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A Política somos nós

A Política somos nós

11.10.23

Um vento de discórdia e de conflito soprou no dia 14 de Maio de 1948, quando o sionista David Ben-Gurion proclamou a independência de Israel materializada na formação do Estado Judaico na região da Palestina.

O anseio do movimento sionista na criação deste Estado, foi realizado nesta data, embora a ideia de se estabelecer um território onde o povo Judeu tivesse oportunidade de viver em paz, garantindo a sua soberania e liberdade, já remontava a vários séculos.

Não se está longe da verdade quando se afirma que o povo judaico sempre foi, desde tempos imemoriais, um povo perseguido. Desde o século XIII até ao século XX que a diáspora deste povo foi resultado de um sentimento antissemita latente em toda a Europa Ocidental e de Leste.

A escolha da região da Palestina pelo  movimento sionista assentou no Antigo Testamente, onde segundo o mesmo, “...a Terra de Israel  é a região que foi prometida por Deus aos descendentes de Abraão através do seu filho Isaac e aos descendentes hebreus do seu neto Jacó. Diz a tradição hebraica que esta é a terra prometida de Israel…

Poderá ter sido uma escolha divina mas a escolha terrena não foi certamente a mais acertada.

Embora já existisse desde à séculos uma população judaica na região da palestina, a esmagadora maioria da população deste território era de origem árabe. O argumento sionista de que a integração dos judeus na sociedade cristã era impossível, levou à solução de integração dos judeus numa sociedade muçulmana.

Com o final da primeira grande guerra mundial, a Liga das Nações atribuiu ao Reino Unido o chamado “Mandato Britânico da Palestina” com a responsabilidade deste estabelecer, "…tais condições políticas, administrativas e econômicas para garantir o estabelecimento do lar nacional judaico, tal como previsto no preâmbulo e no desenvolvimento de instituições autônomas, e também para a salvaguarda dos direitos civis e religiosos de todos os habitantes da Palestina, sem distinção de raça e de religião… "

Dois anos depois do termo da segunda grande guerra, em 1947, a ONU elaborou um plano para a partição da região da Palestina, de onde nasceria um Estado judeu, um Estado árabe e onde a cidade de Jerusalém ficaria sob administração direta da organização.

Em 1947 Israel declara a sua independência, e na sequência, os seus vizinhos árabes em clara discordância com a referida partição, atacaram o recém formado país. Este conflito de um ano, ficou conhecido como a guerra da independência e resultou na fuga de centenas de milhares de árabes palestinos e na invasão da Faixa de Gaza pelo Egito e da Cisjordânia pela Transjordânia dando origem à Jordânia. Por parte de Israel, houve a conquista de cerca de 75% do território que estava destinado ao povo palestiniano, bem como  da parte ocidental de Jerusalém.

Enquanto isso, os britânicos retiraram-se, anulando assim o compromisso que assumiram de manter a ordem e a segurança na região. Foi um lavar de mãos…

A este conflito, outros lhe sucederam, e em cada um deles o Estado de Israel vem anexando sucessivos territórios e criando novos colonatos na Palestina completamente à revelia do direito internacional.

Hoje, numa faixa de terreno de poucas centenas de quilómetros quadrados vivem cerca de 2 milhões de palestinianos em condições totalmente deploráveis.

Independentemente das várias posições políticas, estes são os factos históricos. 

Depois de décadas de guerras e de barbaridades cometidas por ambos os lados, a situação atual não se resume simplesmente ao povo Judeu e ao povo Palestiniano.

Enquanto nos EUA não existir uma política genuinamente interessada e efectivamente empenhada na criação de um Estado Palestiniano, e por outro lado continuar a existir um regime fanático criminoso e patrocionador do terrorismo como é o presente regime Iraniano, nunca haverá paz no Médio Oriente.

Em cada agressão nasce mais uma vingança. Existe uma geração de Israelitas e Palestinianos que foi criada num ambiente e numa realidade de puro ódio. Trata-se de um ciclo vicioso de terror, opressão, agressão e morte. 

Apesar de haver entre estes dois povos um conjunto alargado de pessoas que deseja o fim das hostilidades e que sonha com uma convivência pacífica, existem setores em ambas as sociedades que radicalmente negam a existência mútua. 

A Palestina nem Estado é, a maioria da população vive aprisionada, desgraçada e refém de interesses maiores que vão muito para além da Faixa de Gaza.

Depois de mais esta cruel, hedionda e imperdoável barbaridade cometida pelo Hamas, segue-se a respetiva vingança do governo Israelita. O Ataque à Faixa de Gaza que já começou, vai ser certamente implacável e cruel.

Chegámos ao ponto onde vergonhosamente se estabelece uma macabra competição onde cada um dos lados procura ser vitorioso na contagem dos mortos do lado oposto.

Enquanto os EUA não abdicam de defender os seus interesses geopolíticos na região -  e para tal é fundamental garantir a existência do Estado de Israel - o Irão não desiste do seu projeto de criação do grande califado Xiita no Médio Oriente onde a existência de um estado Judaico não é sequer concebida.

