nunca será lembrado pelo mesmo, e aí de alguém na Rússia que se atreva a sequer sussurra-lo.

Quando se afirma que os níveis de destruição na cidade de Mariupol alcançam os 90%, adivinha-se que a parada terá lugar exatamente nos restantes 10%. De outra forma como iria o Kremlin justificar perante os dormentes russos que a sua “operação militar especial” tinha afinal sido uma operação de destruição e assassinato em larga escala que obliterou do mapa da Ucrânia a cidade de Mariupol?

Já faz algum tempo que esta zona da cidade foi alvo de total limpeza de todo e qualquer vestígio comprometedor fruto da barbaridade ocorrida.

Os civis mortos foram incinerados pelos crematórios portáteis, máquina indispensável nos exércitos russos, - as ruas foram limpas e serão engalanadas e os habitantes irão ser “convidados” a ladear as avenidas empunhando bandeiras da Federação Russa onde aclamarão os militares em desfile.

Tudo como manda o figurino, que embora já não contenha a chancela soviética, é nela em tudo idêntico. Como diz o ditado: “A merda é a mesma, as moscas é que são outras”.

Se até lá, os resistentes escondidos dentro dos bunkers em Azovstal conseguirem se manter vivos, podem no próximo dia 9 poder contar com um dia sem bombardeamentos. Se assim não fosse, iria soar um pouco estranho aos ouvidos dos cidadãos russos, o som das bombas enquanto Putin discursava em direto para a TV russa.

A haver um cessar fogo, que seja em honra dos heróis da grande guerra patriótica, - já as crianças dentro dos bunkers não serão merecedoras de tal benesse.

Esta parada vai constituir mais um capítulo da grande farsa com que o Kremlin constantemente presenteia os seus cidadãos. Vitórias fictícias serão apresentadas e glórias serão contadas, tudo para gladio do povo russo que assim se mantém convenientemente dopado.

Serão também apaziguados os russos radicais que por este tempo já pressionam Putin no sentido de que o massacre na Ucrânia ainda não é suficiente, pois a “mãe Rússia” pouco apaziguada que está, vocifera por mais sacrifícios de sangue.

Para uma parte da Federação Russa será com certeza a parada de uma vitória do passado e uma ilusão de vitória no presente, - para o resto do mundo e particularmente para o povo ucraniano, será uma verdadeira parada de morte.

04.05.22

A Federação Russa afirma que não tem dúvidas sobre a presença de mercenários israelitas junto dos militantes do batalhão Azov.

Depois da marioneta de Putin, na pessoa do ministro Sergei Lavrov ter afirmado que Hitler tinha sangue judeu e que foram judeus antissemitas que conspiraram contra o seu próprio povo durante o holocausto, fica difícil imaginar o que mais surgirá das mentes perturbadas que habitam no Kremlin.

Sobre a presença de mercenários israelitas junto dos militantes do batalhão Azov, não será de estranhar tal possibilidade. Nas guerras, a presença de mercenários é fato sobejamente conhecido, e a guerra na Ucrânia não é certamente exceção.

O que é certo, é que a paranoia e o desespero evidenciados por Putin e pelo seu gang neste conflito, já os levou a colocar um pé dentro de um atoleiro chamado Ucrânia, e pelas afirmações dos últimos dias, a intenção é enfiar a mão dentro de um vespeiro chamado Israel.

Os israelitas por razões naturais são extremamente sensíveis no que toca ao assunto Holocausto. Não gostam de ser ofendidos, nem provocados, e a sua história prova que a sua especialidade não é de forma alguma a diplomacia, nem tão pouco atribuem grande importância às opiniões alheias sobre os seus atos.

A juntar-se à possível presença de mercenários israelitas, há a garantia de envio de material de guerra por parte do governo israelita. A isto poderá muito bem se adicionar a possibilidade de certas incursões aéreas sobre território russo, com a destruição de alvos estratégicos, sem que nenhuma reivindicação dos mesmos seja apresentada, - bem ao estilo israelita.

Quando se tem um pé preso dentro de um atoleiro, é muito pouco sensato enfiar a mão num vespeiro.

03.05.22

O regime do Kremlin é de tão execrável que todos os dias prova que em certos casos a diplomacia não é exequível. Infelizmente neste caso para se alcançar a paz é necessário usar a força para travar quem invadiu um estado soberano. 

Resta a solução dos “pacifistas” de conveniência. Para eles, para terminar a guerra na Ucrânia, esta tem que se render, entregar a sua terra ao invasor e permitir que o seu povo continue a ser escravo do regime cancerígeno de Moscovo. 

Na sua visão limitada e romântica de um mundo sem armas, talvez até sem fronteiras, onde a comunidade dos povos poderia ouvir todas as noites o imagine de John Lennon, acreditam que se as armas fossem depostas pelos ucranianos, a paz venceria. Resta saber se TODOS destruiriam as suas armas e renegariam em SIMULTÂNIO à usurpação da terra alheia. 

Todos condenamos o roubo, mas isso não nos permite dormir de porta aberta, pois sabemos que os ladrões andam lá fora. E até não haver mais NENHUM ladrão, a porta tem que permanecer fechada. Por mais belas que sejam as causas, a dura realidade impõe a sua ordem. 

Depois da Ucrânia, seria a Moldava, depois a Roménia e a Polónia. Quando Putin se aproximasse de Berlim, aquela que ele nunca aceitou perder, talvez os defensores das causas impossíveis, se interrogassem, - e agora? Provavelmente prefeririam se entregar nas mãos da Federação Russa, no lugar de aceitar a ajuda do Ocidente.  

Talvez seja por isso que das suas bocas não sai uma palavra de repúdio pela desgraça que neste momento acontece na Ucrânia, na Europa. 

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