28.04.22
Enquanto o secretário geral da ONU e o presidente ucraniano davam uma conferência de imprensa em Kiev, a cidade foi atingida pelos bombardeamentos do exército russo.
O alvo foi uma fábrica de armamento a poucos quilómetros do local da conferência. Não se tratou apenas de mais um bombardeamento e de mais um alvo, tratou-se de um ataque político às Nações Unidas, e como tal, um ataque ao mundo inteiro. Nem se pode qualificar como sendo uma provocação, tratou-se na realidade de um ultraje a toda a comunidade internacional.
Putin, num clímax de cinismo, depois de se ter reunido com António Guterres, ordena um ataque direto a Kiev no preciso dia e momento em que o secretário geral da ONU se encontrava presente na cidade.
Depois das farsas que constituíram todos os encontros entre os líderes ocidentais e o presidente da Federação Russa, espera-se agora, com mais esta afronta, que mais ninguém com vergonha na cara se preste a falar com Vladimir Putin.
Quando um membro permanente do conselho de segurança da ONU é responsável por um ato desta gravidade, não pode restar mais espaço para o mesmo continuar a ter o estatuto privilegiado de que desfruta. O único destino que resta à Federação Russa na ONU, é a expulsão do conselho de segurança.
Este bombardeamento, apesar de não ter como alvo direto o secretário geral da ONU, constituiu uma ameaça velada de guerra ao mundo inteiro.
O líder do Kremlin é um terrorista de estado e um criminoso de guerra que só entende a linguagem da força. Quem manifestar fraqueza perante esta personagem está condenado a ser subjugado. Todas as exposições, todas as conceções e todos os fechar de olhos que o ocidente concedeu a Putin, estão a resultar não só na tragédia que está a ocorrer na Ucrânia, mas também na mais grave crise geopolítica vivida na Europa desde o final da segunda grande guerra mundial.
Quanto maior for a fraqueza, quanto maiores forem as hesitações perante Putin, maior será o preço que todos pagaremos.
No Kremlin existe um cancro que cresce a cada dia que passa, ou o contemos agora, ou todos seremos vítimas dele.