Igualmente em Israel, existem correntes de opinião onde a existência do Estado Judaico só será plena quando as fronteiras do mesmo se estenderem das margens do rio Jordão até ao Mar Mediterrânico.

Enquanto tais radicalismos forem apoiados e suportados, o cidadão comum israelita e o cidadão comum palestiniano continuará a sofrer a ignomínia da guerra. 

Muito se irá escrever e falar sobre este eterno conflito. Creio que chegado ao ponto a que chegámos, uma palavra é suficiente: BASTA.

05.10.23

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Definitivamente este indivíduo não tem vergonha na cara.

Afirma que a Ucrânia não é uma nação porque é constituída por diversos povos.

Ou é completamente estúpido, ou a avença é grande.

Certamente é uma mistura das duas coisas.

26.09.23

Outrora respeitado pela comunidade diplomática, Sergei Lavrov é hoje desprezado e desconsiderado pela mesma.

Se no passado foi um indivíduo e um diplomata moderado e de consensos, presentemente ocupa a posição daquele que foi voluntária uma involuntariamente arrastado pela máfia que constitui o Kremlin. 

Esbirro de um tribunal de uma figura só, Sergei Lavrov tem o desplante de em plena assembleia das ONU, envocar o direito internacional e o respeito pela carta da organização.

Ou é supinamente hipócrita, crente que o mundo o observa como pessoa de boa fé, ou é simplesmente um excelente ator numa maquiavélica encenação, onde protagoniza a figura do bandalho que para sobreviver, não está de forma alguma autorizado a errar sequer um vírgula do guião recebido - sob o risco de a mando do seu lider supremo, sofrer algum acidente em qualquer prédio onde as duas únicas vias para chegar ao solo, são uma simples janela aberta ou uma escada demasido inclinada.

Nas suas últimas declarações, afirma que o plano de paz ucraniano é totalmente irrealista. Plano este que se baseia em 3 pontos essenciais : desocupação por parte do exército russo do território ucraniano, reparações de guerra, e o julgamento dos responsáveis pelos crimes praticados durante a mesma.

No seu mundo russo, Sergei Lavrov, considera tudo isto como irrealista. Faz sentido. Na federação russa, o respeito pelo direito internacional é algo completamente irrealista.

A federação russa não se limitou a uma tentativa de depor um governo de um outro país e assim abrir caminho para a formação de mais um estado fantoche às suas ordens. A federação russa invadiu, assassinou, espoliou, e tomou posse de território alheio.

Para Sergei Lavrov esta é que é a realidade aceitável - quem se opuser a ela, não passa de um instigador da guerra e de um sabotador da paz mundial.

Resta saber se os apoiantes de Lavrov e companhia, particularmente em Portugal, receiam igualmente o cenário da simples janela aberta ou da escada demasiada inclinada, - que por estas bandas, moderadamente, constituiria apenas a expulsão do partido do Sr. Raimundo - ou se por outro lado, acreditam que o marxismo é uma doutrina em constante construção e melhoramento, mesmo que isso signifique apoiar um regime que nem sequer marxista é, e que não hesita em chacinar o seu vizinho que se atreveu a desejar uma realidade diferente daquela que lhe foi imposta durante anos.

 

11.09.23

No âmbito da realização da cimeira do G20 do próximo ano no Rio de Janeiro, e da possível presença de Vladimir putin, o presidente brasileiro afirmou: "Posso dizer que se eu for presidente do Brasil e ele vier ao Brasil, não há nenhuma razão para ele ser preso".

No dia seguinte, o mesmo Lula, afirma : "Não sei se a Justiça brasileira o vai prender. Isso quem decide é a Justiça, não é o Governo".

O presidente lula, revela uma tendência para confundir as competências dos órgãos de soberania brasileiros.

Num dia, afirma que enquanto ele for presidente ninguém prenderá Vladimir putin se este se deslocar ao Brasil. No dia seguinte vem dizer que afinal isso é um problema da justiça brasileira e não do seu governo.

Para quem tem aspirações a conduzir o seu pais a um lugar permanente do conselho de segurança da ONU, revela uma falta de credibilidade assinalável.

Num país onde a ordem só existe na faxa da sua bendeira, não é verdadeiramente surpreendente que o seu presidente seja incapaz de colocar ordem nos seus discursos.

Não sei quem o presidente brasileiro pretende baralhar, já que para o mundo inteiro é muito clara a posição do governo brasileiro no que diz respeito à questão ucraniana.

Para ele,  a guerra na Ucrânia tem fácil resolução. O governo ucraniano abre mão dos seus territórios ocupados, reconhece a soberania russa sobre eles e assim obtém aquela coisa maravilhosa chamada paz.

Perde no entanto, parte da sua soberania, parte das suas riquezas naturais, perde a sua dignidade como povo e fica naturalmente exposto a futuras investidas russas no território que lhe restar.

Para quem não tem vergonha na cara, como é o caso de Lula da Silva, estas são condições perfeitamente aceitáveis.

Lula da Silva facilmente se baralha mas dificilmente conseguirá baralhar os outros.

