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A Política somos nós

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28.03.22

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Emmanuel Macron terá com certeza a melhor das intenções na mediação do conflito da Ucrânia. Pena que esteja a perder o seu tempo. A diplomacia só é exequível quando dos dois lados da negociação existem dois diplomatas. Neste caso, de um lado temos um diplomata, do outro lado temo um criminoso de guerra, um mentiroso, um ser sem qualquer tipo de escrúpulos.

Putin nunca teve nem tem a mínima intenção de negociar absolutamente nada. O seu único objetivo é anexar o máximo de território possível à Ucrânia, inclusivamente todo e qualquer acesso ao mar de Azov e ao mar Negro, privando assim a Ucrânia dos seus portos. Enquanto não conseguir alcançar esta meta, não vai parar a ofensiva, nem vai parar de fazer de tontos, os que com ele procurarem negociar seja aquilo que for.

Aquilo que não conseguir conquistar, vai destruir. Assim, quanto mais enfraquecida ficar o que restar da Ucrânia, menos resistência oferecerá na próxima invasão, que terá como objetivo anexar o que restou. Para Putin, nem a Ucrânia, nem o povo ucraniano existem. Só existe um território que na mente de Putin sempre fez parte da Rússia e tem forçosamente que continuar a fazer.

É compreensível que seja difícil para Emmanuel Macron assimilar esta ideia, de tão absurda que é. O que não é compreensível é o presidente francês continuar a perder o seu tempo.

Se ele pretende um cessar fogo imediato, seria melhor tentar convencer o presidente Zelensky a depor as armas. Este pelo menos tem muito mais a perder do que Putin. Mais vítimas civis, mas baixas militares e mais destruição. Por outro lado, Putin não tem nada a perder.

Quanto maior for a destruição no terreno melhor, quantos mais ucranianos saírem da Ucrânia melhor e quantas mais tentativas de diálogo por parte do ocidente, melhor. Nada mais satisfatório para um tirano violento e narcisista do que a possibilidade de esmagar os seus opositores e ainda poder contar com a suplica de quem procura o apaziguamento.

Nem Putin vai parar tão depressa, nem Zelensky se vai render a troco de entregar a sua terra de mão beijada, algo que não é passível de crítica por parte de ninguém; afinal de contas, ele não faz mais do que defender o seu país e honrar aqueles que já tombaram da defesa do mesmo.

Como tal, seria melhor que o Sr. Presidente Macron encontrasse formas de ajudar militarmente a Ucrânia para que esta não se veja humilhada numa guerra que trava por ela própria, mas também em nome de tudo aquilo que o mundo livre representa.

Ou ajudamos fortemente os ucranianos a se defenderem e a repelirem o inimigo, ou entregamos a Ucrânia numa bandeja de prata à Federação Russa e com isso continuaremos passivamente a assistir ao avanço indiscriminado por terras europeias, do novo imperialismo russo.

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