27.04.22
O presidente Zelensky deixou bem claro que está disponível para receber chefes de estado que lhe tragam propostas concretas de apoio referentes às sanções a aplicar à Federação Russa, ao apoio militar e à ajuda humanitária. Visitas cujo objetivo seja apenas de posar para a fotografia com o político mais mediático do mundo, estão fora da agenda.
Considerando a postura da Alemanha na política de sanções, tudo apontava para que o presidente da Alemanha ia mesmo só para a fotografia. A Alemanha tem vindo a praticar uma política de inércia no processo de sanções atribuídas à Federação Russa, apesar, dela depender o verdadeiro impacto das mesmas na economia russa. Depois de ter cometido o colossal erro de se colocar numa posição de excessiva dependência energética, não quer agora de maneira nenhuma pagar o preço exigido.
Pelo menos até agora, para o governo alemão é impensável reduzir uma décima que seja do seu PIB em consequência de restringir significativamente as suas importações de gás natural da Rússia. Com um esforço adicional da Alemanha, a máquina de guerra da Federação Russa teria sérias dificuldades em manter este conflito, - o resultado disso, permitiria no mínimo, que o mesmo não se arrastasse muito mais no tempo. Com um maior esforço de um, o sacrifício de muitos, seria aliviado.
Outros têm-no feito, como é o caso da Itália. A Alemanha não está disposta a fazê-lo porque isso sai caro. As justificações de que o seu nível de dependência é demasiado elevado, não impedem que se exija à maior economia europeia um esforço muito superior àquele que por ela tem sido feito.
Talvez uma das razões para não correr o risco de abrandar o ritmo da sua economia, se prenda com o fato de já ter planeado a atribuição de largos milhões de euros à sua política de defesa. Compreensível, depois de ter subsidiado e continuar a subsidiar um país que representa uma série ameaça.
Do Reino Unido sopram ventos de muito maior eficácia. O anfitrião das festas no 10 de Downing Street, desta vez mandou parar a festa e tem mostrado serviço. Contra factos não há argumentos, - o Reino Unido é o país europeu que mais tem ajudado a Ucrânia, e com um avanço substancial sobre os demais.
Depois de ter sido uma verdadeira lavandaria para os rublos sujos do Kremlin e dos seus amigos, O Reino Unido procura limpar a sua imagem e sem dúvida que tenta compensar de alguma forma os erros cometidos quando abriu as portas aos corruptos russos. O mal está feito, resta agora ter a atitude certa. Neste momento o que é assertivo fazer é travar Putin, e sem qualquer sombra de dúvida, que enquanto uns se encolhem, o Reino Unido não hesita e age.