30.08.23

https://www.dn.pt/internacional/ucrania-pode-tornar-se-independente-da-russia-com-descoberta-de-reservas-de-gas-16935229.html

 

Existem pessoas que por razões várias, acreditam que Vladimir Putin e a sua corte de agentes dos serviços secretos, decidiram invadir a Ucrânia com a justificação de que o território ucraniano servia de base para organizações nazis. Segundo o Kremlin, as mesmas constituem uma grande ameaça à federação russa, e como tal, é estritamente necessário eliminá-las. Para além desta ameaça, o Kremlin afirma que a Ucrânia dispõe de armas nucleares e que está pronta para as usar contra a federação russa. Putin invoca constantemente a proximidade da NATO às fronteiras da federação russa, e por todos os meios procura convencer o zombie povo russo de que tal proximidade constitui uma ameaça iminente.

Esta é a retórica russa que levou diretamente a Europa, que vivia em paz, para uma guerra devastadora e sem fim à vista.

Por outro lado, existe a realidade do terreno.

A península da Crimeia ocupa uma posição estratégica de excelência no Mar Negro. Posição essa que a federação russa não possui em nenhuma região do seu vastíssimo território. São inúmeras as mais valias da península da Crimeia.

Os territórios do Donbass, têm no seu subsolo, enormes reservas de gás natural, entre outras riquezas minerais.

As planicies da Ucrânia produzem grande parte do trigo no mundo inteiro.

Não aos olhos de putin, mas sim aos olhos em quem nele acredita, estas novas reservas de gás natural recentemente descobertas, são com certeza de origem Nazi e devem ser imediatamente colocadas sob controlo da federação russa.

Em conspirações, falsidades, embustes, ou em simples asneiras, acreditam aqueles que querem e os outros que a isso, por diversas razões, são obrigados.

Putin entrou na Ucrânia para assassinar, pilhar e tomar posse. Só parará quando for destruído.

 

13.08.23

Quando em 27 de Fevereiro de 2014 o território soberano ucraniano da Crimeia foi invadido por tropas não identificadas provenientes da federação russa, o mundo inteiro assobiou para o lado, com especial destaque para os EUA.

Seguiram-se as sabotagens e as violações territoriais no Donbass levadas a cabo por agentes e paramilitares russos, e o mundo continuou a assobiar para o lado.

Em 24 de Fevereiro de 2022 acordaram todos com as calças na mão. Ficou provado que quando se viola o direito internacional devagarinho, não há razões para receios e pode-se perfeitamente assobiar para o lado, legitimando assim o terrorismo de estado daqueles cujo arsenal nuclear assegura que nada contra será efectuado.

Já se ouvem os assobios para o lado perante a concentração de tropas do grupo Wagner (o mesmo que invadiu a crimeia em 2014), junto das fronteiras da Polónia e da Lituânia.

Dizem os entendidos de que se trata de uma manobra de diversão russa para deslocar tropas ucranianas para a fronteira com a Bielorrússa. Os mesmos entendidos que afirmaram que uma invasão russa a território ucraniano era altamente improvável.

A situação na fronteira polaca com a Bielorrússia é um barril de pólvora colocado pelo regime do Kremlin. À mínima faísca, putin envocará o pretexto de que algum russófono está em perigo e é obrigação da federação russa intervir em seu socorro.

Quanto mais atrasada for a vitória da Ucrânia no conflito, mais se agravará a situação em toda a região.

Se o caldo entornar para dentro da Polónia, não serão só as calças que o mundo ocidental terá que segurar.

 

 

11.07.23

Vladimir putin pode não ter amigos em Peniche, mas certamente tem um em Ancara.

De uma assentada, Recep Erdogăn afirmou que a Ucrânia merece entrar para a NATO, concordou com a adesão da Suécia à Aliança e garantiu a escolta turca dos navios mercantes no Mar Negro, caso o acordo dos cereais não seja renovado.

Poucos são aqueles que optam por fazer alianças - sejam elas mais ou menos explicitas - com os fracos, ou que se colocam do lado dos perdedores.

Cada vez fica mais claro que a federação russa, e particularmente o seu presidente, vão sair derrotadas desta alucinante aventura na Ucrânia.

Erdogăn  que tem vindo a trilhar um caminho em cima de um muro estreito, já vislumbrou qual o lado que mais lhe convém. Do lado dos perdedores não será com certeza.

Chegou a hora em que Vladimir Putin deixou de ser o dono absoluto das hostilidades. É a hora das mesmas lhe baterem à porta. 

Cabe aos aliados a tarefa de tornar essa hora mais curta.

08.07.23

Depois de ter chegado ao poder, Vladimir Putin começou a pôr em prática o seu plano para tornar a Ucrânia um estado vassalo da Federação Russa. 

O sucesso que obteve na Bielorussia, não se repetiu na Ucrânia. Usando inúmeros e infundados argumentos, perante a resistência ucraniana, fez então aquilo que os seus antepassados se habituaram a fazer - quem resiste e se opõe à vontade russa tem que ser subjugado.

Em 2014 o processo de subjugação começou com a invasão e anexação da Crimeia, território soberano do estado ucraniano. Seguiram-se as intervenções armadas no Donbass ucraniano onde a estratégia foi a instigação ao conflito entre as comunidades residentes, as operações de sabotagem, o armamento de milícias e o recrutamento de mercenários. O objectivo era desestabilizar toda a região.

