No século I a fortaleza de Massada junto ao mar morto foi cercada e conquistada pelas legiões romanas. Depois de meses de cerco, o exército romano entrou em Massada. Aquilo que os conquistadores assistiram foi um cenário de morte. Perante a derrota, os cerca de 1.000 resistentes judeus cometeram suicídio coletivo. Preferiram a morte à capitulação.

Não sabemos quantos ucranianos ficarão em Kiev durante a batalha pela conquista da cidade, mas certamente serão centenas de milhares. Aqueles que conseguirem fugir, os velhos, as mulheres e crianças, levarão consigo apenas a vida, para trás deixarão tudo. E os que ficarem?

Muitos serão mortos pelas armas russas, pela fome e pela sede. E os que sobreviverem? Enquanto houverem munições lutarão até à morte. E depois? Qual a tragédia que está reservada aos últimos heróis? No mínimo serão feitos prisioneiros com destino ao gulag siberiano.

Massada caiu e o império romano também. Hoje os soldados Israelitas juram bandeira nas ruínas da Fortaleza de Massada.

Com certeza que a Praça da Liberdade em Kiev voltará a ser isso mesmo, um símbolo de liberdade e um local de homenagem aos heróis da Ucrânia.

Vladimir Putin envio o seu ministro dos negócios estrangeiros, Sergey Lavrov à Turquia para fazer de conta que a Federação Russa estava interessada num entendimento com a Ucrânia.

Não sou caricaturista, mas consigo visualizar a imagem do gigante Lavrov sentado no colo de Putin o ventríloquo, que lá do Kremlin operava a ilusão.

Os lábios do boneco Lavrov mexiam-se no ritmo certo do discurso da falsidade e da hipocrisia.

Não sei se o ministro do Kremlin se presta a estas figuras por temer a desobediência ao seu dono, ou se o faz apenas por amor à causa.

Em qualquer dos casos, aquilo que assistimos foi um número vergonhoso de um espetáculo degradante.