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A Política somos nós

A Política somos nós

06.04.22

O antigo presidente da Federação Russa Dmitry Medvedev, afirmou que o objetivo da Rússia era criar uma Eurásia desde Lisboa a Vladivostok. 

Só um russo é que consegue formular este tipo de pensamento. Nem mesmo Alexandre o grande ou Gengis Khan, se atreveram a tanto.

Boa parte do povo russo valoriza essencialmente o tamanho em detrimento do valor. A Federação Russa é o maior país do mundo, mas tem um PIB inferior ao de Espanha. Considerando que a Federação Russa é cerca de 35 vezes maior que a Espanha, podemos claramente concluir que os russos no geral, acham que o tamanho conta. 

Para este Sr. Medvedev, que nos cargos políticos tem vindo a fazer parte de um sistema de alterne com Vladimir Putin, parece que o tamanho atual ainda não dá conta da coisa. Parece também que com este tipo de declaração, começa a piscar o olho ao povo russo no sentido de voltar a ser o próximo presidente do país.  

O povo russo é formatado para grandes tiranos, objetivos megalómanos e glória eterna à sua Pátria. Pode não ter nem liberdade nem pão, mas que haja glória. 

Para nós ocidentais, este tipo de raciocínio é visto como algo disparatado e como tal, encarado com descrédito e por vezes com alguma leviandade. Seria importante perceber que eles não são como nós, não pensam como nós e certamente não agem como nós.  

Essa ideia que somos todos iguais é um disparate. Somos todos bem diferentes, e ainda bem que assim é, pois é na diversidade que reside o grande potencial da espécie humana. O que tem que ser igual são os direitos, os deveres e as oportunidades.  

Esta ideia da grande Eurásia sob o domínio russo já é antiga, e pelos vistos continua a preencher as mentes de quem manda na Rússia, e também certamente de alguns que apenas obedecem. Sendo um país com 140 milhões de habitantes, qualquer minoria com ideias tristes, é certamente uma enorme multidão potencial causadora de sérios problemas – e com líderes destes, o cenário para a asneira está montado. Os acontecimentos das últimas semanas estão a convencer disso mesmo até os mais céticos. 

Já passaram mais de 80 anos desde que o mundo livre se confrontou com estas circunstâncias. Nessa altura foi indispensável a intervenção dos EUA para libertar a Europa do terror nazi.  

Quer se goste deles ou não, quer concordemos ou não, que por eles vários erros são cometidos, o que é certo é que da última vez que a coisa apertou para nós os europeus, foram os EUA que nos salvaram a pele. São factos incontornáveis. Pagámos um preço por isso? Com certeza. Nada é de graça, muito menos as dívidas de guerra. O que ninguém tem dúvidas é que o preço cobrado seria muito maior se o cobrador tivesse sido outro. 

Como tal, é muito importante, indispensável mesmo, que a Europa reveja totalmente a sua política de defesa.  

Neste momento a NATO é basicamente os EUA – e essa é uma realidade que tem que vir a ser gradualmente alterada. Não podemos deixar eternamente a nossa segurança nas mãos de terceiros – mesmo porque não sabemos até que ponto é que haverá sempre disponibilidade dos mesmos para nos defender.  

Donald Tump já afirmou que se ele estivesse na presidência, esta guerra nem teria começado. A este tipo de bazófias já todos nos habituámos, fica a questão: Com ele na presidência, qual seria a resposta dos EUA perante um ataque da Federação Russa a solo da Europa ocidental? 

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