Na presença de diferentes opiniões e de desentendimentos entre a população russófona pró-russa e a restante população apoiante do governo de Kiev, a opção não foi o apaziguamento nem a procura de consensos. Em vez disso, a conspiração e a provocação foram o rastilho para inflamar o conflito.

Diante da resistência ucraniana, Vladimir Putin dá então o grande salto em frente e em 24 de Fevereiro de 2022 ordena a invasão em larga escala da Ucrânia.

Passados 500 dias, a Ucrânia e os ucranianos continuam a resistir.

Perante o respeito e admiração de alguns e a desilusão e até desespero de outros, a Ucrânia resiste.

Entre os desiludidos e os desesperados, encontram-se alguns comentadores políticos que mal disfarçam a sua simpatia pelo regime do Kremlin e certas patentes militares que destilam subserviência ao mesmo regime.

O último registo desta tendência foi mais uma intervenção do general Branco. Este senhor mostrou-se muito indignado com a aprovação americana para o fornecimento ao exército ucraniano de bombas de fragmentação.

Nas suas palavras, esta decisão constitui a abertura da caixa de pandora neste conflito.

O general anda muito distraído pois esta caixa já está aberta há muito tempo. Para além do facto de estas armas já terem sido utilizadas pelo exército russo em várias cidades ucranianas provocando milhares de vítimas civis, são factos igualmente comprovados que a sua utilização foi uma realidade nas guerras iniciadas pelos russos na Tchetchênia e particularmente pela devastação levada a cabo pelos mesmos russos na cidade de Aleppo na Síria.

Por essa altura poucos conheciam este general, não aparecia nas televisões - de guarda à dita caixa não estava com certeza - se o estivesse, talvez dezenas de milhares de civis sírios não tivessem sido chacinados.

Esta distração deste nosso general deve-se somente à trela ideológica que carrega, e que sem pudor ostenta livremente nas televisões. 

O desespero que atribuem aos ucranianos por estes pretenderem usar estas armas para conseguirem expulsar o invasor da sua terra, é na verdade atribuível àqueles que não suportam vislumbrar o cenário onde Putin e o seu gangue de assassinos saiam da Ucrânia completamente derrotados e sem um palmo de terra ucraniana.

17.06.23

O glorioso exército vermelho, responsável pela derrota nazi no leste europeu durante a segunda grande guerra mundial, está a ser convertido num enorme gangue de assassinos, de violadores e de simples ladrões.

Perante uma elite rica e poderosa que sustenta o corrupto e mafioso estado russo, Vladimir Putin não ousa lançar nos campos de batalha da Ucrânia, a fina flor da juventude de cidades russas como Moscovo e São Petersburgo.

A inimaginável solução passa então por esvaziar as prisões russas e fardar a bandidagem com promessas monetárias e de perdão pelos crimes cometidos.

Para além da execrável estratégia, sobra o verdadeiro atentado ao estado de direito russo, que deste modo torna-se verdadeiramente inóculo. 

Para o povo russo, trata-se certamente de uma excelente medida. Para além de proporcionar uma oportunidade de redenção dos criminosos, será também uma forma de se livrarem daquilo que pior existe na sua sociedade. 

Por cá, nem uma palavra condenatória por parte de algumas altas patentes militares, das quais basta ouvir a primeira frase para podermos concluir sobre a origem da avença. São sempre os mesmos, perfeitamente identificáveis, manifestamente patéticos e totalmente desprezíveis. Há que dar espaço ao contraditório. É assim que funcionam os regimes democráticos. A exposição daquilo que não presta, permite sempre tirar conclusões, a primeira das quais, é com certeza evitar a referida exposição.

É esta mesma gente que apoia a destruição da soberania ucraniana em nome da salvação da face do carniceiro do Kremlin.

Todos somos livres de pensamento e de consciência para acreditar que a solução para este conflito reside na negociação com Putin.

Eu, contrariamente, rejeito qualquer tipo de negociação com criminosos de guerra, terroristas e mentirosos incuráveis. A única solução, o incontornável desfecho desta crise bem presente nas nossas fronteiras, é invariavelmente a total derrota da Federação Russa na guerra que por ela foi planeada, fomentada e levada à prática - apesar da mentira intrínseca ao batizá-la como operação militar especial.

Depois de Putin outros virão, melhores ou piores. Com eles lidaremos assim como lidámos com Hitler e Mussolini. 

A sua retórica nuclear e de quem o rodeia, apesar de preocupante, funciona mais como ameaçadora do que executora. Além disso, é importante considerar que a classe militar da Federação Russa é tudo menos homogênea, e muito menos uniforme no que diz respeito à sua atuação. Acreditar que o poder nuclear é exclusividade do dedo de Putin, é um erro.

Na verdade, Putin quer ficar na história como o líder que restaurou o império russo, e não como aquele que foi responsável pela aniquilação nuclear do mesmo.

Qualquer pequena vitória russa na Ucrânia, representará uma enorme derrota para a Europa e para o Mundo. As consequências disso serão imprevisíveis e certamente perigosíssimas.

15.04.23

Lula da Silva acusa tanto os EUA como a UE de terem uma postura que incentiva a continuidade da guerra na Ucrânia.

Com estas afirmações, o chefe de estado brasileiro faz crer que neste conflito militar existe apenas uma beligerante. Neste caso, essa parte é com certeza a Ucrânia e os seus aliados, já que da parte de Lula nunca se ouviu uma única frase dirigida a Vladimir Putin no sentido de este parar com a agressão.

Na opinião de Lula, os aliados da Ucrânia devem parar de fornecer armas ao país agredido, mas quanto ao país agressor parece não haver opinião quanto à atitude a tomar no sentido da paz ser alcançada.

O tom naif, ingênuo e de bom samaritano que coloca no seu discurso - contrariamente às suas intenções - não engana ninguém. Se Lula da Silva estivesse mesmo empenhado no processo de paz, tinha desde logo do início do seu mandato, assumido uma posição clara e efetiva contra a agressão da Federação Russa à Ucrânia; tinha participado nas sanções impostas pela comunidade internacional; tinha adotado uma posição de total rejeição à política do Kremlin e colocado o Brasil no conjunto de países que apoiam a Ucrânia.

E para fazer tudo isto, nem era preciso fornecer armas à Ucrânia, bastava ter sido honesto e digno.

Neste momento, o mundo aguarda ansiosamente pelo plano de paz que Lula da Silva diz ter, ou pelo menos, diz querer obter.

Até agora, o contributo do Brasil para a paz na Ucrânia foi zero. E por aquilo que se adivinha, quando esse contributo chegar - se chegar - será certamente abaixo de zero.

É este Lula da Silva que durante os seus mandatos foi sempre incapaz de solucionar os trágicos problemas de segurança do seu país, onde a média anual de assassinatos ultrapassa os 80.000 casos; onde continuamente nas grandes cidades brasileiras é travada uma autêntica guerra civil entre gangues rivais de traficantes de droga; onde o cidadão comum tem pavor de sair à rua porque está plenamente consciente que a probabilidade de ser baleado é enorme, é este mesmo Lula que vem agora se colocar na posição de mediador, de pacificador, de homem de paz, naquele que é o mais complexo conflito militar desde a segunda grande guerra.

Acredite quem quiser. 

04.04.23

Passado mais de um ano de guerra, a derrota de Putin está expressa em toda a linha.

O que era para ser uma operação militar especial, rápida e eficaz que culminasse com a queda do regime de Kiev, resultou num banho de sangue que se perlonga no tempo e que já seifou a vida a largas dezenas de soldados russos.

O desejo de transformar a Ucrânia num estado vassalo do Kremlin, sem autonomia, sem soberania, sem exército e completamente dependente, nunca se realizou. Pelo contrário, hoje a Ucrânia, apesar de parcialmente destruida, tornou-se numa nação mais forte políticamente, militarmente, e com uma união do seu povo como nunca teve.

Com esta aventura, Putin, tão incomodado com a proximidade da NATO das suas fronteiras, juntou mais 1.340 km de fronteira NATO à federação russa. E em breve outros km se juntarão.

Nem sequer um objectivo militar foi plenamente alcançado pelo exército russo ou pelos seus mercenários.

A intenção de enfraquecer e dividir a Europa neste processo foi um autêntico fracasso. Foi exactamente o inverso que ocorreu.

Com as excepções da China e da Índia - países que mais não fazem do que explorar a federação russa a seu belo proveito - o país de Vladimir putin foi completamente excluído das relações internacionais. Tornou-se num proscrito entre as nações. É visto como um inimigo, e passarão décadas até que recupere o seu desenvolvimento e o seu prestígio.

Indiferente a tudo isto, o projecto de czar, não irá desistir das suas intenções. A derrota que enfrentou em Berlim com a queda do muro e do seu império soviético, é demasiado pesada para suportar qualquer outra.

Para que a sua derrota seja plena, não basta armar a Ucrânia. Enquanto a China não concluir que tem mais a perder do que a ganhar com este conflito, ele não terminará.

Está na hora das sanções ocidentais pesarem na economia chinesa. O acordo é  simples : ou a China cessa o seu apoio económico à federação russa e assume uma posição clara e poderosa contra a agressão do regime russo, ou irá pagar um preço por não o fazer.

Enquanto a China tirar vantagem económica desta guerra, a mesma não acabará.

Cabe à Europa agir.

 

22.03.23

A paz para a Ucrânia cabe na boca de muita gente.

Fica bem falar de paz - soa bem aos ouvidos. Falar de paz é coisa de gente de bem, e até de gente menos bem.

Enfim! Falar de paz é politicamente correto.
Pode-se mesmo afirmar que é muito fácil falar de paz – afinal de contas, são apenas três singelas letras.

O que se revela realmente difícil é encontrar as soluções certas para que a tão desejada paz seja alcançada e se torne duradoura.

Os líderes do Kremlin que na verdade são apenas um, já deixaram bem claro que estão disponíveis para iniciarem negociações de paz, - mas com a premissa das “novas realidades territoriais” – ou seja, para quem não tem o raciocínio enviesado, estas novas realidades correspondem aos territórios tomados pela força à Ucrânia - vulgo roubo de propriedade alheia.

É nesta base que os russos estão dispostos a sentarem-se à mesa das negociações, para vincular a dose de humilhação a impor ao povo ucraniano e ao mesmo tempo provar ao mundo inteiro que o direito internacional pode com toda a facilidade ser ignorado e desrespeitado.

Nalgumas bocas ocidentais onde a palavra paz abunda, - e cujos donos estão perfeitamente conscientes desta irredutibilidade russa, - parece não existir nenhuma palavra que contraponha esta evidência.

Ao que parece, acreditam que o caminho para a paz passa por aceitar a inevitabilidade de se reconhecerem os territórios ocupados como parte integrante da federação russa.

Como quem diz: Pronto! Fiquem lá com o Donbass e com a Crimeia e não se fala mais nisso. Mas o sr. Putin tem que assinar aqui um papelinho onde jura pela sua honra que NUNCA MAIS invade ninguém. (promessa semelhante algures na história…). Aqui em letras pequeninas, também ficará escrito que o exército ucraniano se resumirá a meia dúzia de gatos pingados, armados com espingardas que nem sequer disparam, - não vá o sr. ou outro qualquer que o seguirá, mudar de ideias.

Ou seja, estes arautos da paz, à falta de melhor solução, compram a paz para a Ucrânia com o produto de um roubo.

Alguns, chegam mesmo a se indignar com quem afirma que a federação russa tem que sair derrotada deste conflito.

Não entendem bem ou disfarçam mal, que uma vitória da federação russa significará, não só a legitimação de inúmeras violações do direito internacional, mas igualmente a abertura de um perigosíssimo precedente. Isto para já não falar na impunidade concedida aos crimes de guerra, às deportações e às inúmeras barbaridades cometidas pelo exército de Putin.

Enquanto filosofam com a palavra paz, desprezam a história, - concretamente com os fatos ocorridos durante e depois da ocupação da Crimeia.

A mesma paz fictícia que tentaram alcançar nessa altura, é em tudo semelhante à forma de paz que tão facilmente deixam agora sair da boca.

O resultado foi o que se viu. E o resultado de entregar de mão beijada outra parte da Ucrânia ao invasor e usurpador, é ainda mais fácil de adivinhar, do que quanto é fácil abrir a boca e falar em paz.

Esta paz das boas intenções, é no mínimo, fruto da incapacidade perante a complexidade e no máximo, o reflexo da imoralidade dos vendidos.

21.03.23

O Major general Agostinho Costa crê piamente que os territórios ucranianos usurpados pela federação russa nunca mais voltarão a estar sob a soberania ucrâniana.

Ridiculamente pede desculpa à Senhora doutora jornalista e aos telespectadores por esta crença, e nas suas declarações procura impingir a ideia que sempre se poderá encontrar uma justificação para um crime.

Pateticamente sorri para as câmaras, enquanto afirma que ninguém acredita que a Ucrânia recuperará os seus territórios, e implicitamente, sugere que todos nós nos devemos conformar com isso.

Faltam as palavras para classificar as intervenções deste senhor. Uma coisa é certa: a crença de que a avença é valiosa. 

14.03.23

Durante o conflito a decorrer na Ucrânia, milhares de crianças ucranianas provenientes de instituições e de separações forçadas das suas famílias, foram transferidas para a federação russa ou para zonas do território ucraniano ocupado.

A federação russa enfrenta já há alguns anos graves problemas demográficos onde o envelhecimento da população representa um perigoso indicicio daquilo que será a sociedade russa nas próximas décadas.

Paralelamente a uma sociedades envelhecida, a Rússia enfrenta o êxodo de milhares de jovens para o estrangeiro, fugindo de um regime atrasado e repressor.

Depois de serem os prisioneiros russos a morrer no campo de batalha, serão os jovens russos a enfrentar o mesmo destino, sendo que o número destes já falecidos, contribui seriamente para o problema de demografia russa.

Este regime pernecioso do Kremlin, para além de tomar posse pela força de território de um estado soberano, de provocar centenas de milhares de vítimas, de destruir inúmeras infrastruras civis, de arrasar cidades inteiras, tem ainda a imoralidade de roubar aquilo que mais rico uma sociedade pode ter: as suas crianças.

Para os vergonhosos defensores deste regime, com certeza que estas são mentiras ocidentais, ou então, a serem verdade, constituem uma oportunidade única para estas crianças obterem um futuro promissor num país repleto de virtualidades. Serão até capazez de afirmar que estas crianças foram salvas pelo regime russo do demónio ocidental.

Para o cidadão normal, de bem e que lava a cabeça apenas por fora, este precioso saque de guerra, constitui um hediondo crime contra a humanidade.

Não existem acordos de paz do chinês, nem hesitações ocidentais que o possam encobrir e deixar sem castigo.

 

09.03.23

O pai está preso por ter uma posição crítica ao governo russo no que diz respeito à invasão e consequente guerra na Ucrânia.

A filha adolescente foi colocada num centro para menores e foi proibida de estabelecer qualquer contacto com o mundo exterior.

É este regime que é apoiado em Portugal pela carneirada do PCP e que na figura de alguns palermas que por este e por outros blogues, descarregam toda a sua presunção ao acharem que os outros engolem o seu discurso robótico,  onde pateticamente fingem a sua solidariedade com o povo ucraniano.

Este regime que amordaça as pessoas, tem que obrigatoriamente, e a qualquer custo, ser rejeitado pelas democracias ocidentais.

Não o queremos nas nossas sociedades, e devemos estar prontos para o combater sempre que os donos do mesmo o tentem impôr.

https://www.dn.pt/internacional/crianca-russa-proibida-de-contactos-com-o-exterior-apos-prisao-do-pai-15967232.html

05.03.23

Uma simples vassoura permite-nos juntar o lixo - incrível como um simples objecto consegue cumprir tão útil função.

O eleitorado brasileiro, por tão contestável que seja considerado, teve a utilidade de juntar um lixo sul americano a um lixo norte americano.

A fuga de Jair Bolsonaro para os EUA, - resultante da sua derrota eleitoral - levou-o ao encontro com Donald Trump.

Ambos discursaram num mesmo evento, e ambos os discursos repetem as mesmas asneiras a que já habituaram o mundo inteiro. Entre muitas, bolsonaro repete a insanidade ao afirmar que a solução para os problemas de segurança pública no Brasil, passa por armar o povo (mais ainda). Diz o alucinado, que "um povo armado nunca será escravizado". Com uma média de 80.000 assassinatos por ano, o povo brasileiro poderá não ser escravizado, mas dizimado será certamente se a disseminação indiscriminada de armas continuar a acontecer na sociedade brasileira.

Mais a norte, o outro alucinado afirma que em 24 horas acaba com a guerra na Ucrânia. Para isso, deverá bastar um telefonema de Donald Trump para o projecto de czar residente no Kremlin, para que tudo se resolva no campo de batalha na Ucrânia. Podemos até imaginar o conteúdo da ligação: "Oh Vladimir! Acaba lá com a fugachada que sou eu que estou a mandar".

Há sempre uma grande vantagem em juntar o lixo, nem mais que não seja para que evitemos tropeçar nele.

28.02.23

O plano de paz apresentado pela China que supostamente seria para viabilizar o fim do conflito na Ucrânia, diz entre outras coisas, o seguinte “a soberania, a independência e a integridade territorial de todos os países devem ser efectivamente defendidas".


Com excepção de alguns, obtusos, todos concordam que a invasão desencadeada pela federação russa ao território ucraniano é uma descarada e clara violação à soberania, à independência e à integridade territorial da Ucrânia.


Perante este plano chinês, torna-se incompreensível o facto de a China, em todas as votação realizadas na ONU, nunca ter votado a favor da condenação da invasão russa.


A ambiguidade chinesa considerada por muitos, é na realidade apenas hipocrisia.
Se de facto, a China estivesse empenhada na preservação da soberania, independência e integridade territorial dos Estados, já tinha assumido uma posição firme e clara contra a agressão russa.


No curto e médio prazo as economias europeias vão recuperar da crise resultante da guerra, e o mercado europeu vai continuar a ser aquilo que há muito tempo é: um gigantesco mercado que muito contribui para o desenvolvimento da China.


Enquanto isso, os chineses vêem o seu vizinho russo enfraquecer e isolar-se, política e economicamente. Compram gás e petróleo russo a preço de saldo e reforçam o conceito de que é a Rússia que mais precisa da China do que o contrário.


Até os chineses que nunca estiveram sob o domínio russo, se acautelam perante este vizinho. O que sentirão os povos que têm fronteiras com a Rússia perante tal vizinhança...


Este pretenso plano de paz chinês mais não é do que uma encenação de sombras própria de um regime que pouco inspira de bom.

23.02.23

Nesta madrugada somam-se 365 de guerra na Ucrânia.

Depois de em 2014 invadir e tomar posse da Crimeia, território ucraniano, e iniciar uma guerra de atrito e sabotagem na região do Donbass ucraniano, a Federação Russa deu início a uma invasão militar em larga escala na Ucrânia.

O resultado desta agressão traduz-se em centenas de milhares de mortos e feridos entre a população civil, centenas de casos de tortura e de execuções sumárias perfeitamente identificadas e documentadas por várias organizações internacionais, mais de 14 milhões de desalojados dentro e fora da Ucrânia, dezenas de milhares de cidadãos ucranianos deportados para território russo, e a mais completa destruição de estruturas civis em vastas regiões do país.

Estes são os factos indesmentíveis e incontornáveis que ficarão na história das primeiras décadas do século XXI, e que independentemente das mais variadas opiniões de políticos, de analistas e do público em geral, ficarão registados para memória futura.

De certos setores da sociedade ocidental, surgem alguns saudosistas do regime soviético, que olham para Vladimir Putin e para o seu regime como a reencarnação do velho império soviético. Tal como Putin, sentiram a derrota da utopia marxista e mal digeriram a queda da URSS.

Apesar das diferenças entre os dois regimes, veem no regime do Kremlin o oponente mais agressivo ás sociedades democráticas do ocidente e particularmente aos EUA. Isso basta-lhes, para justificar o injustificável e para tolerar o intolerável.

Desvalorizada esta corrente minoritária de opinião, prevalece o sentimento geral de que esta agressão constitui uma autêntica vergonha.

Mesmo no resto do mundo, particularmente na Índia e na China - considerando que as posições dos respetivos governos, são representativas de compreensíveis interesses geopolítico dos mesmos, - a população comum, com exceção daqueles que por razões várias se abstêm de dar a sua opinião, encara este conflito como algo, no mínimo desnecessário e injustificável.

Nos primeiros dias de guerra, escrevi um texto onde considerei que a derrota militar de Putin e da Federação Russa tinha começado exatamente no primeiro dia da invasão. Passado um ano, acredito que tal tendência não se inverteu, apesar dos avanços e recuos da linha da frente.

No campo de batalha as perdas humanas e de material têm sido gigantescas para ambos os lados, contudo, o oponente que está na defensiva leva vantagem sobre quem procura ganhar terreno.

Os militares ucranianos, ao contrário do passado de 2014, encontram-se agora bem treinados e substancialmente melhor equipados. Conhecedores do terreno, e com a extrema motivação de quem defende a sua pátria, têm conseguido reter o gigantesco exército russo na sua ofensiva, conseguindo até recuperar alguns territórios antes anexados.

Enquanto que a linha da frente pouco tem oscilado, as forças russas que supostamente deveriam ter ganho a guerra em poucas semanas, enfrentam aquilo que nunca sonharam enfrentar e as poucas vitórias alcançadas têm tido um preço insustentável em baixas e em material.

Da Federação Russa têm fugido centenas de milhares russos. São aqueles que, ou por medo de serem recrutados para a guerra, ou por simplesmente não suportarem mais o quotidiano da sociedade russa, abandonam o país deixando para trás os que sem outra alternativa se mantêm submissos ao regime opressor, e os outros que declaradamente o apoiam.

Estes últimos, consideram Vladimir Putin como sendo o verdadeiro herói da Rússia, digno sucessor de outros líderes que no passado garantiram que o seu país não se contentasse em ser apenas isso, um país. Para estes, é necessário a existência de um líder suficientemente forte que garanta que a Rússia seja um império, - nem que para isso se concretizar, tenha que pela força das armas submeter os vizinhos à sua autoridade e ao seu domínio.

Apesar de ser um facto que alguns pretendem negar, os efeitos das sanções já fazem grande estrago na economia russa. Os lucros com as exportações de hidrocarbonetos russos decaíram consideravelmente e as vendas a países como a China e a Índia não conseguem equilibrar a balança.

Manter esta guerra tem tido um peso brutal sobre as reservas russas, tanto em termos financeiros como em material de guerra. É um preço que a médio prazo se vai tornar insustentável para a economia Russa.

Para além das fronteiras da Federação Russa, o regime do Kremlin vê agora alguns dos seus vizinhos ora sendo mais parte da NATO, ora estando mais perto da esfera de influência chinesa.

Depois de décadas de desinvestimento militar, a Europa entra numa nova era de produção de armamento e revê profundamente a sua política de defesa comum.

Findada a guerra fria, a Europa viveu um período de desenvolvimento onde os recursos outrora orientados para o campo da defesa militar, foram sendo aplicados em políticas de desenvolvimento económico e social.

Em sentido contrário, Putin, criou uma ideia falsa entre o povo russo, onde a proximidade de regimes democráticos junto das fronteiras da Federação Russa, constituía uma ameaça à segurança nacional.

A realidade mostrou exatamente o contrário. De entre todos os países antes pertencentes ao Pacto de Varsóvia, sendo ou não membros da NATO, nenhum sequer equacionou, e muito menos concretizou qualquer agressão à nação russa. Já o contrário, está à vista de todos desde que Vladimir Putin assumiu o poder.

Há um ano atrás, os russos eram fortes parceiros económicos das grandes economias europeias - Hoje, a palavra de ordem dos governos destes países é a de que o regime do Kremlin se tornou uma ameaça à segurança europeia e que a sua derrota neste conflito se tornou imperativa.

Mesmo com todas as hesitações por parte dos dirigentes dos países da NATO, cada vez mais se acentua o esforço conjunto para fornecer à Ucrânia os meios não apenas para se defender, mas sim para conseguir derrotar o exército russo.

Um ano depois, a grande questão que se coloca não é se a Federação Russa sairá derrotada ou não do conflito – A questão é saber quando isso ocorrerá.

E quando essa resposta for obtida, questão maior se colocará: O que será da maior potência nuclear do planeta depois do rescaldo da derrota?

Neste momento, Putin trava uma luta não contra o povo ucraniano, mas sim contra o seu próprio povo e pela sua sobrevivência política. Quando o seu exército sair derrotado no campo de batalha da Ucrânia, será também o fim da era de Vladimir Putin.

Os russos não suportam líderes derrotados em conflitos militares, e a história faz-lhes jus.

Enquanto isso, os ucranianos insistem na ideia por alguns tanto contestada:

Preferem morrem de pé do que viver de joelhos.

Entre a vergonha e a honra, a história não nos esquecerá.

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